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Líder da Nintendo Portugal fala sobre traduções de jogos para português

Recentemente, campanhas foram criadas para ter mais games da Nintendo traduzidos para português.

Foto: Divulgação

Recentemente, o anúncio dos novos games Pokémon, “Pokémon Scarlet e Violet”, que não possuirão tradução para Português, nem do Brasil nem de Portugal, reacendeu o debate sobre localizações de games para nossa língua. E sobre isso, o líder da Nintendo Portugal explicou a real situação.

NIntendo Switch OLED
Nintendo Switch – OLED Model (Foto: Divulgação)

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Em entrevista para o site Eurogamer, Jorge Vieira, líder da Nintendo Portugal, comentou sobre os constantes pedidos para que os jogos da Nintendo sejam traduzidos para o português, explicando que a questão de localização de games não é tão simples quanto o público acha que é.

Jorge ainda citou o crescimento do mercado gamer brasileiro para a Nintendo, que retomou suas atividades por aqui há pouco tempo, como um fator que pode ajudar a ter mais games traduzidos para português.

No caso de Pokémon, Jorge Vieira ainda explicou que a decisão da localização dos games para português passa ainda pela Game Freak e The Pokémon Company, além da própria Nintendo.

Confira o que Jorge Vieira afirmou sobre a tradução de games da Nintendo para português:

“A localização é um tema que não passa somente por cada país. Obviamente, se a decisão dependesse de nós cá em Portugal, teríamos os jogos localizados, mas é um processo que tem seguramente muita gente a intervir na decisão. Não é tão fácil como às vezes leio, com alguma ingenuidade, que é pegar em três ou quatro pessoas, traduzimos e isto fica bem.

É um processo sistemático que terá de cumprir com um certo padrão de qualidade a nível não só da tradução como da revisão, algo que envolve muitas pessoas e é um processo que leva o seu tempo.

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Eu compreendo especialmente aquela observação que normalmente fazem, especialmente cá em Portugal, em que as pessoas não percebem um bocadinho porque é que no tempo da 3DS e Wii U a Nintendo teve tantos jogos first-party localizados em Português e gostaram imenso. Ainda me lembro do Paper Mario: Color Splash na Wii U, ainda hoje as pessoas me dizem que a tradução estava fantástica, ‘conseguiram mesmo capturar o espírito do jogo’ e obviamente que depois perdemos isso com a Nintendo Switch e aqui no fundo acaba por ser uma decisão de negócio, uma questão de volume de vendas que na prática justifica ou não a localização.

Agora retomou-se isso um bocadinho recentemente, com o ‘Mario Party Superstars’ no ano passado, localizado para Português do Brasil. Também ajuda muito a questão no mercado brasileiro a Nintendo estar paulatinamente novamente a recuperar um espaço que já teve no passado e obviamente começa a ser uma aposta. Na prática, são peças que lentamente se vão conjugando umas com as outras e não é uma decisão no momento. É um processo que demora o seu tempo.

O que posso prometer à comunidade de fãs da Nintendo cá em Portugal é que fazemos sempre o nosso lobbying, ou seja, todos os anos a questão da localização é muito importante para nós. Mesmo sabendo que muita gente, mesmo tendo a opção da localização, prefere jogar o jogo em Inglês ou Japonês ou na sua língua original, obviamente compreendo que para pais ou tios com crianças mais pequenas e a questão da língua ainda é uma barreira, é algo importante.

Quantas mais opções tivermos, melhor. Se tivermos a opção de ter o jogo em Português, mesmo a questão do Português do Brasil, Mario Party Superstars no ano passado foi um caso exemplar disso, mesmo sendo Português do Brasil ajuda imenso, especialmente com as crianças. Mas também temos questões muito nossas, já tive de explicar internamente sobre o acordo ortográfico, das diferenças do Português para o Português do Brasil e obviamente é um tema.

Mas prometemos que a questão não está esquecida, continuamos a trabalhar nisso e vamos ver. O nosso objetivo é no futuro ter cada vez mais jogos localizados”.