Após um hiato de nove anos, Caetano Veloso voltou com força total. Depois de lançar o single “Anjos Tronchos”, na noite desta quinta (16), com entrevista exclusiva ao POPline, o cantor baiano nos presenteia com o clipe da faixa. E tem muito conceito, viu? Apostando numa pegada moderna, com muito efeito, jogo de luz e muitas camadas de Caetano, o vídeo impacta já na primeira visão.
A faixa abre-alas de seu novo projeto, após um hiato de quase nove anos do seu último projeto solo, o acalmado “Abraçaço”. Mesclando entre fundospretos e brancos, Caetano é o centro das atenções do clipe, que se multiplica em torno do que podemos dizer que são seu algorítimos. Tema que ele se debruça na nova canção, que já domina as plataformas digitais.
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Em plena forma, ao 78 anos, o cantor, sempre atento às modernidades, traz o que há de mais em voga novo single: a tecnologia. Por entre os versos, Caê reflete como os algorítimos das redes sociais nos enxergam e acabam, de certa forma, influenciando tudo a nosso redor. Questões trazidas de forma bem humorada e crítica, ao mesmo tempo, marca na discografia de um dos maiores nomes da MPB.
“Eu cheguei à palavra algorítimo porque fala-se muito nosso, quando se refere a realidade digital, ao mundo da computação. Mas eu não entendo nem muito de matemática nem o conceito, nem muito da cultura que se desenvolveu a partir do computador e da internet e, evidentemente, tenho contato com isso. Quando comecei a canção pensei que nem fosse completar, porque não sabia o suficiente sobre o assunto, mas os versos foram aparecendo para que pudesse se tornar uma canção”, explicou.
O lançamento de “Anjos Tronchos”, inclusive, foi encabeçado por uma publicação bem misteriosa, resultado do trabalho de inteligência artificial, onde o termo “Miss Eilish” chamou atenção do público, que até cogitou parceria sua com a cantora Billie Eilish. Caetano explica o que aconteceu, de fato, e qual a sua relação com a cantora norte-americana. Mas fiquem calmos! Uma parceria, por mais que a gente tenha torcido, ainda não está nos planos do compositor.
“Eu gosto muito de Billie Eilish, mas jamais pensei em fazer uma parceria com ela. Não imagino que pudesse haver interesse do outro lado. Ela apareceu no final da canção como exemplo de uma coisa boa que vem dessa evolução tecnológica que nos deu computadores pessoais e a internet. Como a canção fala de muitas coisas horrendas que a gente deve a isso, é bonito falar de coisas boas. Primeiro falei do sonho de um poeta de fazer poesia visual mais complexa, eu me referia a Augusto de Campos, principalmente, e com esse desenvolvimento foi possível, e, no final, me veio Billie Eilish. Terminou como uma frase enigmática, mas muito simples”, conta.
bservando de perto o trabalho da jovem artista de apenas 19 anos, Caetano Veloso vê com bons olhos o avanço tecnológico em torno da música, que traz uma gama de possibilidade, e enaltece o trabalho de Billie, que produz seus discos ao lado do irmão, de dentro de sua própria casa.
“Fiquei sabendo que ela já havia usado esse nome das redes sociais ‘Miss Eilish’, e termina de uma forma muito simples, num informalismo informal (risos), Ela fez aquelas coisas, se tornou importantíssima e famosa com essa coisa neo-cool fazendo tudo do quarto dela com o irmão”.