Apesar das dificuldades enfrentadas pela indústria do entretenimento durante a pandemia, o Rio2C fechou a sua edição de 2022 neste domingo, dia 01 de maio, com números superlativos, após seis dias de enorme oferta de conteúdo. As mais de 37 mil pessoas que passaram pela Cidade das Artes tiveram acesso a 450 painéis, com a participação de mais de mil palestrantes nos dez palcos com temáticas transversais, além de uma série de experiências imersivas envolvendo realidade virtual, games e música, entre outras.
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Sempre conectado com as tendências dos mais variados segmentos desde a sua concepção, nesta edição o maior encontro de criatividade da América Latina teve como pilares o consumo inteligente de conteúdo e o encontro presencial, cultivando a sua essência de ser um lugar de troca de experiências e de fomento de ideias in loco.
“Nosso grande diferencial residiu no presencial, na potência dos encontros. A experiência de pausar a rotina diária para mergulhar num universo de conteúdos e discussões inspiradoras, lado a lado com algumas das mentes mais interessantes da indústria, é inigualável e irreplicável digitalmente. Num momento de grande aceleração digital, a decisão de fazer esta edição 100% presencial foi bem ousada, mas estou convencido de que foi muito acertada. A felicidade estampada no rosto de quem esteve por aqui me dá essa certeza”, comemora Rafael Lazarini, criador e CEO do evento.
Na área de mercado foram realizadas ainda 1.200 reuniões nas rodadas de negócios e 2.480 inscrições de projetos para pitchings – nas áreas de música, inovação e audiovisual – com a participação de mais de mil empresas brasileiras e estrangeiras, de 75 países. Outro resultado que chama a atenção é o volume de 15 terabytes de dados movimentados na rede de wi-fi do evento (downloads de fotos e videos, e tráfego de informações).
“O Rio2C é um evento de fomento à indústria criativa e, como tal, os negócios gerados na nossa área de mercado, bem como a partir dela, são o que fazem dele essa potência. E o mercado do Rio2C nunca foi tão forte e diverso”, afirma Lazarini.
A edição deste ano é apresentada pela Petrobras e tem patrocínio do Banco do Brasil, Ministério do Turismo, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Riotur e Cidade das Artes.
Destaques da Conferência
Os temas mais quentes da atual edição incluíram discussões sobre propriedade intelectual, o futuro e a tributação de plataformas de streaming, diversidade na publicidade e no entretenimento, a volta dos grandes eventos, metaverso, NFTs, entre outros.
Os dez palcos do evento dividiram-se entre as áreas de tecnologia, ciência, audiovisual, música, games, novas mídias, publicidade, marcas, sustentabilidade e futuro do trabalho, em painéis encabeçados por nomes como Mano Brown, Criolo, Alok, Célia Xakriabá, Roberto Medina, Boninho, Lázaro Ramos, Ingrid Guimarães, Ailton Krenak, Linn da Quebrada, Galvão Bueno e Scott Steindorff, entre outros.
“O conteúdo é a alma do Rio2C e usamos esse hiato da pandemia para repensar a nossa estrutura de curadoria e a forma como apresentamos nossa programação. Além do audiovisual, música, tecnologia, ciência, mídia e marcas, já integrantes das edições anteriores, incorporamos a esta edição outros setores da indústria criativa como arquitetura, design, moda, gastronomia, bem como os games, que tiveram um dia inteiro dedicado para o setor.”, comenta Lazarini.
“Os segmentos se dividiram em dez palcos, que além do foco transversal nos processos de criação e impactos na vida cotidiana, traziam na pauta assuntos urgentes para a sociedade como sustentabilidade, inclusão, diversidade, etarismo entre outros. Essa mudança foi extremamente bem-sucedida, permitindo-nos abraçar novos setores e abordar de forma orgânica outras temáticas, além de dar visibilidade e gerar reflexões sobre temas urgentes e, acima de tudo, atender melhor aos interesses do nosso público”, analisa Lazarini.
Sucesso absoluto de público, o painel “Mano Brown e Criolo. Entre ritmo e poesias”” reuniu dois dos maiores ícones do rap nacional para falar sobre o gênero enquanto instrumento de transformação social e como o ritmo, que saiu do gueto e ganhou o mundo, movimenta milhões e influencia o comportamento de várias gerações. A cantora Luísa Sonza falou da sua conexão com o público jovem. Recentemente, em março, a artista despontou entre os Top 50 global da plataforma de streaming, ocupando a 49ª posição do ranking.
Algumas lideranças indígenas estiveram presentes no Rio2C. Célia Xakriabá e Mapu Huni Kuin dividiram o palco com o Alok no painel “Antes do Brasil da Coroa, Existe o Brasil do Cocar”, onde abordaram a necessidade de ressignificar a história do Brasil e buscar a nossa ancestralidade. Ailton Krenak, por sua vez, expôs a necessidade de refletirmos sobre nossa relação com outros seres e nosso impacto nos espaços que ocupamos e ainda a importância de nos reconectarmos à natureza. Sônia Guajajara e Daniel Munduruku, por sua vez, falaram sobre a construção de um futuro pautado em sociedades solidárias e sustentáveis.
Vice-diretora Geral da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), a mais importante entidade de propriedade intelectual do mundo, Sylvie Forbin apresentou dados inéditos sobre o impacto do COVID-19 sobre as indústrias criativas, seguida de uma discussão sobre mudanças e tendências que moldarão as diferentes áreas da indústria, tanto para artistas, criadores e empresas, como para o público em geral, ao lado de Bertrand Chaverot, diretor da empresa de jogos eletrônicos Ubisoft e Marcelo Castello Branco, CEO da UBC (União Brasileira dos Compositores) que também fizeram parte do painel.
A potência do entretenimento ao vivo, a criatividade como ferramenta para superar desafios e a resiliência na construção de cases de sucesso foram tópicos abordados pelo publicitário, empresário e criador do Rock in Rio, Roberto Medina, com moderação de Rafael Lazarini.
Poucas horas antes do episódio final da edição deste ano do Big Brother Brasil, Boninho, diretor de variedades da Globo e responsável pelos realities da emissora, falou sobre o desafio de colocar no ar, todos os anos, o reality que mais rende faturamento comercial no Brasil.
Com direito a spoiler, ele contou que a produção do ‘BBB’ 23 começou há dois meses e meio e adiantou que o prêmio do próximo ano poderá ser diferente. Outra presença do programa que movimentou o evento foi Linn da Quebrada, participante da última edição, que lotou o House of Brands, em um painel sobre inclusão, respeito e diversidade.
Anúncios Inéditos no Rio2C 2022
Executivos de grupos de conteúdo audiovisual aproveitaram o evento para anunciar novidades em sua programação. Neste ano, a Globo ampliou o investimento no mercado independente e planeja lançar 194 projetos e mais de 1.089 horas de conteúdo nas quatro principais plataformas de atuação da empresa: TV aberta, TV paga, streaming e cinema. Os canais pagos respondem pela maior parte desse volume, com 129 lançamentos planejados para 2022. Na Globo Filmes, serão 44 lançamentos com primeira janela nos cinemas, sendo 28 obras de ficção e 16 documentários.
Em uma das atrações mais concorridas do evento, Malu Miranda, a head de originais da Amazon Studios, ao lado de Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães, talentos exclusivos da casa, anunciou suas novas contratações: Fabiana Karla (atriz), Susana Garcia (diretora) e Adriana Falcão (roteirista). Também foram apresentados pela primeira vez os teasers das séries: “Cangaço Novo” (O2), “Amar é para os Fortes” (Pródigo), “Caravana das Drags” (Producing Partners) e “Novela” (Porta dos Fundos).
Voltado à realização de negócios nos setores de audiovisual, inovação e música, a seção de mercado do Rio2C movimenta centenas de milhões de reais a cada edição.
Música no Rio2C 2022
No PitchingShow, uma criação original do Rio2C e adaptação do formato de sucesso das sessões de pitching do mercado audiovisual e de startups, 18 artistas e bandas – entre 1.152 artistas inscritos – de diferentes gêneros musicais e trajetórias, ganharam a oportunidade única de tocar suas canções diante de uma comissão formada por nomes estratégicos e influentes do segmento.
A seleção dos artistas do PitchingShow foi realizada por uma banca avaliadora comandada pelo produtor e compositor Zé Ricardo, curador de música do Rio2C. Os pocket shows são realizados em um palco aparelhado com equipamentos de som e luz de alta qualidade, dentro de uma sala privada.
Participaram desta edição Juliana Linhares (Rio Grande do Norte); Anna Lu (São Paulo); Madayati (Curitiba); Thalia Abdon (São Paulo); Maraia Takai (Pernambuco); Cinco Nós (Espirito Santo); 2de1 (Santos); Victor Mus (Rio de Janeiro); Drenna (Rio de Janeiro); LX_Trocen (Rio de Janeiro); Renegado (Minas Gerais); Black Pantera (Minas Gerais); Bivolt (São Paulo); El Pavuna (Rio de Janeiro); Liége (Amazonas); Amanda Magalhães (Rio de Janeiro); China (Pernambuco); Pedro Mahal (Rio de Janeiro).