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Willow Smith abre o jogo sobre ser uma mulher preta tocando pop punk

Foto: Atiba Jefferson

Com o novo álbum “Lately I Feel Everything” na praça, Willow Smith falou sobre suas influências neste trabalho – de My Chemical Romance à musa inspiradora Avril Lavigne -, mas sobretudo sobre o sentimento de ser uma mulher preta tocando pop punk.

Foto: Atiba Jefferson

Em entrevista à Alternative Press, Willow reflete o fato de ter crescido sob os olhos do público. Inquieta, passou de estrela infantil à adolescente soul/r&b. Ainda jovem, tornou-se apresentadora de um programa de discussão familiar. Mas sua admirável franqueza também foi confundida com pretensão, sua exploração do gênero pela indecisão e suas tendências de outsider policiadas por noções racializadas e antiquadas de como um músico “alternativo” deveria ser.

E, definitivamente, Willow se recusa a ser colocada em uma caixa. Incrivelmente versátil, toca guitarra desde tenra idade. Seu mais recente desenvolvimento artístico permitiu a ela o espaço para canalizar totalmente seu amado pop punk. “Historicamente, os jovens afro-americanos têm sido constantemente colocados nessas caixas, e eu sinto que até mesmo em nossa própria comunidade, quando tentamos sair dessas caixas e quando tentamos fazer algo diferente, somos examinados por nossa própria comunidade”, reflete Willow.

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“Eu sinto que as pessoas têm medo de permitir que esse despertar aconteça porque, por muito tempo, as pessoas em grupos minoritários foram reprimidas. Permitir que as minorias se expressem plenamente traz à tona o fato de que teremos que lidar com essas opressões sociais e sistêmicas que vivemos. Eu não acho que falamos o suficiente sobre como as saídas criativas de pessoas de cor podem ser um grande caminho para incitar mudanças”, pontua Willow.

Contudo, Willow tem consciência de seus privilégios enquanto filha de famosos. Mas ressalta: “Ser negro é ser negro; mesmo se você for um privilegiado, ainda vai experimentar algumas dessas resistências. Eu só quero continuar me expressando, e quero continuar deixando outras pessoas de cor saberem que podemos simplesmente fazer o que quisermos”.

As referências no novo trabalho

Alguns dos nomes mais citados por Willow como referência para o novo álbum “Lately I Feel Everything” são grupos de emo e pop punk como Paramore, My Chemical Romance e Panic! At The Disco. Mas ela reflete que por algum tempo se sentia “diferente” de outros amigos (brancos) que curtiam este tipo de som.

“Lembro-me de comentar com alguns colegas da escola que queria permear meu cabelo e fazer o clássico look emo para o lado e eles apenas diziam: ‘Não acho que será um bom visual para você’. Mas eu só queria ser uma linda garota emo e viver minha vida, sabe? Obviamente, pop punk e heavy metal são dois gêneros extremamente diferentes, mas acho que os negros no mundo do rock em geral ainda são muito raros”.

A artista conta que se pudesse escolher um álbum para mostrar a um jovem que começasse a curtir emo, seria “The Best Damn Thing“, da Avril Lavigne. “Há uma música específica lá chamada ‘I Don’t Have To Try’ que eu simplesmente tocaria quando era criança. Meu eu de 13 anos estaria vivo até hoje”.

Relação de fã e ídolo entre Willow e Avril Lavigne (Foto: Backgrid)

Trabalhar com Avril Lavigne foi a realização de um sonho para Willow. “Ela é simplesmente incrível. Ela conhece esse gênero como a palma da sua mão. Foi fácil vê-la inventar seus versos. Ela sabe exatamente o tom certo que vai funcionar com a música. Dos 13 aos 16 anos, ela era meu ídolo. É muito bom poder ter um álbum pop punk com a presença e o aval da rainha do pop punk”, derrete-se a jovem, que gravou a faixa “Grow” com a cantora canadense.

Lately I Feel Everything” será disponibilizado nesta sexta-feira (16) nas plataformas digitais. E o trabalho chegará acompanhado de um evento que será exibido (também na sexta) através do Instagram e Facebook Messenger da cantora. e sim, Avril Lavigne e Travis Barker, baterista do Blink 182, vão participar do show virtual.

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