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Entrevista: “Não tem nada a ver com Rebelde ou Floribella”, Cris Morena apresenta sua série “Te Amar Dói”

“Te Amar Dói” estreia na HBO Max no dia 17 de agosto, com 16 músicas e 13 episódios. Foco é em adolescentes e jovens adultos.
(Foto: Zoom / HBO Max / POPline)

“Chiquititas”, “Floribella”, “Rebelde” e “Quase Anjos” são algumas produções da argentina Cris Morena que marcaram gerações no Brasil. Idealizadora de projetos infantojuvenis desde os anos 1990, a produtora, empresária e compositora agora mira no público jovem adulto, com a série musical “Te Amar Dói” (Te Quiero y Me Duele, em espanhol), uma produção inteira gravada no México que entrará no catálogo da HBO Max em 17 de agosto.

Entrevista: "Não tem nada a ver com Rebelde ou Floribella", Cris Morena apresenta sua série "Te Amar Dói"

(Foto: Zoom / HBO Max / POPline)

“Não tem nada a ver com ‘Rebelde’ nem com ‘Floribella’. Essa é mais forte. É um pouco para jovens adultos. Mais real. Menos conto [de fadas] e mais realidade. Eu gostei de contar essa história”, ela diz em coletiva de imprensa virtual para América Latina, “e tem música urbana. Trabalhamos com um rapper incrível, que fez uma parte de uma música. Fiz música urbana, que não é minha praia, mas gostei de fazer. Gostei de trabalhar com os músicos mexicanos”.

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Os projetos de Cris Morena são conhecidos por por serem exportados para dezenas de países e vendidos para versões locais. “Te Amar Dói” já nasce global. A HBO Max atualmente está presente em 61 países – nada que assuste a idealizadora. O desafio para ela foi condensar uma história em 13 episódios, acostumada a novelas que ganhavam várias temporadas.

“É como se você fizesse 13 filmes ou 13 histórias grandes. Tenho que contar nesse espaço o que contava em 150 capítulos, então tem que ser uma história potente, criativa, cheia de tudo que quero. São 16 músicas em 13 episódios e às vezes a letra da música já estamos contando a história. Às vezes não preciso do diálogo, porque a música está contando”, comenta a mente criativa por trás de tudo.

Entrevista: "Não tem nada a ver com Rebelde ou Floribella", Cris Morena apresenta sua série "Te Amar Dói"

(Foto: Divulgação)

A trama de “Te Amar Dói”

A trama de “Te Amar Dói” é uma espécie de “A Dama e o Vagabundo” e acompanha o rapper pobretão Juan Gris (Roberto Aguilar) e a cantora ricaça Lola (Mar Sordo). Apesar das diferenças sociais, os dois se conhecem em um dia de chuva. Juan dá carona para Lola em sua bici-táxi recém-roubada, e os dois se apaixonam. Mas ela é filha de um magnata que quer destruir o bairro onde Juan mora para construir um complexo empresarial.

O primeiro encontro do casal de personagens foi inspirado em uma vivência da própria Cris Morena. “Aconteceu exatamente assim comigo, com uma pessoa em Nova York. Eu saí de um teatro e aconteceu o mesmíssimo que acontece na série. Exatamente. Fui para o hotel e comecei a escrever, escrever, escrever. E assim surgiu tudo”, lembra.

Entrevista: "Não tem nada a ver com Rebelde ou Floribella", Cris Morena apresenta sua série "Te Amar Dói"

(Foto: Divulgação / HBO Max)

Cris Morena adianta que nem tudo é o que parece em “Te Amar Dói”. “Juan Gris é como um príncipe inca, mas não é um príncipe, é muito marginalizado. E Lola é como uma princesa de alta classe, mas também não é uma princesa, porque é adotada. São personagens muito diferentes dos que tive em outros momentos”, pondera. O que há em comum com outras obras é o olhar para as diferenças sociais e a história de amor.

“O amor sempre vai ser um tema vigente. Somos seres humanos. Aliás, acredito que os animais também sentem amor. Somos seres que sentem. Somos seres que estamos neste planeta para sentir, para aprender, para viver experiências às vezes dolorosas às vezes mais espirituais e às vezes não tão boas. Era basicamente isso que queríamos contar na história. Mas é uma história claramente sobre identidade. Quem sou, de onde venho, para onde vou, o que faço, o que não faço, se luto, se não luto, me deprimo, me angustio ou vou em frente”, conclui.

O sucesso das obras de Cris Morena no Brasil

Quando “Chiquititas”, de Cris Morena, estreou no SBT em 1997, assustou a TV Globo. A novela foi um fenômeno de popularidade, ficou três anos e meio no ar, e deu origem a todo tipo de produtos licenciados no Brasil. O remake criado em 2013 repetiu o sucesso e é presença cativa no Top 10 da Netflix.

“É impressionante. Fica seis meses seguidos no Top 10. Isso é enorme. Em pensar que o nome ‘Chiquititas’ no Brasil não quer dizer nada. É uma invenção”, Cris Morena diz ao POPline. Confira destaques da entrevista abaixo!

POPline – Suas obras sempre fazem muito sucesso no Brasil. Tem planos de produzir algo no país?

CRIS MORENA – Eu tenho planos enormes sempre. Tomara que possa fazer algo especificamente para o Brasil, eu adoraria. Mas ‘Te Amar Dói’ vai chegar ao Brasil e acho que vocês vão gostar. É bem mexicana. Não sei como chegará a vocês – com legenda, com dublagem – mas eu adoraria fazer algo no Brasil. Não está na minha cabeça ainda, mas acho que em breve vai estar hein. Bem, não tão logo, porque não posso contar. Você já viu que as séries demoram muito para serem feitas. Se digo antes, quando vai estrear, vocês vão pensar “ai, já contou isso 20 vezes”. Quero surpreendê-los e vou surpreendê-los. Lembrem-se.

Entrevista: "Não tem nada a ver com Rebelde ou Floribella", Cris Morena apresenta sua série "Te Amar Dói"

(Foto: Zoom / HBO Max / POPline)

POPline – Seus programas de TV costumam ser levados para o teatro na Argentina, sempre com muito sucesso. Isso vai acontecer com “Te Amar Dói”?

CRIS MORENA – Sobre teatro: bem, vamos ver o que acontece. Geralmente, minhas séries se transformam em espetáculos teatrais ou em grupos musicais. Vamos ver o que acontece. No momento, estou no desenvolvimento da segunda parte de ‘Te Amar Dói’. Não posso adiantar nada, porque ainda não é um fato, é um desenvolvimento. Sempre se começa pelo desenvolvimento e depois se transforma em uma realização. As plataformas são bastante ecléticas na hora te dizer as coisas e não sei o que vai acontecer, mas eu estou trabalhando. Escrevendo para isso.

POPline – “Te Quiero y Me Duele”, o título da série em espanhol, é o nome de uma música sua de 1991 para o programa “Júgate Conmigo”. O que te fez voltar a essa canção e criar uma história em cima dela?

CRIS MORENA – Meus trabalhos geralmente começam pelas músicas, mas esse foi diferente. A história começou com outro título, que já não lembro qual era. De repente, sentimos que todos [os personagens] sentiam uma dor. Começamos a buscar as músicas e uma pessoa que trabalha comigo falou “Cris, acho que a música ‘Te Quiero y Me Duele’, que você fez para sua filha, quando ela tinha 15 anos e estava em ‘Júgate’, é a canção dessa série. Ela deveria se chamar ‘Te Quiero y Me Duele'”. Eu adorei. O México mudou bastante a música, mas estou feliz. Foi uma casualidade. Não escrevi pensando na série. As músicas  que escrevi pensando nos personagens foram ‘Marginados’, ‘Desarmados’, ‘Otro Mundo’, ‘Liberdad’, ‘Eclipse de Amor’‘Eclipse de Amor’ surgiu mesmo por causa da série, por causa da história.

POPline – A série traz uma personagem chamada Romina. O que ela tem de Romina Yan [filha de Cris, que morreu em 2010]?

CRIS MORENA – Não tem nada. Nada a ver. Não é uma homenagem. A música ‘Te Quiero y Me Duele’ sim, eu fiz para minha filha, quando ela tinha 15 anos, para um clipe de “Júgate Conmigo”‘, um programa muito famoso na Argentina. Mas chamamos a personagem de Romina porque os mexicanos adoravam o nome. Tudo foi consensual com a HBO Max e com a BTF. O nome, o elenco, tudo foi trabalhado juntos. Fiquei muito contente com isso, porque trabalhamos lado a lado. Agradeço a HBO.

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