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Vitão reflete sobre nova fase: “A gente pode ser da forma que tem vontade”

Cantor, capa da revista “Quem”, avaliou o novo momentos profissional e pessoal que vive

Vitão. Foto: Divulgação

Seja na música ou na vida pessoal, Vitão está amadurecendo e descobrindo cada vez mais a sua verdadeira essência. Aos 22 anos, o cantor acumula cinco de carreira, com milhões de streams e parcerias poderosas ao longo deste período. E independente da aprovação pública – ou não -, o artista reforça que não se importa com rótulos e quer mesmo “causar espanto” para, quem sabe, abrir diálogos para mudanças em questões que ele acredita que sejam importantes.

Vitão. Foto: Divulgação

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Em entrevista à “Quem”, na qual é capa virtual do mês de julho, Vitão , que brilhou na última temporada do “Dança dos Famosos”, do “Domingão com Huck”, da Globo, conta que passou a usar maquiagem e roupas sem gênero num momento de desconstrução.

“Gosto de causar espanto no bom sentido, de alguém falar: ‘Nossa, mano, ele está vestindo assim mesmo? Ele teve a moral de colar no bagulho assim?’. De sustentar e trazer essa comunicação da liberdade. De a gente poder ser e existir da forma que tem vontade naquele dia. A gente pode mudar de ideia num dia e ser outra coisa. O ser humano é mutável, tudo muda da noite para o dia e a gente vive em uma constante mudança em tudo”.

Foto: Globo/João Miguel Júnior

E muito se engana quem acredita que os famosos haters da internet abalam sua opinião. Logo após uma estreia meteórica na música, o cantor teve que lidar com mensagens de ódio que quase o fizeram desistir de seguir na música. Mas foi justamente a arte que o manteve firme naquele momento. Vitão pontua que o público conservador o provoca a ser ainda mais intenso.

“(Ainda há) Um público muito conservador, muito machista e muito homofóbico. Que quer bater na tecla do ódio. São esses os momentos que tenho mais vontade ainda de ousar”.

Com uma construção musical que passa entre a música clássica, grandes nomes do pop e muita referência do R&B, o artista se define como uma pessoa eclética, que, tímido, quando criança, viu no teatro a saída para se encontrar no mundo. Já em 2019, Vitão lançou o primeiro single autoral, “Tá F*da”. “Minha carreira começou a se desenvolver de uma forma bizarra, muito rápida. Dois, três meses depois eu já estava indo para a estrada fazer show. Quando vi, já estava cantando com a Anitta, minhas músicas estavam na rádio”, destaca.

(Foto: Instagram @vitao)

Questionado sobre o que mudou desde o início da carreira, ele afirma que sua visão artística se expandiu, assim como sua confiança. “Quero ser um artista completo. Venho nesses processos de entrar no casulo e virar borboleta em vários momentos da minha vida. Estou me desenvolvendo de uma forma muito maluca e atingindo lugares artisticamente que eu nem imaginava que poderia”.

“Só tenho 22 anos, ainda estou muito no começo. Sempre flertei com todos os gêneros musicais, nunca me fechei para algo. Sinto que estou abrindo mais esse leque e estou em um momento de mais liberdade musical. É algo que não tem volta”

Os fãs mais saudosos da época de seu início de carreira ainda cobram de Vitão uma voltar às raízes de seus trabalhos autorais. Ele considera impossível. “A gente vai mudando e a minha arte é um reflexo de mim mesmo. É impossível ser exatamente como eu era antes. Ainda tenho muito daquele moleque sonhador. O fato de ser essa pessoa sonhadora, de botar as coisas na cabeça e ficar pensando naquilo dias e noites.. Permaneço sendo esse sonhador”, conta.

Vitão|Foto: Cauê Tarnowski

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Na esperança de quebrar tabus e abrir o diálogo,o músico  quer debater diretamente assuntos ainda muito fechados com seu público masculino. “Cada um tem que ter o direito de se rotular do que quiser, do que se sentir confortável. Para muitas pessoas, isso é necessário. Mas eu tenho buscado poder falar sobre essas coisas abertamente, quebrar esses lugares que a gente insiste em se colocar. Falar para os meninos, estabelecer uma relação direta com quem me acompanha”, diz.

“Irmão, você pode se vestir do jeito que quiser, você pode falar da forma que quiser e isso não tem que te rotular de forma nenhuma. Eu acredito que vai ter um momento em que a gente vai poder só viver. Só ser e existir da forma que quiser, se relacionar com quem tiver vontade”