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Grammy sobre indicação de Marilyn Manson: “não vemos o passado das pessoas”

Foto: Divulgação

A indicação de Marilyn Manson ao Grammy, revelada na terça-feira (23) com o anúncio de todos os nomeados à premiação de 2022, não pegou bem e o diretor da Recording Academy foi diretamente questionado.

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Em resposta ao The Wrap, Harvey Mason Jr. disse: “não vemos a história das pessoas, não vamos olhar para seus antecedentes criminais, não vamos olhar para nada além da legalidade dentro das nossas regras, da gravação estar elegível com base nos critérios. Se estiverem, eles podem submeter para consideração [dos votantes]”.

DaBaby, Kanye West e Marilyn Manson durante evento do álbum “Donda” / Foto: Getty Images (uso autorizado)

Manson não concorre com música própria. Ele está citado nos créditos de “DONDA”, projeto de Kanye West indicado a Álbum do Ano. Marilyn Manson está sendo investigado em quatro casos diferentes de assédio sexual após uma denúncia da ex-namorada Evan Rachel Wood. Outras mulheres também procuraram a justiça desde fevereiro para que o músico fosse formalmente investigado.

A atriz, que está no elenco da série “Westworld”, conta que foi manipulada pelo cantor, de 52 anos, quando ela ainda era uma jovem. “Eu sofria lavagem cerebral e fui manipulada à submissão. Estou cansada de viver com medo da retaliação, difamação ou de chantagens. Eu estou aqui para expor esse homem perigoso e denunciar às indústrias que o permitem atuar, antes que ele arruíne mais vidas. Eu estou ao lado das muitas vítimas que não vão mais se silenciar”, declarou.

DaBaby também

Com as novas regras estabelecidas pelo próprio Grammy, todos os envolvidos na criação de um álbum são premiados a partir da premiação do ano que vem. E isso inclui não apenas o Marilyn Manson, como também o DaBaby. O rapper vem recebendo “punições” pela sua fala homofóbica e sorofóbica em um show em julho e pode levar a maior honraria do Grammy pela sua contribuição no “DONDA” e no “Justice”, de Justin Bieber, que também está indicado em “Álbum do Ano”.

DaBaby foi retirado de festivais, teve contrato publicitário cancelado e viu seu maior hit com uma cantora pop, “Levitating” de Dua Lipa, também ser deletado das programações das rádios, das paradas e das plataformas digitais ao redor do mundo. Exatamente por conta do comportamento do rapper, a própria Dua não submeteu o remix da música para avaliação do Grammy.

(Foto: Divulgação)

Por conta do período de elegibilidade, “Levitating” só poderia aparecer em seu remix com DaBaby, lançado em outubro de 2020. “Presumivelmente só poderia ter enviado o DaBaby, e isso seria pedir muito aos votantes, fingir que o rapper persona-non-grata realmente não estava nele. Muito provavelmente Lipa estava salvando os eleitores de ter que agonizar para escolher entre seu amor por ela e seu medo de dar uma moral para um cara ainda considerado tóxico por grande parte da indústria por seus comentários homofóbicos“, falou um especialista em entrevista à Variety.

“O que vamos controlar são os nossos palcos, os nossos shows, nossos eventos e os nossos eventos de tapete vermelho. Vamos checar quem está pedindo para fazer parte disso, pedindo para estar presente e vamos tomar nossas decisões, mas não temos o objetivo de impedir que as pessoas enviem seus trabalhos para que nossos eleitores decidam”, disse o CEO do Grammy, Harvey Mason Jr.

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