Connect with us

O que está procurando?

#BIZ

Profissão A&R: Distribuidoras Musicais

POPline.Biz é Mundo da Música inicia uma série explicando a função do Artístico e Repertório
Profissão A&R: Distribuidoras
Gabriel Miranda. Foto: Divulgação

O mercado musical tem diversos setores responsáveis pela construção, desenvolvimento e divulgação de uma produção. O Artístico & Repertório é a divisão encarregada pela pesquisa de talentos e desenvolvimento artístico dos músicos, trabalhando diretamente com artistas junto à empresa. Esse profissional é o elo entre uma gravadora, editora, distribuidora e associação. 

Para destrinchar esse setor o POPline.Biz é Mundo da Música preparou reportagens para explicar a atuação desse profissional. O segundo entrevistado da série é Gabriel Miranda, A&R da UnitedMasters.

Leia Mais:

As primeiras lembranças musicais de Gabriel são da infância, o rádio sempre esteve presente em sua casa e música nas suas brincadeiras. Profissionalmente, ele passou por diferentes áreas da cadeia produtiva antes de chegar ao setor em que atua. 

“Comecei como estagiário na Som Livre. Depois, fui efetivado e subindo de posição. Primeiro, trabalhei como A&R e, em seguida, fui para o Marketing da gravadora,  uma experiência bacana e de muito aprendizado. Até que fui convidado para ser gerente da editora e gravadora BMG, onde desenvolvi um trabalho com música urbana, especificamente.”

Exclusivo: UnitedMasters investe em contratações na cena do Rap e Trap no Brasil

Atualmente, Gabriel Miranda trabalha como gerente do departamento artístico da distribuidora de música UnitedMasters. De acordo com o A&R, o seu trabalho consiste em descobrir novos artistas e fazer as contratações. Além disso, conseguir estabelecer com eles um fluxo para o desenvolvimento artístico.

“Além da parte executiva, que é a contratação, a parte burocrática, tem o lado criativo, que é o desenvolvimento artístico. Eu acho que esse é o coração da indústria, por mais que exista uma perspectiva de negócio. Tenho a sorte de trabalhar com muita gente talentosa, que pensa e acredita que pode sempre melhorar. Eu gosto de me ver como uma engrenagem, parte de um processo, alguém que provoca. Eu sou um provocador, que instiga os artistas da melhor forma possível, para que eles possam chegar no melhor produto sonoro e artístico possível”.

Profissão A&R: Distribuidoras

Gabriel Miranda. Foto: Divulgação

Segundo Gabriel, a dinâmica de trabalho no setor em que atua é feita em dupla com Yago Gonçalves, que é Gerente de Marketing.

“Durante muito tempo o Marketing e o A&R eram distantes dentro de uma distribuidora. A gente acredita que cada vez mais é importante quando você pensa na parte artística, na produção musical, no planejamento de um produto, conectar com as perspectivas de mercado. Ter o olhar de vendagem para o que pode ser feito em estúdio, no momento em que o artista está tentando colocar o que sente para fora.”

Além disso, Miranda ainda pontua a parte das exigências da profissão, como ir muito em shows, festivais, viajar para acompanhar os artistas e, sobretudo, estar antenado ao mercado musical. 

“É um trabalho que exige muita atenção e dedicação. É preciso estar muito conectado e em movimento. Eu vejo o A&R como a função mais dinâmica do mercado, que ainda é o coração da indústria, depois, é claro, do artista. Mas a função é o que faz girar, é quem consegue enxergar o potencial, trocar com artista, desenvolver os processos, alinhar as expectativas, fazer um ‘meio de campo’ entre os interesses comerciais e artísticos e, muitas vezes, conseguir somar. Dentro de uma distribuidora é talvez o setor que consegue uma visão mais ampla do que pode ser feito.”

Quanto aos desafios que os artistas podem enfrentar no mercado musical, para Gabriel, é chegar na melhor qualidade do resultado artístico e conseguir estabelecer uma conexão com o público. 

“Depois de construir público, ter uma constância de lançamento e entender que trilhar uma carreira musical não é sorte. A maior parte dos casos é constância, é saber aproveitar maiores oportunidades, estar atento ao que acontece, saber explorar e comunicar. Eu vejo a música como uma das grandes vertentes de comunicação, é uma forma da gente exprimir a nossa visão de mundo.”

Ainda de acordo com Miranda, a  profissão de A&R depende de um ponto: dedicação total à música. O que, segundo ele, inclui ser apaixonado, não por um gênero ou um artista, mas por todo ecossistema do mercado musical.

“É uma profissão que exige que você esteja muito conectado e vibre com música o tempo todo, tem que ouvir de tudo e entender da indústria do mercado. Então, é importante que você consiga saber um pouco como tudo funciona, como faz para lançar uma música, estruturar o contrato, o empresariamento artístico… Não tem um fórmula, mas tem um caminho, que é se envolver com a música, entrar no ecossistema da indústria da música. Com muita comunicação, eventualmente, você vai esbarrar com alguém, vai saber de uma oportunidade.

Aos que desejam trabalhar como A&R, Gabriel aconselha ter uma experiência prévia e transitar em ambientes musicais, como ir em shows e eventos.

“Não adianta nada você conhecer todos os músicos, saber a ficha técnica de discos, se você não conhece um bom iluminador, produtor, editor de áudio, uma pessoa que trabalhe no transporte ou um DJ. Ou seja, profissionais que, não necessariamente tenham uma relação direta com a música. Mas que, ao mesmo tempo, fazem parte do ecossistema. O A&R pode ficar responsável, por exemplo, por montar um DVD gigantesco, seja pela contratação dos produtores musicais até o que pode ser ali estrutura de produção. Eu acho importante e muito bonito que é a ideia de você se conectar com todo mundo. É um trabalho de comunicação.”

 

Destaques

#BIZ

A morte de Liam Payne, ex-integrante do One Direction, na última semana, me fez refletir novamente sobre um ponto que vem afetando nossa sociedade...

#BIZ

 A cantora Marina Sena e a sua empresária Talita Morais deram vida a um equipamento cultural, localizado em uma das primeiras casas modernistas do...

#BIZ

A Laboratório Fantasma, chega ao seu 15º ano de funcionamento e é natural que, em marcos simbólicos como este, os seus líderes revisitem todo...