Um dos destaques do Carnaval deste ano foi a comissão de frente da Estação Primeira de Mangueira. Os dançarinos trocaram de figurino em meio segundo e impressionaram os espectadores. A performance chegou a ser premiada com o Estandarte de Ouro, maior prêmio do carnaval carioca, concedido há 50 anos pelo jornal O Globo aos melhores da festa. Mas o que parecia mágica tem uma explicação. Confira o segredo por trás do truque!
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Assim que a Mangueira entrou no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, todos ficaram boquiabertos com sua comissão de frente. Em um piscar de olhos, os dançarinos deixavam para trás os figurinos brancos e se vestiam das cores da escola, que homenageou os mangueirenses Cartola, Jamelão e Delegado: verde e rosa.
a troca de roupa de milhões da comissão de frente da mangueira pic.twitter.com/PiNLzicKod
— Thiago Theodoro 🏳️🌈 (@thiwitter) April 23, 2022
Parece mágica, mas tem explicação! Ao G1, Priscilla Mota, coreógrafa da comissão de frente da agremiação, contou tudo sobre o truque usado. E ele pode ser resumido em ímãs, fundos falsos e diversos testes e ensaios.
A bailarina explicou que as roupas foram desenvolvidas com ímãs para que pudessem ser abertas com facilidade. Deste modo, um segundo grupo de dançarinos, que estavam em um fundo falso do carro, puderam puxar as roupas pela barra das calças e fazer a mágica acontecer.
“São dois grupos de bailarinos: os que dançam no chão e os que fazem em cima do carro. Os mesmo bailarinos que estavam no chão entram no carro e puxam as roupas dos bailarinos que estão em cima do carro, fazendo a performance para os jurados”, diz a coreógrafa.
Aperfeiçoando a técnica
Para que tudo ocorresse bem na avenida, todos os bailarinos, costureiros e coreógrafos envolvidos no momento tiveram que planejar e ensaiar arduamente a técnica. “Ficamos desenvolvendo as roupas desde julho do ano passado. Desenvolvendo técnica, a melhor maneira, a melhor altura, a disposição dos ímãs… Foram seis protótipos diferentes”, conta Priscilla.
Ela ainda revela que um dos maiores desafios foi fazer com que os imãs fossem fortes o bastante para não abrir enquanto os bailarinos dançassem, mas maleáveis para permitir a troca de roupa.
“Fomos em busca de vários fornecedores de ímãs até chegar no ímã perfeito para fazer isso. Isso tudo foi teste. Foram meses de teste até chegar ao ímã com a intensidade perfeita e à quantidade de ímãs adequada”, diz.
A largura da roupa também foi um ponto crucial para a “mágica” acontecer. “A gente fez vários moldes diferentes para a roupa não ficar apertada e nem larga, para não aparecer a roupa que estava por dentro”, conta Priscilla.
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A coreógrafa também revela que foram precisos 6 meses de ensaio para chegar ao resultado visto na avenida: “Nós definimos [um momento da] música para puxar as roupas. Foram seis meses de ensaio. Muito difícil[chegar ao ponto certo]. Só com muito treinamento”, diz.
Ela continua: “Os bailarinos adoram. Topam tudo com a gente. Se sentiram muito seguros porque ensaiaram bastante. Cada figurino foi feito em cima do corpo do bailarino. Tinham as duplas certas e muito tempo para se preparar”.
Priscilla relembra também o desfile campeão da Unidos da Tijuca de 2010, que teve um truque de ilusionismo planejado por ela e por Rodrigo Negri: “Nós revisitamos a nossa própria identidade de 12 anos atrás e trouxemos um novo conceito de troca de roupa mágica”.