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EXCLUSIVO: Saiba toda a verdade sobre Clara Pierce e faixas descartadas de Miley Cyrus

POPline conversou com o brasileiro (e fã da pop star) que estaria por trás desta história

Ao POPline, Willian opinou sobre as teorias de que Clara Pierce seria um mecanismo estratégico de Miley para seu próximo lançamento musical. Fotos: Instagram/@mileycyrus; @willycordeiro18

* Em colaboração com Láisa Naiane

Enquanto os fãs de Miley Cyrus anseiam por um suposto volume 2 do disco “Endless Summer Vacation” (2023), um novo compilado de faixas aleatórias da cantora vem fazendo barulho nas redes sociais nos últimos dias. Por trás de um alter ego de nome Clara Pierce, um montante de 12 músicas descartadas de outros projetos da artista foram catalogadas no Spotify, furaram a bolha do fandom da estrela pop e deram margem à criação de inúmeras teorias. O POPline foi atrás desta história e descobriu alguns fatos curiosos.

Foto: Spotify

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Willian Cordeiro, de 24 anos, é quem está por trás do perfil (que antes era verificado) de Clara Pierce. Morador do município de Mutum-MG, o jovem é declaradamente fã de Miley e acompanha seus passos desde 2007, quando a estrela ainda dava vida à personagem infanto-juvenil Hannah Montana.

Ele, assim como uma expressiva parcela de fãs de artistas pop, adora uma faixa ‘unreleased’, ou seja, que fora descartada de algum projeto e não veio a público (não oficialmente, pelo menos).

Ele contou ao POPline que, antes do burburinho que tomou conta das redes sociais nessa semana, inclusive a nível internacional, já tinha conseguido subir uma música da artista nas plataformas digitais em 2021, e outra em 2022. No entanto, não houve nenhuma repercussão. Até que no último dia 10 de março, mesma data em que Miley disponibilizou seu mais recente álbum de estúdio, Willian liberou um compilado de faixas descartadas, o qual batizou de “Down With Me”.

De acordo com o jovem, tratam-se de canções que Miley trabalhara entre 2013 e 2017. Apesar de nunca terem sido reveladas ao mundo oficialmente, os smilers (como são chamados os fãs dela) já tinham conhecimento da maioria. “Hands of Time”, “Saggitarius”, “Can’t Live Forever”, “I Don’t Wanna Let It Go”, “Right Hand Man” e “At Least I Can Say That I Tried” são algumas delas.

“Era só eu mesmo que ouvia, eu coloquei lá [no Spotify] só para mim, sabe? Para não ter que ouvir online, para não ter que ficar baixando e indo em outros aplicativos do celular. Era para ficar tudo no Spotify”, explicou Willian, a respeito de sua motivação para ‘upar’ as faixas na plataforma. Ele conta, ainda, que como já tinha ‘subido’ dois singles anteriormente, imaginou que seria possível disponibilizar um álbum completo.

Nas especificações das músicas, que após toda a repercussão que tomou conta das redes sociais foram removidas pela própria plataforma, Willian creditou a si próprio como autor uma vez que era uma exigência nomear alguém a tal atribuição para poder disponibilizar as faixas.

Já como intérprete, ele teve a ideia de criar um alter ego batizado de Clara Pierce – “Clara” foi o primeiro nome que veio à cabeça dele, e “Pierce” é de “Katherine Pierce”, personagem da série “Diários de um Vampiro”, ele explica. Para dar um rosto ao alter ego, ele jogou uma foto dele mesmo em um aplicativo de Inteligência Artificial, e atualizou a foto de perfil do Spotify com o resultado que obteve.

“Eu não quero prejudicar a Miley. Se ela não lançou essas músicas, é porque talvez achou que eram pessoais demais para ela”, explica ele, ao revelar que não pretende tentar disponibilizar as músicas na plataforma novamente.

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No que se refere a possíveis desdobramentos jurídicos do caso, Willian relata que “deu sorte” ao ter as músicas removidas pela plataforma, e que espera não virar alvo de processo. “Eu realmente espero que não [dê em processo]. Se tiver, eu tô lascado”, conta ele, em tom de humor.

Como Willian fez para disponibilizar as músicas em plataformas digitais como Spotify?

Perguntamos a Willian como ele teria conseguido subir essas músicas nas plataformas digitais. Segundo o próprio, através de um tutorial na internet, ele teria chegado à distribuidora ONErpm. A empresa é responsável por entregar este material às plataformas digitais (Spotify, Apple Music, Deezer, entre outras).

Em outras palavras: para upar uma música no Spotify, somente por intermédio de uma distribuidora. Contudo, Willian teria conseguido o selo de  “verificado” porque fez uma conta em uma plataforma interna chamada “Spotify for Artists”.

Ele garante não ter recebido nenhuma quantia a partir do número de plays dessas músicas. Mas também não sabe dizer se a distribuidora ou alguma das plataformas lucrou com este material.

O POPline entrou em contato com o Spotify para saber como é feito o processo de verificação na plataforma. Em tempos de inteligência artificial, questionamos também quais os mecanismos para tornar esse processo ainda mais seguro e verdadeiro, bem como se eles receberam algum valor monetário em relação à execução das faixas. Por fim, perguntamos quais as políticas adotadas pela plataforma em casos similares.

E com a plataforma de distribuição digital de música ONErpm, solicitamos um levantamento do caso que repercutiu – de forma errônea – em alguns veículos internacionais. Porém, até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta de ambas as empresas.

Teorias de que tudo seria parte de uma estratégia de lançamento da própria Miley

Os fãs ficaram tão em polvorosa com o mistério envolto no perfil de Clara Pierce e sua instantânea e incessante repercussão que começaram a mirabolar várias especulações. Muitos dos smilers associaram o “sumiço” da cantora e a falta de divulgação do disco “Endless Summer Vacation” a uma possível estratégia “incomum e controversa” que faria colocar o nome da estrela no topo dos assuntos mais comentados nas redes sociais enquanto o terreno se aqueceria para um próximo lançamento.

“Eu morri de rir [dessas teorias]. Na hora que eu vi que o pessoal estava achando que Clara Pierce era um alter ego de Miley Cyrus para lançar uma música… Gente?! Se a Miley fosse ter um alter ego, ela com certeza ia colocar outro nome. Acho que o nome ‘Clara’ nem passaria pela cabeça dela. Eu achei um absurdo! Acharam que as músicas eram feitas por IA [Inteligência Artificial], que era um alter ego porque a gravadora não queria lançar. Não, a Miley tem 100% do controle da carreira dela. Se ela quisesse lançar essas músicas, teria lançado. É uma artista que sempre fez o que queria e não tem gravadora que barre ela”, opinou Willian, que se referiu à cantora do smash hit “Flowers” como “a Cher da nossa geração”.

Veja a repercussão nas redes sociais:

Nesta quarta-feira (26), no auge do burburinho e após as faixas terem sido removidas do Spotify, Willian foi ao Instagram declarar luto pela “morte” do alter ego. “Você se foi, mas nunca será esquecida. Descanse em paz, Clara. #JustiçaPorClaraPierce”, escreveu ele, entrando na brincadeira.