Desde o ano passado, Daniel Johns está super ativo nas redes sociais, principalmente em seu perfil no Instagram, onde vem conversando com os fãs sobre sua carreira e promovendo seu novo álbum “FutureNever”, que chegará às plataformas digitais em abril.
Agora, ele está usando esta mesma ferramenta para contar a história de um dos álbuns mais elogiados do início dos anos 2000 e um dos mais adorados pelos fãs do Silverchair: “Diorama”.
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Na quarta-feira (9), o vocalista do Silverchair e cérebro por trás da obra do grupo publicou em seu perfil no Instagram um vídeo antigo, onde aparece cantando “Tuna In The Brine”, uma das faixas do álbum “Diorama”. Na legenda, Daniel Johns começou a contar a história do disco e da batalha que travou com sua então gravadora por conta da nova sonoridade adotada pela banda naquele momento.
Na época, o Silverchair, originalmente um grupo com referências do grunge, passou a trabalhar com um som mais experimental e trouxe arranjos orquestrais para o álbum, o que soou como um grande desafio de venda para o selo Atlantic Records. Entretanto, Johns contou que confiou no seu público e no bom gosto do mesmo para seguir em frente com a ideia do álbum dos seus sonhos, a sua obra prima.
Confira a tradução livre do post de Daniel Johns:
“O ‘Diorama’ quase me matou, literalmente. ‘Diorama’ era o disco que eu queria fazer e me recusei a me comprometer em qualquer nível. Tínhamos uma nova gravadora americana e eles odiavam o álbum. As pessoas da minha equipe me disseram que eu havia escrito um disco que era ‘impossível de vender’ e, embora isso me deixasse bastante ansioso, eu tinha fé que o público da banda era muito mais inteligente do que os executivos da gravadora.
Antes de ‘Diorama’, eu fiz uma demo do álbum de uma forma que eu não tinha feito antes – eu tinha uma visão muito específica em mente e mapeei o disco com guitarras, piano, bateria eletrônica e um baixo barato que eu tinha. Meu querido amigo Paulmac até veio ao meu estúdio em casa e me ajudou a tocar algumas das partes de piano que eu escrevi, mas não tinha capacidade para tocar.
O processo de fazer ‘Diorama’ foi agridoce. Por um lado, eu me senti mais perto de criar um álbum definidor de carreira do que jamais tive e, por outro lado, havia uma imensa pressão para eu fazer um disco de rock que se encaixasse perfeitamente ao lado do formato de rock das rádios dos EUA da época, que francamente era uma merda. .
Quando digo ‘eu’, não pretendo de forma alguma reduzir os papéis de Chris e Ben neste álbum.
Ben é na minha opinião um dos maiores bateristas de todos os tempos e sua finesse em ‘Diorama’ é magistral. Ben é um baterista capaz simultaneamente de rara sutileza e poder brutal. Chris evoluiu muito como baixista neste disco e para seu crédito absoluto quando eu o apresentei essas partes de baixo mais técnicas e ele as colocou em prática e as dominou como o profissional que ele é… Seu baixo tocando em ‘Tuna’ [In The Brine] ainda me dá arrepios.
Mas neste momento, eu era o único compositor, vocalista, guitarrista, pianista e também estava fazendo arranjos orquestrais e direção de arte e co-produzindo com a lenda absoluta David Bottrill – a pressão estava inteiramente em mim para entregar um hit e ser a ‘estrela do rock’ que a Atlantic Records achava que tinha contratado.”
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Com o álbum “Diorama” o Silverchair emplacou grandes sucessos, como os singles “The Greatest View”, “Across The Night” e “Luv Your Life”, faixa que entrou para trilha-sonora de novela da TV Globo aqui no Brasil.
A segunda parte da história do “Diorama” foi prometida para esta quinta-feira (10).