A Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) anunciou um acordo com o Spotify que promete facilitar o recebimento de direitos autorais pelos autores de música independentes e proporcionar maior clareza ao processo de recebimento desses valores. O anúncio foi feito durante o Rio Music Market, conferência sobre o mercado da música realizada pela ABMI, no Teatro Claro Rio que encerrou sua programação ontem, 9 de dezembro.
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“O acordo entre ABMI e Spotify acontece para que os independentes possam ter maior controle sobre os dividendos de seus direitos. Basicamente, os associados da ABMI que disponibilizarem seus repertórios terão acesso aos dados junto à plataforma de streaming de música, o que garante a diminuição de intermediários e obviamente, um maior controle das receitas advindas da sua obra”, explica a CEO da ABMI, Sandra Rodrigues.
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O acordo é fechado no momento em que as plataformas de streaming de áudio estão em evolução no país. Com a pandemia, o consumo de música por meio dessas plataformas aumentou, e o Brasil fechou o primeiro semestre de 2021 com mais de 60 milhões de usuários nas plataformas de streaming de áudio, incluindo contas pagas e gratuitas.
Balanço Mercado Musical na 9ª Edição do Rio Music Market
A 9ª edição do Rio Music Market, conferência anual realizada pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) sobre a indústria da música, encerrou a sua programação ontem (9). O showcase de encerramento ficou a cargo de Fausto Fawcett, que apresentou seu novo álbum “Favelost”.
O show teve transmissão online e gratuita e até o momento já teve mais de 98 mil visualizações no twitch. O evento ocorreu de forma híbrida, com transmissão pela internet, além de palestras e apresentações abertas ao público no Teatro Claro Rio.
O RMK contou com a participação de renomados executivos do mercado mundial da música, como Jeremy Sirota, CEO da Merlin, que falou sobre ações digitais bem sucedidas da agência em países como França e China. Segundo Sirota, “os live streamings irão se consolidar no mundo e dar oportunidade não só a artistas consagrados”. O CEO da Merlin também destacou que as plataformas digitais dão acesso global aos artistas e que, apesar do desafio das aquisições pelas majors, há espaço para os independentes terem sucesso numa escala global.
Esta edição também discutiu o funcionamento e o futuro das plataformas de streaming, em mesa apresentada por Joe Sparrow, editor da Music Ally – empresa inglesa especializada em conteúdo sobre o negócio musical global. Para Carlos Mills, presidente da ABMI, “o modelo atual não é perfeito, mas é responsável pela retomada do mercado da música gravada desde 2014”.
No Rio Music Market também foi divulgado o resultado da pesquisa anual da ABMI. Carlos Mills e Léo Morel, da Tratore, revelaram dados inéditos – como faturamento e receita estimada de R$ 1,4 bilhão, gerados em 2020 pelo mercado brasileiro de música, apresentando um crescimento de 15% em relação ao ano anterior.
O 9º Rio Music Market fez um panorama amplo do mercado da música e abordou temas como tecnologia, direitos autorais, comunicação, marketing digital, empresariamento artístico e sustentabilidade. Além das palestras, painéis e workshops, a programação contou com os showcases todas as noites e transmissão online e aberta ao público em geral no canal da Amazon Music.