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Relatório estima R$ 3,6 bi em royalties devidos no streaming

Ivors Academy projeta problema bilionário nos valores do streaming de música que não chegam aos compositores, por causa da falta de padronização de dados digitais

Relatório estima R$ 3,6 bi em royalties devidos no streaming
Foto: Unsplash

Relatório da Ivors Academy, associação independente do Reino Unido para compositores, estima que £ 500 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) correspondem a uma lacuna global de valores do streaming que não são repassados aos titulares de direitos.

A Ivors Academy aponta na análise divulgada hoje (16) que o problema está nos dados de streaming de música incorretos ou mal alocados, devido a ausência de informações. Com isso, os pagamentos a compositores e detentores de direitos são afetados anualmente em todo o mundo.

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A Associação do Reino Unido diz que as práticas variam, mas geralmente os royalties de streaming ​​são agrupados e pagos com base na participação de mercado para músicas que já receberam pagamento por streaming.

“Como o streaming cresceu e se tornou o método dominante de ouvir música, também vimos o aumento da lacuna de dados de streaming de música. Dados ruins, insuficientes e conflitantes criaram um enorme desafio global para a indústria musical e o tamanho do problema continuará a crescer“, diz Graham Davies, Executivo-Chefe da Ivors Academy.

Precisamos urgentemente de um novo fluxo de trabalho da indústria com base em novas tecnologias e educação de compositores para preencher a lacuna de dados e garantir que as pessoas certas sejam pagas por seu trabalho”, ressalta Davies.

Relatório da Ivors Academy: bilhões devidos no streaming

Com base no relatório recente do Parlamento do Reino Unido que recomenda “reset completo ao mercado de streaming”, a Ivors Academy reúne uma série de diretrizes para reduzir a lacuna e direcionar os pagamentos para os detentores de direitos.

Entre as recomendações feitas pelo Parlamento do Reino Unido, estão: que o governo deve obrigar as gravadoras a fornecer metadados para as músicas quando licenciam uma gravação para serviços de streaming e que a indústria da música deve, com urgência, estabelecer um padrão mínimo de dados viáveis ​​para que as informações sejam usadas e compatíveis em todos os serviços. Dessa forma, o Parlamento acredita que será possível “auditar caixas pretas” e acabar com a prática de “distribuição de receitas da caixa preta” por participação de mercado.

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Foto: Pixabay

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Na evidência da Academia para o inquérito, chamou a atenção para problemas de metadados de streaming de música, que pediu uma reforma da indústria e a adoção de um padrão mínimo de dados. O Relatório de estimativa da Ivors Academy pretende criar um melhor entendimento do tamanho do problema e encorajar ações entre setores para “reduzir a caixa preta” por meio de padrões e gerenciamento de dados aprimorados.

O relatório, estimando o tamanho da lacuna de dados de streaming de música global de £ 500 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões), também faz uma série de recomendações para:

  • Fornecer educação para aumentar a consciência e o conhecimento dos criadores sobre seus direitos e responsabilidades. Especificamente, a Ivors Academy afirma que é importante garantir o registro oportuno das obras musicais e a obtenção de identificadores;
  • Usar a tecnologia para permitir a anexação de metadados de criadores autorizados a gravações no ponto de criação, a fim de facilitar os créditos corretos do criador e pagamentos de royalties de música precisos e oportunos;
  • Estabelecer um consenso de toda a indústria sobre os padrões mínimos de metadados exigidos antes que uma gravação de música possa ser distribuída e transmitida.

Para a Ivors Academy, o relatório é um primeiro passo para dimensionar adequadamente a lacuna de dados de streaming de música. Ele estima um valor global com base em pontos de dados para taxas de correspondência e receitas residuais para a Europa e os EUA, com relação à administração de execução e direitos mecânicos em serviços licenciados de streaming de música digital e plataformas de Conteúdo Gerado pelo Usuário.

A Academia recomenda a realização de um estudo mais abrangente, que necessitaria da cooperação da indústria para fornecer uma visão mais precisa das taxas de correspondência por diferentes administradores por território e informações mais granulares sobre as diferentes políticas de distribuição aplicadas às receitas residuais.