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Jovens da Cidade de Deus visitam sede da Som Livre para imersão sobre música

Jovens do Instituto Arteiros e Comitê de Diversidade da Som Livre na sede da gravadora. Foto: André Rola/Divulgação Som Livre

A Som Livre recebeu ontem (30) um grupo de jovens do Instituto Arteiros, ONG que leva arte e cultura para a favela da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para uma imersão musical exclusiva.

Cerca de 15 jovens da comunidade, entre 18 e 28 anos, foram convidados para visitar a sede da Som Livre e conheceram de perto como funciona a rotina de trabalho de uma gravadora, além de participarem de uma roda de conversas sobre o universo da música. O fim da visita foi celebrado com um pocket show do cantor Lukinhas, morador da comunidade Asa Branca, também localizada no Rio de Janeiro.

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A iniciativa com o Instituto Arteiros é mais uma das ações do projeto “O Som do Meu Orgulho”, criado pelo Comitê de Diversidade da Som Livre a fim de levantar importantes pautas como a Consciência Negra e a Diversidade ao longo do ano.

Tayná Mendes, membro do Comitê, fala sobre o evento: “Foi um prazer receber os jovens do Instituto Arteiros e seus diretores Rodrigo Felha e Ricardo Fernandes para falarmos do universo da música. O trabalho que eles fazem é muito inspirador e foi emocionante ver de perto essa troca de experiências carregada de representatividade. Nosso propósito é cada vez mais enaltecer e fortalecer estas relações pretas através de diferentes conversas, tanto com nosso público interno quanto externo”.

Jovens da Cidade de Deus visitam sede da Som Livre para imersão sobre música. Foto: André Rola/Divulgação Som Livre

O Instituto Arteiros foi fundado em 2010 pelos diretores Rodrigo Felha e Ricardo Fernandes e tem como seu principal propósito ajudar jovens e adultos, por meio da educação e da cultura, a ganharem uma nova perspectiva de vida. 

Ricardo Fernandes celebra a ação com a Som Livre: “Essa imersão em parceria com a Som Livre representa para os nossos jovens do Instituto uma possibilidade de entender que o mundo da música não se limita somente ao artista que canta e toca, e sim a toda uma cadeia produtiva que faz isso acontecer enquanto mercado. Poder apresentar isso na sua imensidão é trazer para essa juventude periférica, favelada e preta, o entendimento do mundo da música como um lugar possível para se estar.

Ricardo Fernandes, Diretor do Instituto Arteiros. Foto: Divulgação

O executivo continua: “para se empreender, estudar e se dedicar em uma profissão, além de artista. Representa uma janela a mais de possibilidades. Nós temos como missão sempre oferecer para os jovens e famílias do Instituto um mundo muito maior do que nos é apresentado, quando somos pessoas vindas da favela. É sobre esperançar novos caminhos e novas formas de olhar o futuro.”

Por fim, Fernandes destaca a iniciativa da gravadora que busca a diversidade dentro da indústria da música. “Essa experiência é extremamente valiosa e positiva e não se limita somente a nós, para a Som Livre é também muito importante receber pessoas pretas e faveladas e entender o quanto é necessário que existam essas pessoas dentro da cadeia produtiva da música. Que essa representatividade brasileira, carregada de diversidade e pluralidade, esteja cada vez mais dentro de grandes empresas e que pessoas como nós se sintam cada vez mais representadas”, declara.

Ações da Som Livre em prol de importantes pautas sociais como representatividade e diversidade

Celebrando o Mês da Consciência Negra, no último dia 1º de novembro, a Som Livre promoveu uma roda de conversas com as convidadas Dani Balbi, primeira deputada transexual eleita da ALERJ em 2022 e primeira Doutora e Professora Trans da UFRJ e Aída Barros, Especialista em Relações e Cultura Negra, Sambista, Diretora Audiovisual e Assistente de Direção na Globo, e também com os artistas da Som LivreLuthuly e Thais Macedo.

O tema central foi “Toda arte brasileira é afro-brasileira” e assuntos como pretos na tecnologia e narrativas pretas: transformando estratégias em soluções audiovisuais estiveram em pauta. A mediação ficou a cargo de Nathalia MarquesAlexandre Fernandes, membros do Comitê de Diversidade da Som Livre.

No mesmo dia a Som Livre disponibilizou uma playlist reunindo músicas de todos os artistas pretos do catálogo gravadora, de diferentes gêneros musicais, com nomes como Djavan, Sandra de Sá, Jorge Ben Jor, Jorge Aragão, Luiz Melodia, Raça Negra, Lukinhas, Luthuly, Jonathan Ferr e tantos outros, com curadoria do Comitê de Diversidade.

O projeto “O Som do Meu Orgulho” foi criado pelo Comitê de Diversidade da SomLivre, composto por funcionários da gravadora, para exaltar e dar visibilidade a importantes pautas sociais como representatividade e diversidade. As ações visam ampliar vozes e celebrar significantes causas, como as lutas da comunidade LGBTQIAPN+ e a promoção da igualdade racial através de eventos, parcerias com marcas, empresas e profissionais do ramo, lançamentos de produtos e sempre valorizando a presença e o envolvimento de convidados, como especialistas, artistas, público interno da gravadora, fãs e interessados em mergulhar nos temas e dividir experiências.

Fazem parte do histórico do projeto uma parceria com o espaço “IDENTIDADES”, do ID_BR (Instituto Identidades do Brasil), exclusivamente dedicado ao tema da diversidade racial na última edição do Rock in Rio (2022), uma celebração ao mês do orgulho em junho com uma roda de conversas para com os convidados Thiago Peniche (criador de conteúdo e especialista no tema), o fundador e CEO do Grupo POPline Flávio Saturnino e o psicólogo e moderador do evento Leonardo Alves.

Além da produção audiovisual e do lançamento do podcast  “O Som do Meu Orgulho” apresentado pela especialista no tema, Marcela Mc Gowan, e com a participação das cantoras Luiza Martins, Kynnie, Jecy e Marô trazendo a música como uma das principais ferramentas no processo de autoaceitação da comunidade LGBTQIAPN+.

Destaque ainda para a iniciativa multiplataforma POSS (Proteja Os Seus Sonhos), que nasceu em 2020 da união do slap, selo da Som Livre, com a plataforma de cultura negra AUR, o laboratório musical MangoLab e o produtor Theo Zagrae, e reuniu mais de 30 nomes como Zezé Motta, Luedji Luna, o duo de jazz YOÙN, Késia Estácio, Ebony, GABZ, Anchietx e artistas da casa promovendo encontros criativos entre artistas negros de diferentes gerações e gêneros musicais, que resultaram em dois álbuns, um curta-metragem no YouTube e diversos outros desdobramentos digitais.

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