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Entrevista: Karol Conka promete chamar alguém da plateia para subir no palco do seu show na festa POPline 10 anos


Já que é para tombar, ela tombou. Karol Conka já causou na sociedade (segura Brasil!), ficou barrada na porta da balada (drink na mão, inimigas no chão) e mostrou que é o poder (aceita, porque dói menos). Pronta para lançar sua música nova, “Maracutaia”, a rapper curitibana que brilhou na cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio se prepara para personificar o pop nacional na festa POPline 10 anos. Escolhida para headliner do evento, marcado para sexta (16/9), na casa noturna The Week Rio, ela prepara um show com “muito tombamento”, como gosta de dizer. Os ingressos podem ser adquiridos aqui.

Karol avisa: vai escolher alguém da plateia – um leitor sortudo do site – para subir no palco e se divertir com ela. Provavelmente, isso acontecerá quando chegar a vez de cantar “Lista VIP” ou o megahit “Tombei”, favorito do público. Dias antes do show, ela conversa com o POPline por telefone e conta que também está dividindo sua atenção com a gravação do segundo disco, com lançamento previsto para novembro. “Vai ter farofa, vai ter tudo quanto é tipo de música”, adianta.

O que as pessoas podem esperar desse seu show na festa POPline 10 anos?
Além de muito tombamento, eu vou cantar minha música nova de trabalho, “Maracutaia”, que vou lançar clipe logo mais. Vou fazer um cover, que gosto sempre de brincar, e vou fazer Amy Winehouse. Vou também contar com a participação de um público muito louco. Acredito que eles vão estar enfurecidos, porque essa festa vai ser maravilhosa, a galera é muito bacana. É isso. Vou selecionar alguém para subir no palco e fazer parte do meu show.

Em qual música você fará isso?
Eu sempre chamo na “Lista VIP” ou em “Tombei”, depende do momento. Tem vezes que estou cantando a música, vejo alguém muito empolgado e já me dá a louca, e convido logo. Mas geralmente chamo no “Tombei” ou “Lista VIP”.

Você está representando o que há de pop nacional na festa do site, que está completando uma década no ar. Como você avalia o pop brasileiro nesses últimos dez anos?
Eu acho que está em uma fase boa. Acho que muita coisa apareceu, fluiu. Gosto dessa palavra – fluiu – porque realmente o pop brasileiro fluiu. Está mais diversificado. Eu acho que o pop do Brasil é uma saladinha de frutas, e está da hora.

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Você prega o empoderamento feminino e foi até comparada com a Beyoncé pelo New York Times. Na festa, vão ser quatro mulheres no palco e todas te elogiaram muito e se disseram fãs.
Ai, que legal!

Existe esse estereótipo de que muita mulher junta gera rivalidade, fofoca, inveja. Você acha que, na cena pop, isso está mudando e tá rolando um #girlpower, mulheres unidas?
Com certeza! Rivalidade não leva a lugar nenhum! A pessoa, além de dar dez passos para trás, fica sozinha. Sozinha ninguém chega a lugar nenhum. A mulherada hoje está sabendo que esse lance de rivalidade foi uma coisa imposta pelo homem, pelo machismo. A partir do momento que as mulheres se descobrem feministas, se descobrem parceiras umas das outras.

Na sua entrevista para a Folha de S. Paulo, você contou que te pediram para mudar uma de suas letras, considerada pesada demais, para uma publicidade. Sua resposta foi “chama a Sandy”. O que você acha da Sandy?
Acho uma fofa! É até por isso que eu disse “chama a Sandy”. Temos artistas de todos os tipos no Brasil. Quando me refiro à Sandy, é no sentido de fofa, perfeita. Eu realmente acho o trabalho dela magnífico. Aprendi muita coisa já com o trabalho da Sandy. Eu, como sou do rap, do gueto, uma coisa mais esculachada, não chego nem perto do nível Sandy. Quando pedem uma coisa muito fofa, eu sempre brinco “chama a Sandy”, porque não me acho fofa.

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Você também é mãe, e seu filho fica em Curitiba com os avós e o pai. Imagino que você fique bastante tempo sem vê-lo por causa dos shows. É difícil conciliar vida pessoal – a maternidade – com a agenda atribulada que implica uma carreira desse porte?
É, é difícil, e é frustrante ao mesmo tempo, mas, como sou muito positiva, fico vendo só o lado bom e não fico presa nos dramas. Eu consigo conciliar da maneira que eu consigo suportar. Mas eu consigo manter contato com meu filho. Fico mesmo muitos dias sem vê-lo, isso me machuca, mas não tem o que fazer.

E dá para falar por WhatsApp o tempo todo, né?
Sim, toda hora! Exatamente. A gente fica nessa conexão.

O que ele falou sobre a apresentação nas Olimpíadas?
Ele achou um máximo. Acha demais a mãe dele aparecer e ele chegar na escola e todos comentarem. Mas ele me enxerga bem como mãe mesmo. Está bem acostumado. Já nasceu sabendo que sou artista, que estou nos palcos. Mas, para ele, aparecer nas Olimpíadas, foi uma coisa “nossa, mamãe, você é muito artista!” (risos).

Mudando de assunto, quem são seus amigos de verdade no mundo da música?
As pessoas mais próximas são Boss In Drama, Doncesão e deixa eu ver quem mais… Olha, quem eu vejo mais são esses. Os outros, não tanto. Mas sou bem amiga da Mel, da Banda Uó, do Liniker, da Tássia Reis, que a gente se liga a qualquer hora, se encontra e vai se amar. É muito legal. E sou amiga da Ludmilla, da Anitta, da Lorena Simpson e da MC Carol!

Você gravou uma música com a Ludmilla, né?
Ainda não gravei. Você acredita?

Ah, não? Pensei que já estava gravada.
Eu também! (risos) Ela falou que vou estar no disco dela, mas cadê a música? Está de pé ainda, a gente quer gravar. É que é muita correria!

Você prometeu o lançamento do segundo álbum para este ano. Tem previsão de mês?
Eu acho que vai sair em novembro, bem final do ano, uma coisa nada a ver, bem Karol Conka. Vai ser presente de Natal.

Em comparação ao “Batuk Freak”, como é esse álbum novo?
Esse álbum tem uma produção toda do Tropkillaz. Vai ter participação do Boss In Drama, da MC Carol e, inclusive estou escrevendo a música da nossa parceria neste momento. Vou para o estúdio hoje gravar. Nesse álbum, também vou regravar um clássico do rap nacional. Acho que estou mais madura nesse álbum, no sentido de saber conhecer mais minha voz. Tem uma música que fiz inteira cantada. O álbum está bem bacana. Vai ter farofa, vai ter tudo quanto é tipo de música.

Já tem título?
Ainda não tem título.

Você tinha um público do “Batuk Freak”, que curtia sua pegada mais social, e conquistou outra galera com “Toda Doida, “Tombei” e “Lista VIP”, mais festeiras. O álbum vai agradar os dois lados?
Sim, uma loucura! O álbum vai agradar com certeza.

Tava para rolar uma parceria sua com o Diplo. Rolou?
Não… O que acontece é que o Diplo é amigo do Zé Gon[zales], que é meu produtor do Tropkillaz. Ele comentou que gosta do meu trabalho e comentou da gente fazer alguma coisa. Mas eu não trabalhei nenhuma batida dele por enquanto. Estou bem focada no disco mesmo. Quando rolar, a gente faz. Eu gosto de deixar fluir naturalmente. É um desejo de ambas as partes. A gente já se falou, se encontrou aqui no Brasil também, mas não tem nenhuma música gravada por enquanto.

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Você falou recentemente que seu álbum será distribuído na Europa. Você também já fez vários shows lá. Pensa em gravar em outros idiomas?
Eu penso. Acho interessante, acho legal conversar com outros públicos através de outro idioma. Mas, por enquanto, estou só nos estudos.

Aonde você quer chegar como artista?
Eu sinceramente não sei aonde quero chegar. Sei que quero ir, ir, ir sem parar. Quero sempre passar minha mensagem, quero poder um dia realmente ter uma satisfação de ver que consegui passar uma mensagem de empatia para um público que sabe absorver. Quero me tornar uma das maiores artistas do Brasil, sendo lembrada por minha mensagem.

Para terminar, mande um recado para os leitores do POPline.
Quero deixar um beijo maravilhoso para todos, dizer que ninguém chega a lugar nenhum sozinho e que quero estar junto com todo mundo nesse show. Vamos tombar horrores na festa do POPline!

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