O caso do processo movido pelo “bebê do ‘Nevermind'” contra o Nirvana é apenas um de alguns casos recorrentes de bandas que tiveram que resolver na justiça problemas com seus respectivos modelos de capas de álbuns. Uma lista feita pelo site da Loudwire traz outros casos. Confira abaixo:
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Nirvana
Spencer Elder alega que foi “estilizado e fotografado” para representar o magnata da Playboy, Hugh Hefner, e cita “pornografia comercial infantil” como a maior causa de ação contra a banda. Kurt Cobain, Dave Grohl, Krist Novoselic, o fotógrafo Kirk Weddle, o designer Robert Fisher e as gravadoras Universal Music, MCA Records e a Greffen Records são os réus do caso.
O novo processo reitera a alegação do processo original de que o Nirvana pretendia “desencadear uma resposta sexual visceral do espectador ao jogá-lo debaixo d’água e tirar fotos que destacaram e enfatizaram os órgãos genitais expostos de Spencer”.
A ação chega exatamente no aniversário de 30 anos do “Nevermind” e o anúncio de várias atividades em celebração ao álbum. Elden alega que sofreu “danos ao longo da vida” e diz que seus tutores legais nunca assinaram um documento com direitos de imagem e nunca foram pagos. Biógrafos da banda alegam que as fotos feitas para capa, com o consentimento dos pais, teriam sido remuneradas por 250 dólares. Os advogados da banda falam que os argumentos de Spencer são fracos.
The Rolling Stones
O álbum “Some Girls”, dos Rolling Stones (1978) também está na lista. A arte inicialmente desenhada por Peter Corriston e ilustrada por Hubert Kretzschmar mostrava imagens cortadas de várias celebridades incluindo Lucille Ball, Farrah Fawcett, Raquel Welch, Marilyn Monroe e Judy Garland, além dos integrantes da banda.
Lucille Ball, Farrah Fawcet, Liza Minnelli (em nome da mãe) e o espólio de Marilyn Monroe entraram com processo já que, segundo elas, não houve permissão de uso.
A banda substituiu os rostos de todas as mulheres pelos dos membros (acima).
TAD
A capa do álbum “8-Way Santa” foi para as lojas com os integrantes em destaque, mas essa não era a imagem original. O vocalista Tad Doyle encontrou um álbum de fotos em um brechó e nele havia uma foto polaroid de um casal – ela de biquíni e ele com uma das mãos no seio dela.
A banda e selo decidiram usar a imagem. Patricia Rogers e Kimball Weber, agora ex-casal, descobriram que a imagem havia sido registrada nas lojas e entraram com um processo contra a Sub Pop. Segundo o Loudwire com informações do The Chronicle, o acordo foi de US $ 2.500 antes do álbum ser amplamente distribuído.
Placebo
A capa do álbum homônimo do Placebo (1996) é estrelada por David Fox ainda criança. O rapaz alegou que sofreu bullying na escola por causa da imagem e chegou a afirmar categoricamente que “aquela foto arruinou” sua vida. A declaração foi feita ao The Sun [via Digital Spy], segundo o Loudwire.
Fox disse que sua educação foi prejudicada com o bullying, principalmente porque ele transferiu várias vezes de escola para tentar evitar a perseguição.
Com 28 anos, em 2012, Fox decidiu processar a banda e o fotógrafo do álbum ao justificar que sua mãe nunca deu consentimento legal para que a imagem fosse usada. “Não se trata de dinheiro para mim. Não teve impacto sobre eles. Eles não tiveram que viver com as consequências”, disse. Não há notícias sobre o resultado do processo.
Matchbox 20
A capa do álbum “Yourself or Someone Like You”, do Matchbox Twenty (1996) traz o nova-iorquino Frank Torres na capa usando óculos e um chapéu aviador.
Em 2005, Torres processou a banda por “sofrimento emocional”, alegando que a banda não havia pedido sua permissão para usar a foto do álbum.
“Tiramos várias fotos para o primeiro álbum”, disse o vocalista Rob Thomas mais tarde em uma entrevista destacada pelo Loudwire. “Aquele cara estava apenas no fundo, ele era uma figura borrada, e o fotógrafo tirou algumas fotos de teste e tirou uma foto daquele cara.”
De acordo com Thomas, Torres não ganhou nada com o processo.
Dead Kennedys
“Há muita controvérsia em torno do álbum ‘Frankenchrist’ de 1985 dos Dead Kennedys”, diz o texto da Loudwire. Além da pintura da genitália masculina incluída no encarte do álbum, tem a questão da capa: um quarteto de Shriners de Detroit dirigindo carros pequenos em um desfile.
A foto foi publicada originalmente pela Newsweek na década de 1970, e os Shriners não ficaram felizes em se ver na capa do álbum, especialmente por causa de sua associação com a ilustração da genitália no encarte.
Os Shriners processaram a banda, a Newsweek e duas lojas de discos locais por US$ 45 milhões.
Vampire Weekend
O Vampire Weeknd foi processado porque, assim como em casos já citados acima, a permissão para usar a foto da capa do álbum “Contra” nunca foi solicitada. Ann Kirsten Kennis é a modelo que aparece na capa e a filha adolescente dela descobriu que a imagem da mãe estava sendo usada. A foto foi tirada 30 anos antes do lançamento de “Contra”.
Segundo o jornal Guardian, o fotógrafo Tod Brody alegou que Kennis assinou uma autorização para a banda usar a foto em 2009, mas ela negou e processou a banda, a gravadora e o fotógrafo por US$ 2 milhões.
O Vampire Weekend e a gravadora disseram que seguiram o protocolo padrão no licenciamento da imagem e culparam o fotógrafo. O processo foi encerrado com um acordo.