in

Entrevista: Sofía Reyes quer parceria com Anitta


Assim como “1, 2, 3”, o single que alavancou sua carreira, Sofía Reyes mistura idiomas quando conversa. Faz todo sentido quando você conhece sua história: ela nasceu e cresceu em Monterrey, no México, e vive há cinco anos em Los Angeles, nos Estados Unidos, o país que viabilizou sua carreira. “1, 2, 3”, música com participações de Jason Derulo e De La Ghetto, é sucesso nos dois países – e em tantos outros. O clipe acumula 86 milhões de acessos antes de completar três meses no ar.

Com apenas 22 anos, Sofía divide com Anitta o título de cantora pop latina da Warner Music. Seu primeiro álbum, “Louder”, saiu no início de 2017. Era o típico pop latino e não chegou a fazer muito barulho. Foi o single “1, 2, 3”, brincando com a chamada “música urbana”, que deu uma guinada em sua carreira. Agora, ela colhe os frutos, como as viagens internacionais – que adora fazer – e a alta popularidade. Recentemente, se apresentou no palco do Billboard Latin Music Awards. Na última semana, cantou com Liam Payne (do One Direction) em um show na Espanha, substituindo Rita Ora em “For You”. E ela não para. Eleita a “explosão pop” de 2017 pelo MTV MIAW, Sofía trabalha para fazer valer o título.

Podemos dizer que “1, 2, 3” é seu maior sucesso até agora?
Sem dúvida! Sem dúvida nenhuma! A verdade é que nunca tinha vivido algo como “1, 2, 3”. Ontem, não sei hoje, a música estava em 32º lugar no Spotify mundial. O que posso dizer? “It’s amazing”.

Você esperava esses resultados tão rapidamente?
Bem, eu sempre sonhei com esses resultados e sempre confiei muito nessa música, mas acho que toda música é especial. O que acontece nessa é que encontrei algo diferente e que as pessoas querem escutar. Eu não sabia que seria tão grande, até porque nunca tinha vivido algo assim, então estou muito agradecida.

A gravadora me disse que a música já tem também 30 mil reproduções diárias no Brasil…
Uau! Isso é muitíssimo! Eu quero ir logo para o sul, para o Brasil, porque ainda não fui e tenho recebido muito apoio daí. Espero que possa ir em breve. Estou muito agradecida com tudo aí.

Há pouco tempo, não se escutava música em espanhol no Brasil. Agora muitos artistas latinos conseguem entrar no nosso mercado, dominado pelo português e pelo inglês. Pensa em fazer algo especial para o Brasil?
Claro! Eu acho que o espanhol agora está se saindo bem pelo mundo de um modo geral, o que me dá muito orgulho. Vejo muitos artistas do México conseguindo romper fronteiras e isso é muito legal: poder unir forças para chegar a outros lugares. Eu adoro.

Para quem não te conhece no Brasil ainda, como você resumiria sua história?
É… (pausa) Eu cresci em Monterrey, no México, com minha família e imigrei para Los Angeles com 17 anos por causa do meu projeto como cantora. Em casa, sempre tive cercada de música, tocando piano, cantando, fazendo testes, e aos poucos fui me inclinando para essa carreira. Graças a Deus, tenho o apoio da minha família e dos meus empresários. Tudo que está acontecendo é realmente um sonho e eu me sinto muito grata pelas oportunidades.

Como é ser imigrante nos Estados Unidos nesse período de governo de Donald Trump?
Bem, eu te digo que vivo em Los Angeles e aqui todo mundo está contra ele (risos), então aqui estou muito incluída. Nada aconteceu para mim. Mas obviamente esse é um assunto muito delicado. Eu tento não me abalar, mas pelo menos aqui em Los Angeles tudo está bem. Estou rodeada de mexicanos e todo mundo está bem com isso.

“1, 2, 3” é seu primeiro single depois do álbum “Louder!”. Está preparando um álbum novo?
Sim. Bem, eu estou tratando de criar músicas. Acredito que sairá um disco no ano que vem. Na verdade, não conversamos muito bem sobre isso. Mas eu espero poder lançar novas músicas logo.

Pretende investir mais no reggaeton e no gênero urbano?
Hum… Eu acho que “1, 2, 3” obviamente tem esses elementos urbanos, mas ainda é pop. As melodias, no meu ouvido, soam mais… pelo menos para mim… mais “eu”. Eu não me considero uma artista urbana, mas posso brincar com isso ao convidar outros artistas, experimentar sons, misturar um pouquinho de tudo e ver o que fica a minha cara.

Esse single tem participações de Jason Derulo de De La Ghetto. Você já tem outras parcerias gravadas?
O próximo single já está escolhido, mas ainda não sei com quem vou gravar. Ainda não sei. Estou neste momento em que a meta é encontrar com quem seria.

Com quem você sonha em trabalhar?
Com Ozuna, Bad Bunny, Rosalía, com Anitta, claro… ah, tem muita gente boa.

Eu ia te perguntar sobre Anitta. Vocês duas são as mulheres representantes do pop na Warner latina. Tem alguma competição interna?
Não, imagina! Desde que a conheci, ela sempre foi muito legal comigo e tem me apoiado com meus projetos. Ela é incrível. Eu a admiro bastante e me dá muito orgulho tudo que ela já conseguiu. Espero que continue crescendo.

Onde se conheceram?
Eu a conheci em um prêmio no México, um da MTV [o MIAW]. Tinha um amigo em comum que nos apresentou, eu ouvi suas músicas, e logo a gente já estava assim “okay, qual é o seu Instagram?” (risos).

Pensando na sua carreira, quais são seus obstáculos?
Boa pergunta. Quais são meus obstáculos? Eu acredito que eu mesma. (pausa) Aaaaah! É, eu mesma. Porque às vezes você não tem disciplina, não faz as coisas ou “whatever”, e isso vai te atrapalhar. Se você não é disciplina, isso se reflete no andamento das coisas.

E você é disciplinada?
Eu? Sim. Sem dúvida muito disciplinada. Mas eu me cobro muito e às vezes acho que não dei tudo que deveria, mas isso é algo mais pessoal, algo que ainda tenho que trabalhar, e que acho que pode ser um obstáculo.

Aonde você quer chegar antes dos 30 anos?
Quero chegar a conhecer o mundo em turnê. Poder cantar no mundo inteiro.

Para terminar, deixe um recado para os leitores do POPline.
Claro! Primeiro, quero agradecer o apoio de todos no Brasil, com o amor que tem me dado, e espero que mais gente conheça “1, 2, 3” por aí. Torço para que cada um de vocês acorde todos os dias com mais vontade de fazer aquilo que gostam. Mando muitos, muitos beijos!