O ano passou voando e já estamos na reta final de 2022. Nesse meio tempo, a indústria da música foi bem movimentada, com uma série de álbuns lançados por grandes artistas e bandas de rock – nacionais e internacionais. Nessa matéria, o ROCKline relembra dez de alguns lançamentos dos discos mais cobiçados deste ano!
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Detonautas – “Esperança”
O Detonautas Roque Clube lançou “Esperança” em fevereiro deste ano. Composto por oito faixas, o oitavo disco na carreira do grupo traz a participação de Frejat na música “Medo”, feita a partir de um poema de Bráulio Bessa, e conta com uma regravação de “Amanhã é 23”, canção do Kid Abelha que apareceu no álbum “Tomate” (1987).
Cada detonauta gravou sua parte de “Esperança”, cabendo a produção a Marcelo Sussekind. A mixagem e masterização ficaram a cargo de Arthur Luna. O álbum foi gravado no início da pandemia, entre abril e agosto de 2020.
Red Hot Chili Peppers – “Unlimited Love”
O heroísmo permeia a trajetória do Red Hot Chili Peppers a cada década. Na década de 80, o quarteto da Califórnia era o “herói” de John Frusciante, que teve a missão de substituir o ídolo Hillel Slovak, vítima de overdose em 1988. Após o sucesso estrondoso, a recuperação das drogas e o adeus nunca aceito pelos fãs, o guitarrista retorna em “Unlimited Love” para “salvar” a banda e dizer, com seus riffs, que o tempo não passou.
“Unlimited Love” remete à fase de ouro do Chili Peppers, em que Anthony Kiedis, Flea, Chad Smith e John Frusciante foram os “heróis” da geração que conheceu hits como “Give It Away” (1991) e “Scar Tissue” (1999) em rádios FM e na MTV, especialmente no Brasil.
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Ratos de Porão – “Necropolítica”
Antes mesmo de se saber que o Ratos de Porão estava gravando um novo álbum, a expectativa já era grande. João Gordo (vocais), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) tinham muito a dizer com a situação do país e do mundo nos últimos tempos. Tal qual em 1989, quando a banda lançou o icônico “Brasil”, a nação se desintegra em um caldeirão que reúne inflação, fome, desemprego e reacionarismo neoliberal.
Só que desta vez há um agravante gigantesco: a pandemia de Covid-19, que chegou a dizimar quase 700 mil vidas (fora subnotificações) no país, tendo o apoio do negacionismo do governo atual como trunfo.
“Necropolítica” surge neste cenário que mistura a realidade nua e crua com um absurdo quase anedótico, porém muito verdadeiro. Não à toa, as letras são críticas e provocativas na mesma medida.
Liam Gallagher – “C’mon You Know”
“C’MON YOU KNOW” chegou como sucessor de “Why ME? Why Not.”, de 2019, e também do primeiro disco solo do ex-Oasis Liam Gallagher, “As You Were”, lançado em 2017.
O terceiro álbum solo de Liam não marca necessariamente uma nova era do cantor. Com uma sonoridade familiar, o disco agrada aqueles que esperavam mais uma série de músicas de rock “com o vocalista de sua banda favorita dos anos 90”.
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Panic! At The Disco – “Viva Las Vengeance”
O Panic! At The Disco normalmente está nas listas de bandas favoritas daqueles que acompanharam o cenário do pop rock nos anos 2000. A banda de Brendon Urie, inegavelmente, foi referência musical para grande parte da geração mais nova. E, anos depois, “Viva Las Vengeance”, sétimo álbum de estúdio lançado nesta sexta-feira, quer ressuscitar esse mesmo entusiasmo de descoberta.
“Viva Las Vengeance” chegou para os fãs em todas as plataformas de áudio quatro anos após um álbum pouco lembrado, “Pray For The Wicked” (2018).
É importante ter em mente que o álbum possui diversas camadas a serem exploradas. Afinal, é um dos primeiros trabalhos de Brendon Urie com a banda após um bom tempo do frontman testar novas experiências como artista solo, no qual até fez uma parceira com Taylor Swift em “ME!”, do álbum “Lover” (2019).
Por isso, “Viva Las Vengeance” parece ter um gostinho diferente. É um pouco mais amargo, mais provocante, e brinca com a famosa canção “Viva Las Vegas”, de Elvis Presley, que tornou-se um mantra para o resto do mundo.
Slipknot – “The end, so far”
Em setembro, o Slipknot lançou o seu sétimo disco de estúdio. “The End, So Far” levantou polêmicas desde a divulgação do seu nome, com os boatos de que esse seria o último disco da banda. Corey Taylor, líder do grupo, tratou de acabar logo com os rumores, esclarecendo que esse era apenas o fim do contrato com a gravadora Roadrunner Records.
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Mas a verdade é que “The End, So Far” carrega sim ares de mudança, desde sua introdução atípica até o seu final estranhamente calmo. A sonoridade caótica da banda ainda se mantém pesada e coerente neste trabalho, mas agora traz um tom mais organizado e até melódico.
Já as letras que um dia foram inspiradas em experiências pessoais dos integrantes da banda, se transformam em algo maior que eles. “The End, So Far” traz temas sobre os fãs e seus desejos, sobre os sentimentos mais comuns em nós, seres humanos, e nossos maiores defeitos.
Ozzy Osbourne – “Patient Number 9”
O lendário Ozzy Osbourne não vem vivendo a melhor fase de sua vida pessoal, lidando com vários problemas de saúde e vendo sua esposa, Sharon, passar por questões que envolvem até mesmo o cancelamento na internet.
Ainda assim, a carreira do Príncipe das Trevas está mais vivo do que nunca com o lançamento de “Patient Number 9”, álbum que chegou às plataformas digitais em setembro. O trabalho é o décimo terceiro de estúdio do vocalista, e chegou recheado de participações especiais.
Ele reiuniu desde Eric Clapton (em “One of Those Days”) até Tony Iommi, seu ex-companheiro de Black Sabbath que aparece em “No Escape From Now” e “Degradation Rules”, passando por Jeff Beck e Zakk Wylde e ainda pelo saudoso Taylor Hawkins, entre outros grandes nomes.
Planet Hemp – “Jardineiros”
Ainda que 22 anos separem “Jardineiros” do último álbum de repertório inédito da banda carioca, “A invasão do sagaz homem fumaça” (2000), o abismo social do Brasil continua profundo, tendo sido mais cavado nos últimos anos. Essa distopia fez com que o Planet Hemp soasse extremamente atual ao manter o ritmo e a raiva no discurso ativista do álbum “Jardineiros”.
Com o álbum, o grupo voltou para a trincheira sem se intimidar e não é por acaso que o disco abre com a voz do ex-integrante Marcelo Yuka – falecido em 2019 – sentenciando que “Quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder inimaginável”.
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Red Hot Chili Peppers – “Return of the Dream Canteen”
A volta de John rendeu muito mais frutos. Era óbvio que seu retorno faria com que a banda tivesse uma explosão de criatividade para trazer ao público novas canções e a confirmação de tal tese veio em outubro, quando no segundo álbum lançado por eles este ano, “Return of the Dream Canteen”.
Pode-se dizer que “Return of the Dream Canteen” é um irmão gêmeo de “Unlimited Love”. Ambos foram gravados nas mesmas sessões de estúdio em 2021, canalizando uma dupla energia represada.
Smashing Pumpkins – Ato 1, ATUM
A obra, que teve seu lançamento e datas anunciados pela banda ainda em 2022, possui um novo conceito de “sequela” de CDs lançados anteriormente pelo grupo, sendo eles: “Mellon Collie and the Infinite Sadness”, de 1995, e “Machina/ Machine of God”, de 2000. E segundo o frontman Billy Corgan, este tom de continuação se dá pelo fato de que nas três obras o protagonista é o mesmo, porém com nomes diferentes.
O primeiro ato foi lançado em novembro deste ano; o ato 2, em 31 de janeiro de 2023; e o ato 3, em 21 de abril de 2023, quando será disponibilizado, juntamente com uma caixa de edição especial com todas as 33 faixas do álbum, mais 10 músicas inéditas adicionais.