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Silverchair: Daniel Johns revela que o álbum “Diorama” quase foi engavetado pela gravadora

O músico falou sobre sua vida e carreira em novo podcast original do Spotify.

Capa do podcast "Who is Daniel Johns?" / Foto: Divulgação

“Diorama” é um dos álbuns favoritos dos fãs do Silverchair, mas Daniel Johns confirmou que o projeto não foi bem recebido pela gravadora inicialmente. Segundo ele, o disco chegou a ser engavetado temporariamente.

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Capa do álbum “Diorama”, do Silverchair. Foto: Divulgação

Daniel Johns é o personagem central de um novo podcast original do Spotify. “Who is Daniel Johns?”, ou em português “Quem é Daniel Johns?”, reúne nomes importantes da música e da vida pessoal de Johns, como Billy Corgan, Luke Steele e Natalie Imbruglia, em entrevistas que detalham o sucesso do Silverchair e as batalhas pessoais do vocalista com depressão e transtornos alimentares.

No novo episódio disponibilizado nesta semana, Daniel Johns fala sobre a criação do quarto álbum de estúdio do Silverchair, “Diorama”, considerado por muitos como a grande obra do australiano. O álbum se distancia bastante de “Frogstomp”, o disco que catapultou Daniel ainda adolescente para o estrelato mundial, “Freak Show” e “Neon Ballroom”, que tinham sonoridade mais pesada.

Em “Diorama”, Daniel Johns experimentou muito mais e adicionou piano, metais e cordas ao som do Silverchair, até então conhecida como uma banda influenciada pelo movimento grunge. No podcast, ele diz que, na época de produção desse disco, ele estava cansado do rock e mais interessado em “música barroca”. Daniel chegou a aprender a tocar piano de ouvido para escrever a produzir as novas faixas.

O mais interessante – ou chocante – da história contada por Daniel Johns no podcast é que o selo responsável pelo lançamento de “Diorama” não gostou do álbum de primeira. De acordo com ele, os executivos da gravadora pediram por um single “mais rock” e ainda a eliminação dos arranjos de cordas e metais do disco, dizendo que a produção era ruim e não venderia. O “Diorama” chegou a ser engavetado temporariamente.

“Eu colocava pinturas de Salvador Dali no piano [enquanto trabalhava]. Eu tentava fazer algo da magnitude do trabalho dele. Eu ouvia música barroca, ouvia também a trilha-sonora de ‘O Mágico de Oz’ constantemente. Eu pensava, ‘que se foda o rock n’ roll, é ruim demais’, risos!. Quase todas as pessoas que ouviram as demos disseram que eu estava maluco. Me disseram ‘Você não pode fazer isso.’,” contou Daniel.

Ele ainda explicou a situação com um selo americano, Atlantic Records, que na época foi a responsável pelo lançamento do “Diorama” nos Estados Unidos:

“Eu sentia que, finalmente, havia finalizado o trabalho da minha vida. Eu estava fazendo o que estava em minha cabeça. Eu estava representando meus sonhos. […] Creed e Limp Bizkit eram os grupos que estavam grandes nos EUA e eu decidi escrever esse álbum místico e barroco, risos! A gravadora me dizia ‘isso não vai funcionar’, ‘que tal a gente remover as cordas e os metais do disco?’ e eu disse ‘que tal você ir se foder?’. Eu lembro que a gravadora me trancou em um quarto de hotel e me pediu por um single de rock e eu respondi ‘o álbum está finalizado’,” contou Daniel.

Ouça agora ao episódio completo de “Who is Daniel Johns?”: