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Wanessa Camargo responde pedido de fãs para músicas dançantes e shows em baladas


Wanessa Camargo está comemorando 20 anos de carreira e uma fase que marcou muito o público foi quando ela cantou música eletrônica em inglês e fez turnê por casas noturnas. Grande parte de seu público espera que ela retome esse caminho. “Eu sei, eu sei, eu sei”, ela diz ao POPline. A ideia é contemplar essa demanda em seu novo projeto “Uni/verso”, dividido em 20 “fragmentos”. “Nada é uma página virada na minha vida”, diz a cantora.

“As pessoas hoje em dia pedem ‘DNA’, e quando eu fazia o ‘DNA’ pediam as românticas. Eu fico feliz, sabia? Quando eu estava na pegada do ‘DNA’ e do eletrônico, eu ouvia tanto ‘cadê as românticas?’. Eu ficava doida! ‘Calma, calma, gente’. Agora que fico mais romântica, querem dançante. Calma que vai ter tudo no ‘fragmentos’. Vai ter tudo um pouquinho”.

Wanessa Camargo Música Eletrônica Casas Noturnas
(Foto: Hyan Pereira)

O primeiro “Fragmentos” saiu neste mês, com três músicas. Wanessa Camargo considera esse projeto uma libertação. “Ele é exatamente tudo que posso ser como artista. Ele não me limita em nada. É uma caixinha de Pandora. Estou tão empolgada e tão feliz de poder trazer essas coisas novas”, conta a artista, “estou comemorando toda a versatilidade que sinto que tenho, toda a liberdade de fazer o que sinto no momento. Estou celebrando essa camaleoa que existe em mim. Essa é minha identidade”.

Por que ela parou de fazer show em baladas?

Wanessa Camargo se despediu das casas noturnas e da música eletrônica em 2015. No ano seguinte, ela lançou o álbum “33”, classificado como sertanejo, e trocou as baladas por festivais de música sertaneja pelo país. Ela conta ao POPline que a maternidade pesou para que ela reconsiderasse os rumos de sua carreira, mas que o mais importante é que ela estava se sentindo estacionada. “Quando me sinto assim, eu mudo mesmo. Eu estava estacionada, acomodada e cansada fisicamente. É punk você fazer show às 2h, 3h da manhã. É muito punk. Eu estava exausta. Para voz, não estava legal. Já tinha cumprido um ciclo ali”, desabafa.

Ao mesmo tempo, houve a ascensão das drag queens e outro mercado LGBTQI+ se consolidou nas casas noturnas. Wanessa amou ver essa evolução da cena e até chegou a gravar uma música e um clipe com a drag Lia Clark (“Bumbum No Ar”). Os shows nas baladas ficaram para trás, mas quem sabe algum dia ela volta? “Posso fazer! Só não é uma regra, uma limitação. Eu posso fazer, só não quer dizer que vou fazer só isso ou fazer isso o tempo inteiro”, explica sua postura, “eu ia amar fazer uma Flex, uma The Week de novo. Morro de saudades. Nossa! Morro de saudade, mas não quero fazer disso uma coisa única. Eu posso andar por todos os palcos e está tudo certo”. Com seu novo projeto, ela visa shows em teatros.

Turnê por casas noturnas exige rotina especial

Quando já era mãe e estrela da noite LGBQTI+, Wanessa podia chegar em casa às 6h da manhã, sem poder dormir. Ficava virada, por causa das crianças. Wanessa tem dois filhos – José Marcus, de oito anos, e João Francisco, de cinco anos. “Os shows eram todo fim de semana e fim de semana é sagrado com as crianças, sabe?”, diz ao POPline, “mas antes das crianças, eu já estava cansada, porque tinha que acordar muito tarde”. Na época da “DNA Tour” e da “DNA Tour Reloaded”, ela dormia mais tarde para acordar mais tarde e estar bem na hora do show – de madrugada. Wanessa diz que não toma energético e fazia tudo “no orgânico, no natural”.

“No dia seguinte, parecia que tinha passado um trator pelo meu corpo. É um show bem pesado. O show de balada é diferente. No teatro, você canta uma música sentada, canta uma música lenta… Na balada, eu tinha que fazer quase um set, não tinha lugar para conversar, era uma música em cima da outra. Eu tinha um trio de músicas no final que era ‘Worth It’, ‘Stick it Dough’ e ‘Shine It On’. Tinha dia que eu achava que ia desmaiar, ia cair. Nunca foi playback. Sempre ao vivo, dançando”.