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“The Rarities”: Mariah Carey ‘serve’ aos fãs uma simbiose dos 30 anos de carreira em faixas inéditas

Jazz, dance, música gospel, pop e R&B compõem o verdadeiro significado de Mariah Carey

"The Rarities": Mariah Carey 'serve' aos fãs uma simbiose dos 30 anos de carreira em faixas inéditas. Foto: Divulgação
"The Rarities": Mariah Carey 'serve' aos fãs uma simbiose dos 30 anos de carreira em faixas inéditas. Foto: Divulgação

No ano em que comemora 30 anos de carreira, uma das maiores cantoras de todos os tempos, Mariah Carey, lança um álbum inédito com músicas raras, nunca lançadas antes em seus discos. O resultado? Os fãs amaram a notícia e o POPline fez uma resenha sobre o “The Rarities”.

Na comunidade “lamb”, há uma constante discussão sobre a “old” Mariah, a que basicamente fazia love songs até 1996 e a “new”, que deu espaço ao hip-hop na música pop através de colaborações com rappers, principalmente a partir de 1997. É comum, com alguns lançamentos, alguns fãs falarem: “olha, essa música é muito old Mariah”.

Mariah Carey em 1990, quando lançou o primeiro disco. Foto: Divulgação
Mariah Carey em 1990, quando lançou o primeiro disco. Foto: Divulgação

No entanto, quem pensa assim, parece se esquecer que nós, seres humanos, evoluímos, descobrimos coisas novas e vamos incorporando novas influências aos nossos “repertórios” diários.

Do mesmo modo, acontece com os cantores e foi assim com Mariah. Um dos grandes méritos do “The Rarities” é justamente apresentar as músicas em ordem “crescente” cronológica. Das mais antigas, até mais novas.

Assim, fica notável o desenvolvimento vocal de Mariah desde 1990 até 2020. A primeira música, “Here We Go Around Again“, foi gravada como uma demo para o seu primeiro álbum. A canção mostra uma grande influência da música oitentista, superdance e repleta de sintetizadores. Sonoridade essa que não foi tão explorada no seu disco de estreia, Mariah Carey.

É claro que as power ballads, que são músicas românticas que permite o cantor explorar o grande potencial de sua voz através de vibratos, whistles, meslismas e beltings estão lá através de “Can You Hear Me“, de 1991, “Do You Think Of Me“, de 1993 e “Everything Fades Away“, de 1993.

Porém, quando vamos para 1995, que é considerado o auge vocal de Mariah Carey, no disco “Daydream”, fica claro a mudança de sonoridade e até mesmo emissão vocal.

Com a voz esbanjando um brilho especial e arranjos mais “ousados”, sem dúvidas, ali podemos afirmar: Mariah Carey é uma cantora de R&B contemporâneo. “One Night“, de 1995 já traz esse frescor, mas isso fica ainda mais evidente em 1996, em “Slipping Away“.

Mariah começa a se "libertar" em 2005. Foto: Divulgação
Mariah começa a se “libertar” em 2005. Foto: Divulgação

De certo modo, a cantora que lançou o seu primeiro CD aos 20 anos, somente aos 25, parecia estar mais “leve” em todos os sentidos – vocal e melódico. Descobrindo ali a sonoridade que queria explorar ao longo da sua carreira.

Em um pulo de 4 anos, vem “Out Here On My Own“, gravada em 2000, é um cover da canção original Irene Cara, lançada em 1980, que foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original em 1980.

Usada como trilha-sonora do lançamento de seu livro, “The Meaning Of Mariah Carey”, mostrando toda a sua vulnerabilidade, a cantora preferiu um arranjo no estilo piano e voz, que na era “Rainbow”, quando a música originalmente gravada, destoaria completamente do trabalho bem pop que Mariah fazia no momento.

Chegamos em 2001 e finalmente podemos ouvir a versão “original” de “Loverboy”. Música essa que originou o meme “I don’t know her”.

Já que na ocasião, Mariah falou que acabou lançando uma segunda versão de Loverboy, porque a original não pôde ser lançada, uma vez que Jennifer Lopez usou o sample da faixa “Firecraker”, da Yellow Magic Orchestra, na faixa “I’m Real”, do seu disco de 2001.

Mariah optou por samplear “Candy”, mas a versão original de “Firecraker” pode gerar algumas controvérsias. Sem dúvidas, a música como foi lançada originalmente é bem mais radiofônica, tanto que na época “Loverboy” foi #2 da Billboard.

Contudo, a versão “Firecracker” é mais “limpa”, com a presença maior de vocais e o velho sintetizador dos anos 1980, mas sem tanto apelo comercial, verdade seja dita.

O destaque, sem dúvidas, fica a cargo de “I Pray”, gravada em 2005. Mariah revelou que escreveu a música para a cantora havaiana Lina Robins-Tamure, que tinha apenas 12 anos na época.

“Eu escrevi essa música para uma bela jovem cantora. Escrever para uma criança talentosa de 12 anos foi uma experiência única e libertadora, porque foi uma forma de canalizar um sentimento puro de esperança e otimismo. Te amo Lina!”, disse Mariah.

“I Pray” é uma balada gospel poderosa que evoca sentimentos de esperança em um mundo melhor com a colaboração de todos e fé em algo maior, faixa que poderia muito bem ser lançada no confuso 2020.

Com a participação de um coro, através da exploração de diversos tons, a música, de fato, parece uma “reza”, evidenciando a comunicação de Mariah com um plano divino através de todas as nuances de notas e sons explorados na composição.

Outra surpresa foi ouvir Mariah Carey cantando jazz em cima de um piano! O registro ao vivo da canção “Lullaby of Birdland”, cover de Ella Fitzgerald, realizado em um show de 2014, mostra a versatilidade vocal da cantora.

O jazz é conhecido pela improvisação e o que não falta para Mariah Carey e as suas cinco oitavas vocais é a capacidade de explorar plenamente a voz!

Em “The Rarities”, Mariah Carey ‘serve’ aos fãs uma simbiose dos 30 anos de carreira e todas as influências que compõem o verdadeiro significado de Mariah Carey! Aproveitem