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“Spirit”, da Beyoncé, estreia nova temporada Termômetro – confira a temperatura final!


O Termômetro está de volta! A coluna opinativa do POPline que avalia singles e álbuns volta com uma nova dinâmica. Antes de continuar a leitura e descobrir qual a temperatura eleita pela redação do site para “Spirit”, da Beyoncé, acesse aqui e entenda direitinho como você pode participar da nova temporada.

Resenha: Amanda Faia

“Beyoncé estará no filme ‘O Rei Leão’ e contribuirá para a trilha sonora com uma faixa inédita”. A frase anunciada há semanas estremeceu de expectativa toda a imprensa internacional. Afinal, Beyoncé nunca entra em um projeto para não ter as devidas atenções e como grande intérprete de baladas, co-protagonista da versão live action, curadora e produtora de sua trilha sonora… todos sabiam que ela não iria entregar qualquer faixa.

“Spirit” saiu em antecipação à trilha sonora com repaginações de clássicos como “Circle of Life”, “Can You Feel The Love Tonight” e He Lives in You”, mas vem dividindo opiniões. Às vezes é difícil visualizar como uma canção inédita vai se comportar dentro de um contexto já conhecido, mas a familiaridade que temos com Beyoncé, seus runs, notas altas e estilo de cantar nos trazem um sentimento imediato de familiaridade.

Dito isso, “Spirit”, ao meu ver, se encaixa na trilha sonora. Ouvindo o álbum por completo, pode até se passar como releitura para quem não tem “O Rei Leão” cravado na lembrança. Os elementos africanos na letra, como as frases no início da música, e os inseridos na melodia, dão um certo ar de pertencimento à 1994. É uma música estilo Disney, do início ao fim. E pode também ser exatamente por esse sentimento de nostalgia ao original que talvez “Spirit” não tenha a mesma receptividade em rádios como “Shallow”, de Lady Gaga e Bradley Cooper.

Particularmente acho que não dá para comparar aqui, como muitos vem fazendo, “Spirit” com a vencedora do Oscar deste ano. E o motivo é muito simples: “Shallow” foi criada também para uma nova versão de um clássico dos cinemas, mas que se propôs a revisitar todo o enredo, se apropriando da ideia de uma forma geral e nos entregando novas personagens, uma nova história. Uma experimentação totalmente diferente. Isso deu à Lady Gaga, Mark Ronson e demais produtores, 100% de liberdade de criação.

Já o “live action” do “O Rei Leão” mexe muito pouco com a versão original, como vem pontuando o próprio diretor Jon Favreau em todas as entrevistas. Há certas iniciativas dadas aos atores tanto para o momento da atuação quanto para a interpretação da trilha sonora, mas a ideia nunca foi se distanciar das memórias criadas por um dos filmes mais queridos pelos fanáticos da Disney. E nem pode. Beyoncé e o lendário produtor Hans Zimmer trouxeram uma equipe africana para atuar diretamente neste resultado final de “Spirit”. Houve liberdade, afinal é uma faixa inédita, mas ela precisou ser criada dentro de uma história existe e repetida por anos. A aprovação nunca vai ser unânime, assim como “Shallow” – que sim, possui seus críticos.

“O Rei Leão” é um daqueles filmes e trilha sonora quase que intocáveis e o qualquer risco de crítica extremamente negativa vem sendo suavizada com a maestria na qualidade do elenco escolhido.

Temperatura: 85°c

Caian Nunes

Beyoncé é uma das poucas cantoras que tem uma aura de grandiosidade natural. Ela é do tipo impacta multidões só de parar no palco e fazer seu famoso “carão”. Essa grandiosidade, coincidência ou não, também é vista na figura do “Rei Leão”, filme em que a cantora ficou com a missão de dublar a personagem Nala, além de participar a trilha sonora. A cantora conseguiu transmitir o universo da trama magistralmente em “Spirit”. Os vocais são intensos, os elementos africanos são impactantes e o resultado final é incrível. Talvez pela nostalgia, no entanto, a gente não consiga sentir aquela mesma coisa como em “Can You Feel The Love Tonight”, de Elton John. Isso é esperado… Pode ser que daqui a duas décadas, a gente consiga sentir isso com “Spirit”.

Temperatura: 90°c

Helena Marques

25 anos se passaram desde que a balada romântica e lúdica “Can You Feel The Love Tonight”, de Elton John, foi uma trilha sonora para ninguém colocar defeito, com refrão marcante, fofo e melódico que ilustrava a perfeita simbiose do amor de Nala e Simba no filme “O Rei Leão”. Já na versão “Live Action” quem canta o primeiro single da trilha sonora do novo filme em um “novo mundo”, muito mais plural, onde representatividade importa, é ninguém menos que Beyoncé – cantora conhecida por sua atuação no movimento negro e feminista.

O nome da música? “Spirit”. Tudo a ver com uma história ambientada na África, berço da humanidade e civilização, que começa como uma saudação na língua africana suaíli: “ Uishi kwa muda mrefu mfalme (Uishi kwa, uishi kwa)”, que em português significa: “Vida longa ao rei (Vida longa, vida longa) Vida longa ao rei (Vida longa, vida longa)”. A partir dessa análise de símbolos já fica claro que a Disney está se renovando em diversas esferas e com uma parte tão importante do filme como a trilha sonora não poderia ser diferente! Apesar de Beyoncé mais uma vez chamar atenção para a sua capacidade de cantar baladas, como foi em “Listen”, de 2007, música do filme “Dreamgirls”, “Spirit” é uma canção conceito. Tem fôlego, representatividade, mas não é radiofônica, ainda que a transição entre graves e agudos da popstar e a agilidade vocal possam servir como grande fonte de estudo para quem ama técnica vocal, não é o tipo de música que te faz sair do cinema cantarolando a melodia.

Temperatura: 80°c

Mari Pacheco

“Spirit” me leva de volta a 1994. Desde os seus primeiros acordes e das primeiras notas do canto de matriz africana que surge logo no início da faixa: tudo me remete a “O Rei Leão” e o quanto este filme marcou a minha infância. Beyoncé conseguiu ser fiel ao verdadeiro espírito da história de Simba e ao mesmo tempo proporcionou o frescor de 2019 para a trilha-sonora deste grande clássico da Disney, que ganha nova versão em poucos dias. É sempre assustador mexer em algo que reside em nossa memória afetiva, mas aqui ela se manteve intacta. Não houve rupturas, não houve degradação de algo que é guardado de maneira tão doce nas lembranças. 

Entretanto, para mim, a expectativa para com esta música era gigantesca, já que a mesma foi comparada e até mesmo dita como superior a “The Circle Of Life”, de Elton John, tema da versão original de “O Rei Leão”, que foi indicada ao Oscar na categoria “Melhor Canção Original” em 1995. A comparação foi infeliz. A música do cantor e pianista inglês sai na frente em uma infinidade de detalhes, principalmente na letra mais encorpada, que faz parte de um dos mais lindos diálogos do filme: a conversa entre Mufasa e Simba sobre o que é necessário para ser um verdadeiro rei. É bem verdade que “The Circle Of Life” não saiu premiada do Oscar, mas vale lembrar que esta faixa perdeu para uma outra música do mesmo filme e do mesmo artista, Elton John, “Can You Feel The Love Tonight”. Falo de Oscar porque a estratégia de Beyoncé com “Spirit” é bastante clara: ela quer a estatueta. Acredito que assim como aconteceu com “The Circle Of Life”, “Spirit” estará elencada entre as melhores canções originais deste ano, só resta saber se o desfecho será o mesmo.

Temperatura: 80°c

Agora é a sua vez

Nesta nova versão do “Termômetro” a nota final da música terá contribuição também da audiência. Nossa redação já escolheu a temperatura para “Spirit”, mas tudo pode muda quando você vota!

77% dos nossos seguidores decidiram que a música é “quente”, sendo essa a nota da audiência. Confira acima a temperatura final!