Foi depois de um sonho que o cantor e compositor Caio colocou no papel a letra e também a melodia de ‘Passageiro’, single que foi lançado no dia 9 de junho e é acompanhado do videoclipe com direção de Felipe Sassi.
Com produção musical de Douglas Moda e Nave, a canção abre uma nova era na carreira do artista e é título de seu primeiro álbum solo de estúdio, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2023.
‘Passageiro’ convida a celebrar o agora. A narrativa que reflete a cronologia da vida humana e conclui que absolutamente nada sobra embaixo da mão implacável do tempo. É a alegria de viver o presente que deve nos manter mais ocupados do que as preocupações do futuro ou as lamentações do passado.
“Passageiro surgiu no mesmo dia em que minha avó paterna e tias, irmãs do meu pai, se mudavam de casa lá em Minas Gerais, devido aos alagamentos provocados pelas fortes chuvas. No dia 20 de março de 2021”, comenta Caio. “A casa onde eu nasci, cresci, que minha família viveu por mais de 50 anos, se tornou história. Eu não os visitava desde o início da pandemia, então quando retornei para Contagem em dezembro de 2021 havia um novo lar. Por tudo isso sempre lembro da data exata do nascimento de Passageiro. Algo se conectou com esse inconsciente da vida transitória”, explica o artista sobre sua composição.
“Ser ‘passageiro’ é nossa condição no trem da vida. Somos espectadores das paisagens que passam através da janela”, reflete.
Pontapé inicial do próximo álbum de Caio, o single ‘Passageiro’ abre esta nova era do artista ao evocar a jornada de um andarilho místico que lida com as dificuldades que se apresentam e decide seguir em frente.
Primeira música produzida em parceria com Douglas e Nave, enfrentaram juntos o desafio de chegar a uma sonoridade que dialoga com as produções de música brasileira da década de 70, ao mesmo tempo que bebe da fonte do samba e da modernidade do pop.
“A palavra-tema era “nostalgia”. Com esse norte, fomos experimentando. Amamos o resultado solar e vibrante da faixa”, conta Caio.
Para destacar a narrativa deste Caio andarilho que flerta com os anos 70, o diretor Felipe Sassi uniu live action e stopmotion e conduziu o videoclipe em alusão ao clássico ‘O Mágico de Oz’, gravado na Fazenda Mundo Novo 1, em Piquete, interior de São Paulo.
Nesta narrativa, Caio encontra pessoas distraídas pelo tempo que, ao serem convidadas a sambar, se lembram de viver o presente. Além disso, Sassi propõe uma jornada de reconexão com a nossa criança interior e é possível acompanhar o artista em reconciliação com a própria mãe, o pai, sua criança e uma simpática loba guará, seu reencontro com a alegria.
“‘Passageiro’ nasce como um clipe muito teatral. Precisava da preparação de corpo para que remetesse diretamente a esses símbolos que a gente queria tanto trazer. Esse universo da TV Cultura e de diversas artes que permearam nossa construção artística”, comenta o diretor criativo Felipe Sassi. “É uma história onírica, mas ao mesmo tempo ela flerta com esse realismo do cinema com o tom teatral. Trouxemos muitas referências que gostamos para criar realmente um mágico de Oz brasileiro”, complementa.
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Mas, afinal, quem é Caio?
Cantor e compositor de origem afroindígena, aos 33 anos Caio busca reforçar sua ancestralidade e raízes brasileiras com suas canções, videoclipes e apresentações.
Natural de Belo Horizonte, iniciou a carreira profissional em 2013 com o grupo de samba ‘Baú Novo’, na cidade de Goiânia, onde também estudou publicidade e propaganda.
Em 2017, se mudou para São Paulo e focou em seu trabalho solo voltado para brasilidades. Já em 2019 lançou ‘Sente o Tambor’, música e videoclipe que reforçam seu discurso ancestral e já soma quase 1 milhão de views. No mesmo ano lançou o álbum ‘Caio Ao Vivo No Show Livre’, composto por músicas autorais e a canção ‘Só’.
Por sua vez, em março de 2020, estreou o projeto ‘Um Conto do Brasil’, no Teatro Gazeta, um show que propõe um passeio poético pela construção da cultura e crenças do povo brasileiro. No mesmo ano, Caio lançou a música ‘Canto da Liberdade’, uma reflexão sobre o período da quarentena vivido por conta da pandemia da covid-19.
Entre suas principais referências musicais, destaca o silêncio como o início de tudo. “Quando estou comigo, nesse espaço vazio, surgem muitos insights”, disse o artista.
É na música brasileira que ele mergulha para suas criações: a força e a teatralidade de Maria Bethânia, o texto crítico e provocativo de Raul Seixas, a doçura e swing de Gilberto Gil e a poesia sincera de Cartola.
No âmbito internacional, se inspira nas irmãs Knowles (Solange e Beyoncé) com o R&B pop e a excelência visual, e a dualidade visceral de Michael Jackson, com a intensidade sobre a produção da vida no planeta e uma história de amor, que o instiga a pensar arte fora da caixa.