Atores brasileiros cada vez mais conquistam espaço em produções internacionais, e Polliana Aleixo é um exemplo disso. A atriz não está no elenco de uma, mas duas séries gringas ainda inéditas – a 2ª temporada de “El Presidente” (Prime Video) e a novíssima “The Journey”, em que atua em português e inglês. Já dá para falar em carreira internacional?
“Eu lido de uma forma natural e fluída sobre esse assunto porque vejo uma consequência, e não um objetivo final, até porque eu acho que a graça está no caminho. Eu gosto de estar preparada e aberta para as situações. Estudei dois idiomas pensando nessa possibilidade, o que foi muito útil nesse processo, mas acho que ainda está sendo construído”, Polliana diz ao POPline.
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Gravações no Uruguai
Em “El Presidente”, do roteirista vencedor do Oscar Armando Bó, ela interpreta a filha do presidente da FIFA João Havelange. A temporada é focada na transformação da FIFA em potência comercial e política. As gravações ocorreram no Uruguai. O POPline apurou que a estreia será no segundo semestre, por conta da Copa do Mundo. O trabalho foi um desafio para Polliana.
“Foi o maior arco que tive até hoje, pois começo fazendo ela ainda adolescente e vamos até a fase adulta, com filhos. A Victoria tem uma força discreta e ríspida ao mesmo tempo, trabalhei nela nesse agridoce, porque o ser humano tem um pouco de tudo dentro de si, né? As pessoas são muitas coisas e acho que a Victoria traz esses sentimentos a tona. Às vezes ela dá raiva, em outras sentimos dó dela, e acho que esse é o tempero da personagem”, adianta a atriz.
Texto em inglês
Já “The Journey” é uma produção americana-brasileira. A série foi toda gravada em português e em inglês, e está sendo negociada com plataformas de streaming. “Chegou um ponto que, praticamente, só a gente entendia o que falava nos bastidores, porque o cérebro realmente começa a misturar as duas línguas, talvez para ajudar nessa adaptação”, conta a atriz. Giulia Gam e João Côrtes também estão no elenco.
“Como passávamos o dia fazendo isso em cena, quando acabava a gente seguia falando em duas línguas e era um pouco confuso, às vezes a gente literalmente esquecia uma palavra em português e acontecia uma espécie de esquecimento coletivo (risos), às vezes a gente se percebia falando em inglês há um bom tempo, enfim, pode ser confuso e maravilhoso trabalhar num set que fala vários idiomas”, lembra Polliana.
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POPline – Exigiu uma preparação maior para trabalhar com outros idiomas?
POLLIANA ALEIXO – Assim como tudo que é novo, você fica mais atento. Ainda mais em um set de gravação, onde algumas questões são mais abstratas, quando você conversa com o diretor sobre o plano, as intenções, é preciso estar em alerta. Pode parecer assustador no começo, mas acho que a melhor forma sempre é ir na intenção de aprender, de absorver, como uma criança curiosa.
POPline – Tem alguma diferença no modo de trabalho das produções brasileiras e gringas?
POLLIANA ALEIXO – Eu vejo essas diferenças diminuindo consideravelmente, principalmente com os streamings aqui, pois até pouco tempo fazíamos cinema e novela, mas desde que começamos a migrar para novos formatos como séries, a gente vem ganhando espaço e reconhecimento exponencialmente. Acho que as diferenças estão mais na relação com a arte do que no processo de produção em si, e isso a gente vê pelos orçamentos das produções. Lá fora, é reconhecido o movimento que essa indústria gera economicamente falando, existe um reconhecimento da importância do acesso à cultura para todos, enquanto aqui temos algumas barreiras, principalmente quando falamos de governo e políticas. E num país onde as pessoas mal estão conseguindo comprar comida, você imagina ir ao teatro, cinema ou esse tipo de coisa, sabe? Por isso a arte é tão necessária e revolucionária, porque ela nos lembra que existe um abismo entre viver e sobreviver.
POPline – A gente vive um momento ímpar, vendo Bruna Marquezine gravar “Besouro Azul” nos EUA e Maria Fernanda Cândido no filme “Animais Fantásticos”. Já tendo tido experiências internacionais, que tipo de trabalho você sonha fazer? Ou com quem sonha trabalhar ainda?
POLLIANA ALEIXO – Eu tenho vontade de aprender o máximo que puder, sempre tive o peito aberto, na vida e no trabalho, sou curiosa e gosto de me arriscar, de aprender. Eu gosto muito de cinema, é um dos formatos que mais gosto de trabalhar, mas falando em temas mais específicos, algo de ficção científica e criminal, eu adoro consumir esse tipo de gênero, então acho que seria interessante demais, principalmente pela parte de preparo e efeitos especiais.