De acordo com um estudo da Luminate, entre 2019 e 2020 as vendas de vinil cresceram 46,2% segundo dados. A possibilidade de crescimento de materiais sustentáveis para discos de vinil na indústria aumentaram desde 2020. Ao mesmo tempo, o crescimento de vendas de 51,4% durante a pandemia de Covid-19, se converteu em desaceleração de 2021 a 2022, com índice de crescimento apenas de 4,2%.
LEIA MAIS:
- Jornalista Daniel Setti lança podcast “Do vinil ao streaming: 60 anos em 60 discos”
- Vendas de vinil registra aumento anual de 11,7% no Reino Unido em 2023
- IA Generativa: Goldman Sachs aponta oportunidades para o streaming e amadurecimento de leis
Entre as experiências, o disco Hit Me Hard and Soft, de Billie Eilish, foram prensadas em vinil bioatribuído, com as embalagens feitas de materiais reciclados. A artista também lançou os vinis com plano de sustentabilidade.
“À medida que a sensibilização dos consumidores para as questões ambientais continua a crescer, é evidente que existe uma oportunidade de mercado substancial para discos de vinil ecológicos”, afirma Karen Emanuel, CEO do Key Production Group, em entrevista ao Digital Music News.
Ao mesmo tempo, segundo a Luminate, 83% dos entrevistados em geral disseram que não percebem ou não conseguem diferenciar entre o vinil pesado de 180g e outras alternativas. Entre os compradores de vinil, esse número ainda chega a 70%.
“O vinil pode ser produzido de forma mais sustentável com novos compostos que substituem os ingredientes dos combustíveis fósseis, e as embalagens podem ser feitas com materiais totalmente reciclados”, explica John Service, Diretor de Estratégia e Sustentabilidade do Key Production Group, em entrevista ao Digital Music News.
O especialista também indica que a mudança do consumidor em direção a uma demanda por música física com sustentabilidade deve considerar o impacto ambiental.
“Com a crescente demanda, estamos aqui para trabalhar com artistas, gravadoras e outras partes interessadas para garantir que estamos criando música física de alta qualidade, produzida da forma mais sustentável possível e que atenda às necessidades e valores dos consumidores de música de hoje”, completa John Service, do Key Production Group.
Ao mesmo tempo, o mercado enfrenta desafios como o perfil do próprio consumidor de vinil. De acordo com a Luminate, em pesquisa divulgada há um ano, 50% dos compradores de vinil não possuem vitrolas. O site Hypebot chamou esse fenômeno de ‘música como souvenir’, com a preferência do consumo das obras principalmente através de downloads e streaming.
Nesse cenário, há também regiões com maior consumo do que outras. Em janeiro deste ano, por exemplo, as compras de LPs cresceram pelo 16º ano consecutivo no mercado britânico, segundo dados do BPI (British Phonographic Industry). Os formatos sustentáveis encontram não apenas um cenário voltado a colecionadores e o desconhecimento sobre o impacto ambiental, mas também a variação de arrecadações por mercado.