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Entrevista exclusiva: recém-contratado por gravadora, Leandro Buenno conta detalhes de sua carreira pós-The Voice


leandro buenno

“Ele é um popstar”. Essa foi a frase que Lulu Santos encontrou para definir Leandro Buenno, quando ele participou da 3ª temporada do “The Voice Brasil”, em 2014. Um ano depois, o paulista do interior se esforça para fazer jus ao título. Com contrato recém-assinado com a Sony Music, ele se prepara para lançar seu primeiro single no mês que vem, e um EP no fim do ano. Sua sonoridade? Pop, declarada e assumidamente. No reality show, cantou Disclosure, OneRepublic, David Guetta, Rihanna e Maroon 5 – e não foi uma estratégia para agradar o público. É o que ele gosta de ouvir mesmo. Leandro, a propósito, também trabalha como DJ.

Desde sua saída do programa, ele gravou um cover de Ariana Grande com Nonô Lellis, uma das concorrentes na competição televisiva, e agora trabalha na divulgação de “Sei Lá” – seu dueto com a cantora Nicky Valentine. A música ganhou um webclipe e alcançou o 7º lugar na lista de mais vendidos do segmento pop no iTunes. Para os fãs que conquistou no “The Voice”, ela serve com alento para a espera pelo material do próprio cantor.

Com estilo próprio, boa aparência, talento reconhecido, aprovação popular, referências interessantes e apoio de uma gravadora, Leandro Buenno é um nome que merece atenção. O POPline conversou com o artista para conhecê-lo melhor, e você acompanha o resultado disso logo abaixo, na íntegra. Que tal ler ouvindo “Sei Lá?” Fica a dica:

Você já conhecia a Nicky Valentine? Como surgiu essa parceria de vocês?
Eu já conhecia a Nicky, já tinha ido a um show dela, na abertura do DVD da Wanessa. Eu conheci ela lá, e gostei muito. Já tinha visto algumas coisas pela Internet, mas a conheci nesse dia, no show da Wanessa. Depois, eu fui acompanhar algumas coisas pela Internet. A assessoria dela entrou em contato com a minha, porque tínhamos um amigo em comum, que trabalhava na assessoria dela. O convite surgiu dessa forma e recebi a demo da música para ver se eu curtia, e eu gostei muito. Topei fazer.

Vocês gravaram um webclipe. Você já tinha feito algum clipe antes?
Não, foi a primeira vez. Na verdade, como você disse, foi um webclipe: a intenção era apenas fazer um material de divulgação de Internet. Acabou que, pela pressão da gravadora e dos nossos fãs, a gente acabou lançando isso como um clipe mesmo, divulgando na TV e tal. Mas de início era só um material de divulgação mesmo. E eu nunca tinha feito não, foi minha primeira vez.

E como foi a experiência de gravar um webclipe, clipe, que seja?
Cara, foi muito legal. A química minha e da Nicky rolou bem fácil, desde a gravação da música no estúdio a gente ficou bem próximo. E foi da mesma forma quando a gente foi gravar o webclipe. Rolou uma sintonia boa e foi fácil de fazer.

Depois do “The Voice”, você também gravou um cover da Ariana Grande com a Nonô Lellis…
Foi, foi. Fizemos um webclipe também.

Dá para concluir que você gosta de fazer duetos com cantoras ou foi algo que simplesmente aconteceu?
(risos) Bem, esse lance com a Nonô foi porque, desde o programa, o pessoal pedia. O meu público e o dela são bem similares, o público teen, e eles sempre pediam para gravar uma música com a Nonô. Quando acabou o programa, eles continuaram pedindo, e um dia eu falei com a Nonô: ‘Vamos fazer isso?’. E aí a gente acabou fazendo. Depois surgiu esse convite da Nicky e casou mais ou menos na mesma época. Mas eu gosto bastante sim.

Com quem você gostaria de gravar algo?
Com quem eu gostaria de gravar? Olha… Eu gostaria de gravar com a Anitta. Durante o programa, ela fez torcida para mim e eu fiquei super feliz, porque sou super fã dela, gosto bastante. Tenho vontade de gravar alguma coisa com ela.

Vocês já se conheceram?
Não, não conheci… Nós temos um amigo em comum e ela gravou um vídeo para mim na época do “The Voice”. Eu publiquei no Instagram… Mas a gente ainda não se conheceu pessoalmente.

Falando no “The Voice”, fuxicando o seu canal no Youtube dá para ver que você já tinha se inscrito no ano anterior, né?
É, eu me inscrevi nos três anos, na verdade.

E não te chamaram ou você só não chegou a fazer a audição?
Sim, eu fui chamado nos dois anos. Mas só entrei nesse ano.

E o que aconteceu nessas outras vezes que você se inscreveu?
Eu acho que não era o meu momento. Não era o momento certo para entrar. Se eu tivesse entrado no “The Voice” de 2013, por exemplo, eu não teria a segurança e o profissionalismo que eu tenho hoje em dia. As coisas acontecem no momento certo. Não foi no primeiro nem no segundo, e no terceiro foi meu momento de estar lá.

Que conselho você dá para quem está se inscrevendo e gravando o vídeo?
Tentar não ‘firular’ nada demais, não fazer nada muito produzido. É uma coisa simples. Não precisa de um cenário legal, de nada, o que vale é a sua voz. A dica é mostrar o que você realmente gosta de cantar, que isso vai transparecer na sua voz. É cantar o que você realmente gosta e o que você quer mostrar no programa.

Veja o vídeo que Leandro mandou na inscrição dele (cantando Beyoncé!):

E qual a dica para quem entra no programa?
É exatamente isso: cantar o que você realmente gosta de cantar e não tentar mudar… Tem gente que vai para esse tipo de concurso e pensa “tenho que escolher uma música muito difícil de cantar para impressionar”. Não. Cante o que você gosta e isso vai transparecer em você, e as pessoas vão gostar, independente da música… É claro que você não vai cantar “Atirei o Pau no Gato”, mas tem que cantar o que gosta. Não adianta forçar uma coisa que você não é, porque isso não vai adiantar de nada. Não vinga. Uma hora, a casa cai.

No seu canal no Youtube, eu também vi vários vídeos de você gorducho…
(risos)

…cantando no Raul Gil! Foram lá suas primeiras aparições na televisão?
Foi! Minha primeira aparição na TV foi no Raul Gil, e eu fiquei lá uns quatro anos, cinco anos. Eu entrei lá com 12 e fiquei até os meus 15, 16. Eu participei de um quadro chamado “Jovens Talentos” e depois ele acabou, mas eu fiquei fazendo homenagens aos artistas. Eu cantei para o Lulu Santos, a Sandra de Sá, a Daniela Mercury, uma galera bem legal. Isso me ajudou muito para a experiência que eu tenho de palco. Desde criança, com essa experiência de TV, de palco…

Não foi algo que te assustou no “The Voice”, né?
Me assustou um pouco, porque fiquei muito tempo fora disso. Eu estava há praticamente quatro anos sem pisar num palco. Eu sou do interior de São Paulo e quando me mudei para São Paulo, eu parei de cantar. Minha banda era do interior, então parei de fazer tudo. Eu só trabalhava com música aqui como DJ mesmo, parei de cantar. Então, para mim, o “The Voice” foi um recomeço, entendeu? Mas, é claro, eu acho que fiquei com menos medo do que uma pessoa que nunca tinha visto uma câmera na frente dela.

Você parou por quatro anos. Em algum momento, pensou em desistir da carreira e tentar outra coisa?
Nunca pensei em desistir, de maneira alguma. Eu me mudei para São Paulo, quando terminei meus estudos lá no interior, porque vim fazer Comunicação Social, que é outra coisa que eu gosto muito. Mas nunca desisti. Quando começaram os burburinhos de que ia ter “The Voice” aqui no Brasil, eu já fui atrás. Estava procurando alguma coisa. Não tinha outro canal aqui para a gente que gosta de cantar. Eu vim para São Paulo sozinho, não conhecia nada, não conhecia ninguém. Então, quando soube que ia ter o programa, já comecei a pesquisar e, quando abriu a inscrição, já fiz a primeira. Não deu certo, no ano seguinte, fiz a segunda. Fui pra lá também, não cantei, não deu certo… no terceiro ano, fiz de novo. Fui fazendo, entendeu? (risos) Nunca pensei em desistir. Vixi, tanto teste que eu já fiz quando era criança! Entrar no Raul Gil já foi difícil, ainda mais no “The Voice”, né? (risos)

O programa te deu muita visibilidade e, por algum tempo, você foi o favorito. Você não venceu, mas o que mudou na sua vida?
Mudou tudo. Mudou de um dia para o outro. Eu estava aqui em casa com meus amigos assistindo ao programa e, no dia seguinte, todo mundo que me encontrava me conhecia… e eu não conhecia ninguém. (risos) Era muito engraçado. O primeiro boom que todo mundo sente, eu acho, é em rede social, né? Eu tinha dois mil seguidores no Instagram e, na primeira atualização que dei, aumentou para 17 mil. Eu levei um susto.

E agora está com quanto?
Agora eu estou com 207 mil. De um dia para o outro, sabe? Para quem tinha dois mil seguidores e ninguém me conhecia… (risos) Em questão de um, dois minutos, isso aumentar 15 mil pessoas é surreal. Foi muito assustador. Nesse mesmo dia, eu nem dormi, por causa da adrenalina, e no dia seguinte fui para o Rio participar do programa da Fátima Bernardes. Depois, já tinham as batalhas do “The Voice”, enfim. Foi uma loucura: uma atrás da outra, uma atrás da outra… Cada aparição no programa aumentava mais a popularidade. Era muito, muito, muito legal.

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Quanto tempo depois você assinou o contrato com a Sony Music?
Faz mais ou menos dois meses. É bem recente.

E o que vocês estão preparando?
Nós vamos lançar o EP no fim do ano, com todas as músicas. Mas a gente separou um single para a cada dois meses, durante este ano todo. Então, no meio de junho, até julho no máximo, eu lanço meu primeiro single, depois de dois meses mais um, depois mais, mais um, mais um… Algumas parcerias também… No fim do ano, a gente junta todos esses singles, coloca mais um novo e lança o EP completo.

Você já gravou tudo?
Algumas coisas só. Tudo não.

E esse que vai lançar agora? Como se chama? É composição sua? Conte tudo!
Ela se chama “Nem Por Um Segundo” e não é [composição] minha. Ela é bem diferente de “Sei Lá”. É uma mistura de pop e reggae, menos romântica e um pouco mais adulta.

Você falou de parcerias… Que parcerias?
Com alguns DJs, por exemplo. Produtores musicais.

E você pode falar o nome? (risos)
(risos) O Boss In Drama é um deles!

E como é a pegada das outras músicas?
O EP vai ser pop, mas a gente não sabe ainda como vai ser a ordem de lançamentos, então não tenho como te dizer isso certo ainda. Mas esse primeiro é uma mistura de pop com reggae.

Você já trabalhava como DJ antes do programa. Você produz?
Eu tenho muita vontade de trabalhar com produção. Eu nunca produzi, mas sempre dou pitaco em tudo. Eu até encho um pouco do saco dos produtores que fazem as minhas músicas. Já pensei em produzir, mas nunca fiz nada. Futuramente, quem sabe, eu faça alguma coisa. Eu gosto muito de ser DJ, de mexer na produção musical… Pode ser uma futura opção para mim.

Você continua trabalhando como DJ?
Sim, sim, continuo trabalhando como DJ. Muitas vezes, eu faço o “pocket live”, porque eu toco e canto. Faço meu set de DJ e canto em cima do próprio set duas ou três músicas. Acabo mesclando.

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Em quem você se espelha na construção da sua carreira, tanto em termos de sonoridade quanto de trajetória?
Olha, eu escuto muita coisa diferente. Sou bem eclético. Eu gosto muito de pop e quem me acompanhou no programa pode pensar que só escuto Maroon 5, OneRepublic, coisas assim. Não. Eu gosto de tudo. Gosto de jazz ao samba. Gosto muito do Sam Smith, do Adam Levine, que tem uma pegada muito legal, do Adam Lambert, que é um cantor excepcional… Eu acho que automaticamente a gente acaba se inspirando nessas referências que a gente tem. Aqui no Brasil, curto muito Anitta, Ludmilla, Jota Quest, Onze:20, que tem essa pegada pop e reggae…

Qual seu maior sonho como artista?
Meu maior sonho é ser reconhecido pelo que eu faço. Eu sei que o programa me deu uma visibilidade grande, mas eu ainda estou caminhando para o meu reconhecimento como artista. O programa dá um empurrão, mas agora é com a gente. A gente tem que trabalhar para conseguir o que a gente quer. Meu maior sonho é ganhar minha vida como cantor, o que eu não fazia antes do “The Voice”. Hoje em dia, eu consigo, graças a Deus, viver disso. Eu quero conseguir viver o resto da minha vida dessa maneira.

E para este ano, além do EP, vai ter algo mais? Clipe?
Ah, com certeza! Como eu disse, vai ser uma novidade a cada dois meses. Vai ter EP, vai ter single, vai ter clipe, vai ter tudo.

“Nem Por um Segundo” vai ter clipe?
Vai. Ainda não gravei, mas a gente pretende disponibilizar isso antes de ser lançado o segundo single, então será nos próximos três meses. Ainda não sei como vai ser. Mas quando for lançado o single, a pessoal já vai entender mais ou menos como vai ser a comunicação visual, vai dar para ter uma ideia. Agora, não adianta eu explicar com palavras, porque a música muda tudo.

Ok. Para terminar, mande um recado tanto para seus fãs quanto para os leitores do POPline.
Eu queria agradecer a todos que me acompanharam no programa e pós-programa. As pessoas podem esperar coisas boas de mim, porque estou preparando o EP com muito carinho para todos que estão dispostos a ouvir. Aguardem, porque vão ter novidades o ano todo. Estou fazendo isso com muito amor e carinho!