A série documental “Rock in Rio – A História”, que estreou na terça (2/8) no Globoplay, reservou um episódio inteiro só para a entrada do funk no festival. Nomes como Ludmilla, Anitta, MC Andinho e Buchecha têm seu momento de destaque, além de depoimentos de Lellê e Fernanda Abreu.
No Rock in Rio de 2017, a ausência de Anitta no Palco Mundo deu o que falar. Ela era a artista mais estourada. A cantora declarou abertamente que o criador do festival, Roberto Medina, havia pedido que ela fizesse um show “mais pop” e “menos funk”. No documentário, Medina nega que discrimine o funk. Segundo ele, Anitta subiu no Palco Mundo quando fez sentido – em 2019. Sua filha, Roberta Medina, porém, diz que o festival sentiu a a pressão do público, incitado por Anitta.
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Lulu Santos reivindica pioneirismo com funk no Rock in Rio
O Globoplay realizou um evento de lançamento da série no Rio de Janeiro, e Lulu Santos marcou presença. O cantor, que se apresentou na primeira edição do festival, em 1985, lembrou que ele foi o primeiro a levar o funk para o Palco Mundo, em 2015.
“Em 2015, eu fui a primeira pessoa a levar um artista de funk para o Palco Mundo. Eu levei o Mr. Catra. Houve resistências, que depois foram vencidas, tanto que ele se apresentou. A história [do festival] é muito bonita. Tem tanta informação nesse documentário. Tanta coisa que ilustra as dificuldades. Que grande realização! Eu me sinto abençoado de ter estado na gênese, mas quero que se lembrem que eu continuava lá tantos anos depois”, diz o cantor e técnico do “The Voice Brasil”.
No documentário, vários artistas admitem “questões” com o festival. Além do “caso Anitta”, que foi emblemático, atrações das primeiras edições dizem que o Rock in Rio tratava os artistas brasileiros como se fossem menores que os internacionais.
Emicida, que também já fez show no festival, disse que é preciso ser reconhecido fora do Brasil para ter o reconhecimento no país, o que é triste. É como se o brasileiro não conseguisse enxergar o talento cultural bem debaixo de seus olhos. A série mostra que Medina ouviu as queixas e ampliou a programação do festival com mais palcos, como o Espaço Favela, que gerou críticas na primeira vez.
Festival familiar
“Rock in Rio – A História” também deixa claro como o evento é muito familiar. Roberto Medina diz que as primeiras edições deram prejuízo, apesar do sucesso de público e de crítica. Fazer outra edição era um medo para a família. A partir da terceira edição, no entanto, em 2001, sua filha Roberta já estava trabalhando no empreendimento também.
“Eu fico muito feliz pela história do festival. Eu entrei no terceiro Rock in Rio e, já naquela edição, via pais levando filhos ao festival. Acho que esse documentário também vai fazer esse papel. Para quem vive hoje esse festival poder contar essa história daqui a 30 anos”, diz Roberta.
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O pai, por sua vez, não esquece o início de tudo: o primeiro dia da primeira edição, em 1985. “É o momento mais marcante para mim. Ver aquela garotada entrando e beijando a grama. Foi uma emoção muito, muito forte. Rever também é uma emoção, porque muita coisa você guarda em uma gaveta e não quer olhar mais. Esse documentário traz de volta”, diz.