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Vizinho de “A Mulher da Casa Abandonada” joga ovos em repórter

Lucas Carvalho mostrou, ao vivo, os ovos disparados contra ele, durante matéria do “Balanço Geral”.

(Foto: Record)

A espetacularição do caso criminal retratado no podcast “A Mulher da Casa Abandonada” tem incomodado a vizinhança de Margarida Bonetti em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. O repórter Lucas Carvalho, da Record, foi atacado com ovos enquanto fazia uma entrada ao vivo no programa de TV “Balanço Geral” na madrugada desta quinta (21/7).

“Chuva de ovos ao vivo! Hoje, o repórter cinematográfico, Daniel Macedo, e eu fomos atacados por um morador (…) Achei um baita desperdício, ainda mais com o ovo custando tão caro”, escreveu o repórter Lucas Carvalho.

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A casa de Margarida Bonetti – uma mansão decrépita – virou ponto turístico nas últimas semanas, por conta do sucesso do podcast da Folha de S. Paulo. O jornalista Chico Felitti, que investigou o caso e criou o podcast, já falou que as pessoas estão fazendo uma “micareta” na porta da casa.

A situação foi potencializada na quarta (20/7) quando, além do grupo de curiosos na frente do local, a polícia foi até lá acompanhada de Luísa Mell e do programa “Brasil Urgente”, da Band. Datena transmitiu ao vivo a operação, justificada pela polícia de “ação humanitária”. Luísa Mell levou embora um cachorro que estava em posse de Margarida Bonetti.

(Foto: Instagram @luisamell)

Quem é Margarida Bonetti, a mulher investigada em “A Mulher da Casa Abandonada”?

Margarida Bonetti é, para os vizinhos de Higienópolis, uma criatura excêntrica. Morando sozinha em uma mansão caindo aos pedaços, ela leva uma vida isolada e costumava chamar mais atenção quando aparecia na rua protestando contra derrubada de árvores. Em um desses protestos, o jornalista Chico Felitti a notou. Querendo saber mais dela, descobriu se tratar de uma foragida do FBI.

(Foto: Douglas Françoza)

Ela e o marido Renê Bonetti foram acusados de explorar por 20 anos, agredir e negar auxílio médico a uma empregada doméstica que levaram do Brasil para os Estados Unidos. A vítima vivia em situação análoga à escravidão: seu passaporte ficou retido com os patrões e ela nunca recebeu sequer um salário. Também não sabia falar inglês, o que a impedia de ir muito longe.

Quando a empregada finalmente denunciou os patrões, com ajuda de uma vizinha, Renê respondeu à Justiça norte-americana e foi condenado. Margarida Bonetti, porém, fugiu para o Brasil e nunca mais voltou para os Estados Unidos.

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