Em meio a batidas e samples, charts, pisadinhas, traps, funks, e números exorbitantes de plays, a Música Clássica (como é popularmente conhecida a música de concerto) está de volta aos ouvidos dos jovens – pelo menos é o que mostra os números revelados recentemente pela Deezer. Uma outra movimentação interessante vem do anúncio da Apple que irá lançar um aplicativo dedicado ao gênero em 2022.
Tivemos a honra de receber no POPline.Biz Cases, os musicistas e irmãos, Carlos Prazeres, maestro da Orquestra Sinfônica da Bahia – OSBA e Felipe Prazeres, spalla da Orquestra Petrobras Sinfônica, para trazer o olhar jovem, atento, e de quem está tornando a música clássica mais acessível.
Em um episódio imperdível, os irmãos contam como funciona os bastidores de uma Orquestra, além do processo para a democratização da música clássica, que tem crescido em popularidade a cada ano. O papo com bons insights para amantes e profissionais da música, pode ser conferido abaixo:
Mas, afinal, a Música Clássica é Pop?
Em uma entrevista realizada em abril pela Coordenadora de Jornalismo do POPline.Biz, Rafa Ventura, Felipe Prazeres disse que a música clássica não está em concorrência com os demais gêneros. Não há uma busca por charts ou por estar entre as 10 mais escutadas das plataformas. Para ele, “a música clássica foi pop por algumas décadas, mas nunca bateu de frente com sucessos da música popular”.
“Eu penso que a música clássica tem o seu lugar, e que com o passar dos tempos, ela continua no seu lugar. Com mais pessoas se interessando ou menos, dependendo do momento, mas ela fica no seu lugar”, revela.
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Já para Carlos, é justamente onde se deu este “elo perdido” com o público, que ele usa como objeto do estudo e ações. “Acho que a música clássica pode sim ser mais acessível a todos sem distinção etária ou de classe social. Em certo momento deixamos de fazer parte do dia a dia para entrar em círculos acadêmicos e sociais absolutamente excludentes”, desabafa.
“Voltar a fazer parte do povo e descobrir os meios para isso é o nosso dever. No entanto, não enxergo como meta o “bater de frente” com os figurões do pop, afinal são objetivos diferentes”, declara o maestro.
Para ele, parte da música pop é pensada comercialmente. “A duração, de aproximadamente três minutos, permite uma imensa gama de intervalos comerciais. Os chavões simples, os famosos ‘chicletes’, aqueles que grudam no ouvido, são propositalmente pensados para o faturamento nas plataformas digitais. Seria impensável competir com eles, nosso objetivo deve ser outro”, finaliza.
O Podcast “CASES” é um formato proprietário do POPline.Biz é Mundo da Música, dentro do Hub de Podcasts do POPline Studios, exclusivo no Spotify. No programa, já recebemos Anavitória e Manu Gavassi acompanhadas por Felipe Simas; Vitor Kley e Rick Bonadio; Atitude 67 e Dudu Borges; Melim e Rafa Brahma; Carol & Vitoria e Tiê; Rogério Flausino e Helber Oliveira; Pretinho da Serrinha e Miranda; Paulinho Moska, Vicente Barros e Luís Felipe Couto; Lucy Alves e César Figueiredo e Larissa Luz e Potyra Lavor; Drika Barbosa e Fióti; Giulia Be e Adriana Marinho; Francisco, el Hombre e Felipe Gonzalez, Lagum e Carol de Amar; Roberta Campos e Marina Souza.