Está entre nós! Harry Styles escancarou sua intimidade ao abrir as portas e convidar o público a embarcar na poesia vulnerável e honesta de seu mais recente álbum, o Harry’s House”, terceiro disco de sua carreira solo, lançado nesta sexta-feira (20). E, como não poderia ser diferente, o cantor britânico acertou em cheio ao dar às boas-vindas à era com o hit “As It Was”.
É que a faixa engloba perfeitamente a essência de camadas que o cantor pretende apresentar ao decorrer do trabalho, que promete movimentar a industria. Mas se você pensa que esta possa ser a melhor faixa do disco, é muito possivelmente que tenha uma grata surpreenda ao se envolver com uma trackilist repleta de sucessos e letras tão intensas, quanto apaixonantes.
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Numa era em que muitos artistas se debruçam sobre ritmos virais, “Harry’s House” soa honesto, ousado, popular e bastante original. Por vezes bebendo das fontes do rock, R&B, folk e pop, o disco mergulha na cena oitentista da música, embora super atual.
O POPline marcou presença numa audição fechada, promovida pela Sony Music, na última semana, para conferir em primeira mão um dos mais aguardados lançamentos do ano. E o disco, é, sim, uma grata novidade! Afinal, Harry conseguiu criar um trabalho coeso e moderno, ao mesmo tempo que disserta sobre temas pessoais. Sejam bem-vindos ao novo lar de Styles!
Dois tons
Não é a toa que o compacto foi dividido em duas partes, viu!? Enquanto o Lado A entoa faixas dançantes e otimistas como “Music For a Sushi Restaurant”, que marca uma curiosa abertura, “Late Night Talking” e “Grapejuice” até chegar na já aclamada “As it Was”, o Lado B, aguça uma faceta ainda mais artística (na raiz da palavra) do cantor. A b-side se propõe a apresentar canções mais sutis como “Satellite” e “Boyfriends”.
“Harry’s House” trabalha bem aos toques de sintetizadores, metais e dedilhados acústicos, de uma forma geral, muitas vezes mergulhados no technopop. Tudo muito bem pensado e produzido desde o iniciou ao enceramento com a apoteótica “Love Of My Life”. Dá pra sentir, de cara, que as canções foram pensadas para serem reproduzidas em um mega show – como já tivemos o pequeno gostinho no Coachella.
É evidente que, além de “As It Was”, que já se tornou a primeira faixa a receber certificado de diamante nos Estados Unidos em 2022 e figurou no topo da Billboard Hot 100, canções como “Boyfriend”, “Music For a Sushi Restaurant” e “Late Night Talking” — que está “gritando” para ser single —, serão umas das faixas mais trabalhadas da era. E não é para menos.
“Late Night Talking”, por exemplo, chega numa pegada dançante, a la anos 1980, refletindo sobre o amor – tema muito recorrente por entre as 13 faixas, diga-se de passagem. “If you’re feeling, I just wanna make you happier baby / We’ve been doing all this late night talking / About anything you wanted until the morning / Now you’re in my life / I can’t get you out of mine mind”, canta.
“Se você está se sentindo, eu só quero te fazer mais feliz, baby / Nós estamos fazendo toda essa tarde da noite falando / Sobre qualquer coisa que você queria até a manhã / Agora você está na minha vida / Eu não consigo tirar você da minha mente” – em tradução livre para o português.
Superprodução
Destaque também para “Cinema”, em que Harry surge ainda mais envolvente ao sussurrar: “Você estoura quando ficamos íntimos”. Lembrando a composição, chega ainda com o auxílio luxuoso de John Mayer nas guitarras. Chique demais, não é mesmo?!
Vale ressaltar a produção milimetricamente pensada para cada uma das tracks’s. Todas, sem exceção, trazem uma infinidade de cores, fugindo de qualquer monotonia. Ah, a evolução vocal de Harry é um ponto à parte. Além de trazer uma voz ainda mais encorpada, o artista se arrisca em falsetes bem entoados em boa parte do novo compacto.
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Produzido por Tyler Johnson e Kid Harpoon, “Harry’s House” mostra um músico ainda mais promissor dentro de seu nicho musical, com grande possibilidade de furar a bolha. “Daylight” flerta diretamente com influência do pop alternativo, destaque para a ponte arrebatadora, que traz nova cor a canção, enquanto “Little Freak” conta com marcação de bumbo em seu andamento, remetendo às batidas do coração.
“Matilda”, onde conta as dores e as delícias da entrada da vida adulta, uma doce melancólica. A música representa o fechamento do primeiro ato do disco, com toque acústico. “You can have a party full of everyone you know / Don’t invite your family ‘cause they never showed love” (“Você pode fazer uma festa cheia de todos que você conhece / Não convidar sua família porque eles nunca demonstraram amor”) canta.
Bem-vindos!
Para quem viu o título de “Love of My Life” e acreditou ser uma releitura do grande clássico do Queen, pode esquecer essa ideia. A faixa autoral encerra o disco de forma doce e sensível, com instrumental e letra apaixonantes. O que faz Harry Styles o dito “último romântico”. “It wasn’t what I wanted, to leave you behind / You were the love of my life” (“Não era o que eu queria, deixar você para trás / Você era o amor da minha vida”), finaliza o disco.
Com tudo, “Harry’s House” marca o terceiro disco da carreira solo de Styles, após o autointitulado “Harry Styles”, de 2017, o aclamado “Fine Line”, de 2019, sendo prova de que o britânico elevou o nível de seu trabalho, que promete agradar não só a base de fãs, mas também aos amantes da boa música. Com o íntimo “Harry’s House”, o anfitriã oferece uma ótima recepção em sua casa.
Ouça o disco abaixo: