O Multishow publicou um comunicado em suas redes sociais na noite desta terça-feira (19), no qual se pronuncia sobre o protesto de Ludmilla acerca da falta de representatividade entre os indicados ao Prêmio Multishow. No texto divulgado nas redes sociais, a emissora de música afirma que houve uma conversa com a cantora em que seus apontamentos foram ouvidos. “Tivemos um papo há pouco com a Lud, numa escuta ativa, e entendemos seu posicionamento”, escreveu o canal.
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“Sabemos que o mundo de hoje ainda está longe da representatividade ideal e continuaremos trabalhando no que for necessário para evoluir”, disse a publicação. O comunicado explicou o que é a Academia Prêmio Multishow, responsável pela curadoria do prêmio e criada em 2019. “Um grupo de cerca de 500 especialistas ligados à música – críticos, jornalistas, empresários, gravadoras, radialistas, contratantes e representantes de todos os gêneros e regiões do país”, pontuou.
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“Mas temos consciência de que a luta pela diversidade deve ser diária e entendemos que precisamos estar ainda mais comprometidos com a causa”, pontuou a emissora. A organização do prêmio se comprometeu a criar um coletivo a fim de garantir a representatividade necessária as próximas edições do evento. “Assim, em conjunto, nos propusemos a criar um Coletivo ainda mais diverso, para somar ao trabalho que temos feito, contribuindo com as próximas edições do Prêmio Multishow”.
O canal relembrou a passagem de Ludmilla por edições anteriores, nas quais conquistou 12 indicações e foi premiada como Cantora do Ano (2019), Música Chiclete (2019) e Música do Ano (2020). Neste ano, ausente na categoria ‘Cantora do Ano’, ela concorre a ‘Hit do Ano’ e ‘Clipe TVZ do Ano’. “Lud é, sem dúvidas, 1 das maiores cantoras da América Latina e temos uma admiração enorme pela artista que se tornou”, finalizou o Multishow.
A cantora confirmou o contado da organização da premiação e pontuou:
“Vamos conversar para, juntos, colocarmos em prática mudanças gerais que envolvam não só o coletivo quanto o compromisso de estar sempre em atualização para atender à novos requisitos do mercado fonográfico. Já fui muito desmerecida e ignorada, principalmente por ter vindo de onde vim e por ser quem eu sou, então quero contribuir para que o mercado da música seja mais justo e inclusivo, onde o trabalho duro seja reconhecido e que os artistas que me sucederão não passem pelas dificuldades que já passei.E não, não perfomo esse ano no Prêmio Multishow!“, escreveu Ludmilla no Twitter.
Ludmilla protestou contra as indicações e cancelou sua performance na premiação
Na segunda-feira (18) foram anunciados os indicados do Prêmio Multishow e quem não ficou nada feliz com o que viu foi Ludmilla. Apesar de ter sido indicada, ela sentiu falta de ser citada na categoria “Cantora do Ano“. Em seu Twitter, ela deixou claro que interpretou a situação como uma falta de reconhecimento do seu trabalho, principalmente por ser um grande exemplo de representatividade, como uma mulher negra e bissexual.
“Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam“, começou ela.
A cantora segue listando os grandes feitos que conquistou no ano de 2021. “Só esse ano lancei o Numanice ao vivo, projeto que impactou a cultura brasileira e revolucionou o mercado do pagode de um jeito jamais visto, por ser uma mulher a frente do projeto, projeto que garantiu o vídeo musical solo mais visto de 2021 por uma cantora pop brasileira“, ressalta.
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Ela continua: “Deixa de Onda, Pra Te Machucar, Gato Siamês, Apê 1001, o Lud Session então nem se fala, tá na boca do povo. Desde quando ganhei a primeira vez e impactei todo o sistema por ser a primeira cantora negra a ser indicada e a vencer essa categoria em 26 anos de prêmio“.
“Uma representante das minorias, uma cantora negra, bissexual, funkeira, periférica, nunca mais fui indicada na categoria ‘Cantora do Ano’. Infelizmente essa é a forma que o sistema te boicota! Mesmo eu sendo indicada em outras categorias da premiação” – Ludmilla.
A artista não esconde sua insatisfação: “É nítida a falta de reconhecimento e entendimento das (poucas) premiações que temos aqui no Brasil. Assim como eu, vários artistas de vários segmentos e bandeiras que mereciam ser indicados ou serem reconhecidos da mesma forma que entregam conteúdos para seus públicos e estão na mesma situação”.
Ela completa avisando que não vai mais cantar no Prêmio Multishow 2021, que está marcado para 8 de dezembro. “Venho por meio desse tweet avisar a todos e ao Multishow que não me apresentarei mais no prêmio esse ano. Obrigada pelo convite, mas onde não sou bem vinda prefiro não estar só por educação. Boa festa a todos“, completa.
Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam!
— LUDMILLA (@Ludmilla) October 19, 2021