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Lagum se reencontra em novo álbum “MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui)”

Banda concedeu uma entrevista exclusiva ao POPline sobre o projeto lançado nesta sexta-feira (10)

(Foto: LETT SOUSA)

Há mais de um ano os fãs da Lagum esperam por um álbum novo, ainda bem que esse dia chegou! Após lançamentos isolados nos últimos meses, chega nesta sexta-feira (10) “MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui). Em entrevista exclusiva ao POPline, a banda da nova geração se debruçou sobre o processo que levou à criação e conceito musical do novo projeto.

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MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui)“, além de ser uma homenagem a Tio Wilson (Breno Braga), baterista que faleceu em 2020, traz a ideia de que não vivemos nos últimos tempos por conta da pandemia e, a partir daí, temos memórias e desejos que não aconteceram.

O álbum conta com dez músicas, seis delas são inéditas: “VEJA BABY“, “EU TE AMO“, “NÃO VOU FALAR DE AMOR“, “DESCOBRIDOR“, “PLAYGROUND” e “FESTA JOVEM“. A Lagum trabalhou com vários produtores, o que garantiu um “foco diferente”.

“A gente não trabalhou com um único produtor, trabalhamos com vários, então foi bom porque tivemos a possibilidade de experimentar muitas coisas e pudemos trabalhar as composições do Pedro só que com as perspectivas de diferentes produtores. E mesmo assim, as músicas, por terem um certo período e identidade, tem uma coesão que faz sentido estarem no mesmo álbum“, detalhou Chicão, baixista da banda.

“Lagum raiz”

A jornada da Lagum até o lançamento de “MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui)” começou em outubro de 2020 quando a banda traduziu o luto na música “NINGUÉM ME ENSINOU“. A letra repete várias vezes “quem te ensinou a sonhar?” e se tornou um memorial a Tio Wilson — tanto para Pedro (vocal), Chicão (baixista), Jorge (guitarrista) e Zani (guitarrista), quanto para os fãs — em forma de videoclipe.

Eles já tinham lançado outras duas músicas em 2020, “Hoje Eu Quero Me Perder” e “Será“, e queriam inicialmente seguir numa pegada mais diferente do antecessor “Coisas da Geração“, lançado em junho de 2019. Só que a pandemia somada à partida de Tio Wilson fizeram com que a banda reestruturasse o projeto.

Entendemos que a narrativa artística que estava sendo construída não fazia mais tanto sentido. Quando a gente começou a fazer o álbum eu estava bem nessa pira de Blink 182, Charlie Brown Jr., Sublime. Mas, na medida que a gente foi fazendo, foi me dando vontade de voltar para um Lagum raiz. A gente teve esse start de banda dos anos 2000 mas que se perdeu na gente mesmo, na gente se encontrando novamente“, explicou Pedro.

Esse “novo encontro” que se transformou posteriormente em “MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui)“, porém, não surgiu do zero. O álbum mudou seu conceito musical, mas também se moldou a partir de algumas gravações nas quais Tio Wilson esteve presente.

De acordo com Pedro, a banda em sua formação completa já tinha gravado as melodias em estúdio das músicas “VEJA BABY“, “EU E MINHAS PARANOIAS” e “PLAYGROUND” e resolveu “finalizá-las respeitando as baterias que ele criou”. 

(Foto: LETT SOUSA)

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Estética, “sinais da vida” e foco na geração

Então, com “NINGUÉM ME ENSINOU“, a Lagum introduziu um novo diálogo com seu público trazendo a ideia das memórias. A capa do single mostra Tio Wilson em uma pintura e serviu como inspiração para estética do álbum como um todo.

“Essa história vai parecer uma parada amadora, mas que na verdade eu acho que são sinais da vida. Quando a gente foi lançar ‘NINGUÉM ME ENSINOU‘ tivemos essa ideia de fazer um quadro porque quando você enquadra uma coisa você eterniza. E quando começamos a pensar como o álbum seria eu fiquei muito reflexivo sobre essa estética que tinha sido criada sem querer com essa ideia de memórias de onde eu nunca fui. Foi acontecendo no improviso e é aquela parada louca da vida de sincronicidade, sabe? Você entrega uma parada para o universo e ele te entrega outras mil e você vai amarrando isso da maneira que te cabe no momento”, disse Pedro.

(Foto: Divulgação)

A ordem das músicas, por sua vez, também segue seu próprio ritmo. A Lagum conversa com os fãs através de suas letras, expressando situações e sensações que todo mundo já viveu alguma vez. Foi assim com “Coisas da Geração” e agora se repete com “MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui)“.

Em “EU TE AMO“, por exemplo, a banda fala de um amor confuso, meio que sem rótulos, e brinca: “É que devia existir um teste / Qualquer coisa uma simulação / Pra evitar entrar numa cilada / Ao invés de uma relação“.

Já “NÃO VOU FALAR DE AMOR” é um pouco mais melancólica ao dizer: “É fácil não falar de nós / Mas é quase impossível não lembrar de nós / É fácil não falar de ti / Mas como não falar se você tem um pedaço de mim“.

Enquanto “EU E MINHAS PARANOIAS” traz as angústias e os desafios sobre nossa identidade, se estamos certos ou errados: “Não dá mais / Eu sinto culpa em tudo que faço / Não dá mais / Peço desculpa eu me sinto tão chato“.

Curiosamente as três estão em ordem na tracklist do álbum e, sobre essa escolha, Pedro declarou: “Eu sinto que a gente muda de idade muito rápido. Eu mudo de ideia muito rápido. Quero uma coisa e agora não quero mais essa coisa. Sabe esse lance de estar amando e depois você tem essa desilusão amorosa e você fala: ‘ah mano, não quero mais falar dessa m*rda’?”.

“A gente faz ‘EU TE AMO‘ e depois ‘NÃO VOU FALAR DE AMOR‘ e depois que anuncia que não vai mais falar de amor entra pra ‘EU E MINHAS PARANOIAS’, então teve essa relação. E também, a música ‘NÃO VOU FALAR DE AMOR‘ foi feita depois de existir ‘EU TE AMO‘, tanto é que ela fala: ‘não vou falar que eu te amo porque sempre que eu me entrego abro espaço para você ferra comigo’. Então uma é consequência da outra“.

Feat. com Emicida

Neste novo projeto, vale também ressaltar que a Lagum se aventurou ainda mais nas colaborações. Em “EITA MENINA“, produzida por Papatinho, Pedro divide os vocais com Mart’nália e L7nnon. Depois “DESCOBRIDOR“, feat. com Emicida, que “vem logo antes do álbum pra dar início a essa nova era”.

Para Pedro, essa música em especial “entrega uma coisa raiz da banda, uma coisa que a gente sempre fez, que sempre amou fazer, que é uma brasilidade indie com mescla de ritmos“. 

“A gente tem quase que um MPB, quase que um samba, quase que um reggae, quase que uma psicodelia. Então eu acho que artisticamente essa música entrega muito de nós e também o conceito dela amarra muito o álbum“.

E é claro que a participação do rapper deu um toque mais do que especial. “Eu nunca pensei que eu poderia fazer um som com o Emicida, mas é um cara que já me ensinou bastante. Acho a lírica dele muito sinistra, o conhecimento de música dele é muito f*da também”.

“Foi um privilégio muito grande para gente trabalhar com ele, ficamos muito felizes com essa parceria que se desenrolou e nós tivemos a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, gravar a música, trocar uma ideia com ele. Ele é uma pessoa muito bacana, muito mágica”, completou Chico.

Mas calma que ainda tem mais! Nesta segunda-feira (13) a Lagum libera seu 6ª videoclipe do projeto com “VEJA BABY” e no canal do YouTube da banda serão disponibilizados 10 visualizers, 1 para cada música. A ideia é que os fãs e público possam de fato visualizar em imagens o que cada canção quer transmitir!

De quebra, para o ano que vem, a Lagum inicia sua turnê nacional e internacional, além de estar confirmada em grandes festivais como Lollapalooza, João Rock, e muito mais. 2022 promete e é claro que nós vamos acompanhar tudo!

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