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Baú por Amanda Faia: Avessos à mídia, Daft Punk volta às paradas após 12 anos


daftpunkOs fãs da música pop não tiveram o que reclamar de 2013. Retornos de artistas importantes, lançamento surpresa e com um sucesso até inesperado permearam todo o ano que acabou de se encerrar, se destacando nas principais listas dos veículos de comunicação mundiais.

É o caso do Daft Punk, primeiro personagem do Baú do POPline. A nova geração se rendeu ao balanço marcado de “Get Lucky”, mas não entendeu a euforia dos especialistas com a confirmação de que a dupla eletrônica estará no Grammy 2014 se apresentando ao vivo. Basicamente artista de turnês, o Daft Punk passa longe da tradicional divulgação que os fãs de pop estão acostumados e que influenciam outros artistas da EDM em evidência como Avicii, David Guetta e Calvin Harris. Na música desde a década de 1990, o Daft Punk prefere estar em contato direto com os fãs e não se pressiona em lançar disco atrás de disco por medo de perder a relevância em um mercado mutável e questionável.

O primeiro disco dos franceses surgiu em 1997 com discreto sucesso nos Estados Unidos, mas conquistou a Europa – berço da música eletrônica e mais aberta a novidades do gênero. No início dos anos 2000, enquanto os olhos do pop estavam voltados para brigas construídas pela mídia entre Britney Spears e Christina Aguilera, o Daft Punk dominava os clubes noturnos com “One More Time”. Sem ter como escapar, o rádio se rendeu ao hit escolhido posteriormente pela revista Rolling Stone uma das 100 músicas da década (2000-2009).

Entre “One More Time”, “Harder Better Faster Stronger” e outro grande hit mundial do Daft Punk se passaram 12 anos. Assim como as duas faixas citadas acima, “Get Lucky” ultrapassou a barreira dos veículos especializados em EDM, chegando aos ouvidos de gostos variados, colocando Pharrell de volta nos holofotes e rendendo ao produtor um contrato solo em 2014.

Por mais egocêntrico que seja, Kanye West foi um dos responsáveis por resgatar o Daft Punk em 2007 para o grande público. “Stronger”, faixa do álbum “Graduation”, possui samples de “Harder Better Faster Stronger” e foi o motivo da presença do Daft Punk no Grammy de 2008 – última apresentação do duo na televisão até então. Daí o alvoroço.

De mansinho e sem grandes expectativas de voltar ao topo das paradas mundiais, os mascarados Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter concorrem a cinco gramofones dourados incluindo “Melhor Disco”, por “Random Access Memories” e “Melhor Canção”, claro, por “Get Lucky”.

Atuais e ainda surpreendendo ouvidos dos mais velhos que não se deparam com grandes novidades na música atual, o Daft Punk é um destes artistas que faz a nova geração, se assim ela tiver interesse, olhe com carinho o passado e vasculhe o baú do pop para entender o que é feito no presente.

amanda faia