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First Listen: “Bola, Rebola”, do Tropkillaz, é o funk que fãs da Anitta pedem há tempos


“Bola, Rebola”, parceria entre Tropkillaz, Anitta, J Balvin e MC Zaac, é exatamente o que os fãs da cantora esperam há quase um ano. Depois de “Vai Malandra”, que aliás também tem produção de Tropkillaz, Anitta até ameaçou algumas vezes lançar o funk que o público tanto pedia. Mas “Perdendo a Mão” (com Seakret e Jojo Todynho) e “Terremoto” (com Kevinho) falharam em atender a essa demanda popular, embora possam ter outros méritos. “Bola, Rebola”, que o POPline pôde ouvir em primeira mão, casa com o que as pessoas têm pedido pela Internet – uma música boa para balançar a bunda e se divertir no Carnaval. Não é mais nem menos do que isso.

É curioso pensar que, hoje em dia, um “funk de verdade” seja um dos maiores pedidos do público para Anitta. Quando iniciou a carreira no segmento pop, era justamente a origem no funk que a fazia ser vista com maus olhos no mercado. O preconceito era inegável, e a própria já falou sobre isso algumas vezes. Foi preciso a benção de grandes nomes, como Caetano Veloso e Andrea Bocelli, e o reconhecimento internacional para que ela ganhasse credibilidade (popularidade, já tinha). Neste ano, o mesmo Rock in Rio que a esnobou no passado a trará como um dos trunfos da line-up. Eu consigo ver a Cidade do Rock inteira rebolando com “Bola, Rebola” e “Vai Malandra”.

É importante destacar, contudo, que “Bola, Rebola” é um single do Tropkillaz, dupla de DJs formada por André Laudz e Zé Gonzales. O duo trabalhou nessa música por quase um ano até ela ganhar essas vozes e essa cara que todo mundo conhecerá na sexta (22/2).

A letra da música explora três idiomas – português, espanhol e inglês – para diluir qualquer barreira idiomática. O projeto trilíngue é interessante para todos os artistas envolvidos, em especial Anitta que trabalha justamente com esses três mercados atualmente. Alguns versos misturam línguas, como “shake your body, baby, só pra mim” e “tô ficando crazy, faz assim”, praticamente criando um quarto idioma cosmopolita. A letra é provocante, estimulante e esvaziada de qualquer conteúdo maior. É simples, é para requebrar. Basta dizer que o refrão é esse título – “bola, rebola, bola, rebola…” – repetido infinitas vezes. Contagia, sim. Anitta canta nos três idiomas. Alguns de seus primeiros versos são “yo te pongo loca, look at this”, “tá ficando crazy, faz assim”, “mirá que aprendiste direitin, tipo assim”.

A faixa começa com a reconhecida voz grossa de MC Zaac. De cara, você já percebe que é um funk genuíno e que não há truques neste sentido. A batida é mais interessante que a letra. Em seguida, entra Anitta. A ordem repete a de “Vai Malandra”, mas são músicas bem diferentes, acredite. Os clipes, sim, se assemelham bastante, por causa da ambientação na favela (desta vez, a Gamboa de Salvador), embora “Bola, Rebola” explore mais pesadamente a bunda de Anitta em dança livre. A direção não se fez de desentendida. Tem muito enquadramento em descida até o chão, quadradinho, bumbum pra cima, e todo e qualquer ângulo possível e inimaginável. J Balvin até apoia a cabeça na polpa do bumbum da amiga. Os seios de fora somente com os mamilos tapados, que viralizaram no dia da gravação e prometem ser uma boa fantasia no Carnaval, são ofuscados por tanta bunda. Afinal, você rebola é com a bunda.

J Balvin aparece na música pela primeira vez depois do primeiro refrão. Ele mistura espanhol e inglês nas construções de suas frases. Os trechos dele imprimem um pouco de reggaeton, trazendo totamente a marca do cantor latino. Quando chega a parte dele, você já está envolvido pela música e acredita que entendeu a estrutura melódica com a batida regular constante. Eis que vem a surpresa. Há uma quebra brusca no andamento e Anitta entra com outra melodia, um eletrônico mais suave e lento, cantando uma estrofe inteira em inglês (“do what you want, don’t matter what you say…”). Dá um gás na música no meio dela. É um trecho bonito.

Em seguida, o refrão traz de volta a estrutura rítmica habitual da música. No final, o “Bola, Rebola” ganha uma nova frequência e passa a ser cantado em velocidade rápida – o que promete ser um auge nos blocos de Carnaval, sem dúvidas. A aceleração lembra a “Dança do Créu”, que ainda era sucesso quando Anitta deu seus primeiros passos na Furacão 2000. A “velocidade 5” pode ter servido de inspiração para o Tropkillaz, quem sabe? Fato é que essa colaboração promete grudar que nem chiclete na cabeça de todo mundo. Prontos para arrasar no embromation no espanhol e no inglês? No meio da festa, ninguém vai notar.

P.S: A música começa com esses sons do teaser 😉