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Entrevista: “Não sabia se o selo secular me queria”, diz Priscilla Alcantara, de EP novo

Priscilla Alcantara se assume pop e lança primeiro EP da nova fase, “Tem Dias (Expansão)”.

(Foto: Rodolfo Magalhães)

Priscilla Alcantara está lançando o EP “Tem Dias (Expansão)” nesta quinta (19/8). Com “Tem Dias” e “Correntes” incluídas, essa é sua primeira compilação de músicas de sua fase pop. “Estou muito, muito animada. Só pelo lançamento de ‘Tem Dias’, me animei ainda mais, pela receptividade do mercado”, ela diz ao POPline.

“Uma das maiores questões para mim era como isso ia repercutir dentro da Sony Music. Eu fazia parte do selo gospel. Eu pensava ‘sei que tenho que fazer isso’, mas não fazia nem ideia se o selo secular me queria. Já estava me oferecendo: ‘pelo amor de Deus, me aceita, porque não tem mais como voltar atrás’. Eles não tinham obrigação de acreditar nisso, porque é uma movimentação incomum. Não sabia se iam apostar em mim no pop, como eu estava apostando. Mas foi muito louco, porque, dentro da gravadora, tudo fluiu muito bem”, conta.

(Foto: Rodolfo Magalhães)

Por que mexer no que estava dando certo? A decisão partiu de uma “crise existencial”, como ela gosta de dizer. Mas liberdade artística e clareza com o público também foram pontos importantes. Priscilla Alcantara ficava sempre no meio do caminho, sonoridade pop e temática gospel. Agora ela vem cantando sobre romances, principalmente.

“Eu não tenho tanta bagagem assim para escrever sobre romances, então pego histórias dos outros – das amigas, da irmã, do filme que assisto. Tem bastante coisa biográfica, mas não tudo. Essa é a graça. Sou fanfiqueira. Gosto de criar sabendo que alguém vai se identificar”, diz. Neste EP, ela conta ainda com colaboração e participação de Lucas Silveira. Quando sair o álbum completo, com dez faixas, virão ainda participações de Projota e Emicida. A previsão é para ainda este ano. Singles estão prontos.

Ouça o EP “Tem Dias (Expansão)”:

A recepção às primeiras músicas foi boa. Priscilla está empolgada. Sabe do grau de exigência dos consumidores de música pop, mas não o teme. “Construí uma relação muito legal com meu público. Eu entendo que o universo pop traz uma exposição para além disso, mas meu foco são as pessoas que realmente estão comigo”, explica.

“Quero servir aos meus fãs que estão ali ouvindo o que tenho para dizer, não só consumindo minha arte. Sei que tem uma super pressão, que os fãs de pop são superexigentes, mas eu também sou muito certa do meu propósito. Sei estabelecer alguns limites que considero saudáveis entre o artista e o público”, completa.

(Foto: Rodolfo Magalhães)

Leia abaixo os melhores momentos da entrevista!

POPLine – Você sempre foi pop. Por que agora sentiu vontade de dizer isso claramente?

PRISCILLA – Eu entendi que, até por uma questão de mercado, algumas coisas precisam ser ditas. Às vezes o óbvio precisa de mais clareza, e clareza é gentileza. Vejo dessa forma. Nos últimos anos, o público que me acompanha me viu abordando vários assuntos, esses tabus entre música gospel e secular, cristianismo e arte. Eu sempre falei muito sobre isso. Falar faz algumas pessoas entenderem, mas praticar é um jeito mais fácil de fazer as pessoas entenderem. Decidi que era o momento de dar um passo prático sobre esse discurso que eu vinha falando há tanto tempo. Se eu deixasse implícito por mais tempo, talvez não conseguiria atingir os resultados que gostaria, sabe? Estava certa, porque a mudança veio a partir do anúncio. A partir disso, consigo me introduzir melhor nesse cenário e atingir meus objetivos.

Como a novidade foi recebida na equipe?

PRISCILLA – No começo, todo mundo achou que eu estava viajando na maionese, porque eu tinha uma carreira consolidada no gospel. Não fazia muito sentido na cabeça da galera que trabalha comigo por que encerrar esse ciclo para começar outro. Mas era sobre necessidades internas minhas e coisas que só eu conseguia enxergar. Tive que ser muito firme quando tomei essa decisão. Tem coisas que só é fácil para as pessoas entenderem depois que elas acontecem mesmo. Até acontecerem, talvez a gente tenha mesmo que se sentir um pouco perdida, sozinha, desamparada, e tudo bem. Faz parte. Eu super escolhi pagar esse preço. Mas não demorou muito tempo para as pessoas que me rodeiam entenderem. Não apenas confiaram como me ajudaram muito, mesmo sabendo dos riscos.

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Você recebia críticas de fiéis que não concordavam com seu comportamento. Acredita que fazendo um trabalho assumidamente pop se poupará disso?

PRISCILLA –  Sim. Até de poupar essas pessoas. Como falei, clareza é gentileza. Ser clara sobre minha arte é me poupar das suas exigências e te poupar daquilo que não posso te dar. Não posso atender as suas expectativas e me tornar a pessoa que você quer que seja. Eu tenho que ser quem nasci para ser. É melhor assim. Foi até um ato de amor por essas pessoas que não conseguem entender o que faço. Por amor, respeito e até honra, estou te poupando de especular se sou crente, se não sou crente. Estou deixando claro e acho que vai ser bom para todo mundo.

Sempre que você lançava álbuns, tinha uma mensagem que você queria passar. O que você quer passar com esse novo?

PRISCILLA – Isso é uma coisa muito característica minha e, nessa transição, não queria abrir mão de algumas coisas que são bem Priscilla. Carregar uma mensagem é muito eu. Acho que todo artista precisa trazer uma mensagem, além de coisas populares para tocar e divertir, para aproveitar que a gente tem uma plataforma que pode se comunicar com tanta gente. Confesso que agora não tenho mais essa pressão de “a cada música, tenho que trazer uma mensagem”, porque acho que o pop traz essa liberdade. “Vamos fazer uma música para galera curtir, pôr no carro, ser feliz”. Estou focando também um pouco nisso. Mas, no álbum, tem sim meu momento de reflexão. Estou trazendo esse equilíbrio para o pop na minha arte.

(Foto: Rodolfo Magalhães)

Como foi trabalhar com Emicida?

PRISCILLA – O Emicida entrou quando o álbum já estava pronto. Ele quis trabalhar comigo, me convidou. Eu fiquei em choque. O Emicida é uma das pessoas que mais admiro, e achei que gravar com ele só aconteceria quando eu estivesse muito boazuda do pop (risos). Eu não achei que ia ser no meu álbum de estreia. É surreal, porque a pessoa que mais admiro está acreditando em mim. Não só gravando, mas está me dando conselhos e sendo um amigo.

Na música “Tem Dias”, você diz “deixa que o tempo liberte você na hora que ninguém te vê”. O que você faz e ninguém vê nem imagina?

PRISCILLA – Eu choro muito. Eu oro demais, então todas as decisões que tomo na vida são a partir das minhas conversas mais íntimas com Deus. Isso vem de um lado muito vulnerável meu. Então, quando ninguém me vê, sou muito vulnerável, de um jeito que acho que as pessoas nem conseguem imaginar. Choro muito, rio muito, vivo sentimentos muito intensos na minha solitude. É num momento como esse que crio raízes para, quando sair do meu quarto, dê frutos. Frutos com raízes profundas, que não vão se abalar.

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