O Spotify está retirando o investimento financeiro a dois festivais de música na França em protesto contra um novo imposto direcionado às plataformas de streaming de música que operam no país. A plataforma ainda ameaçou que mais ações em retaliação à nova taxa, ocorrerão nos próximos meses, de acordo com o TechCrunch.
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Antoine Monin, Diretor Geral do Spotify nas regiões de França e Benelux, recorreu ao Twitter (X) essa semana para criticar um novo imposto que imporá uma taxa que se espera estar entre 1,5 e 1,75% sobre todos os serviços de streaming de música, com os rendimentos indo para o Centre National de la Musique (CNM), que foi criado em 2020 para apoiar o setor musical francês.
Suite à l’annonce de la mise en place d’une taxe sur le streaming musical en France, nous avons le regret d’annoncer que Spotify France cessera de soutenir les Francofolies de la Rochelle et le Printemps de Bourges, à compter de 2024 (…) 1/2
— Antoine Monin (@ant1monin) December 20, 2023
Embora todas as principais plataformas de streaming de música tenham se unido em oposição à nova lei, incluindo a Apple, o YouTube do Google e o player local Deezer, o Spotify tem sido o mais veemente. Após o anúncio na semana passada, o Spotify disse que a mudança foi um “verdadeiro golpe para a inovação” e que estava avaliando seus próximos movimentos.
A empresa deu agora a primeira indicação de quais são essas medidas, com Monin observando que retirará apoio aos festivais Francofolies de la Rochelle e Printemps de Bourges a partir de 2024, que tem apoiado financeiramente e através de outras iniciativas envolvendo música. Monin acrescentou que “outros anúncios se seguirão em 2024”, embora não tenha entrado em detalhes sobre quais poderiam ser essas ações.
Polêmicas envolvendo o Spotify em 2023
O Spotify esteve recentemente envolvido em uma polêmica com o governo uruguaio sobre uma nova lei que promete uma remuneração “justa e equitativa” para todos os artistas envolvidos em uma gravação. A plataforma argumentou que “a lei significaria que teria que pagar duas vezes aos detentores dos direitos pelas mesmas faixas e, portanto, deixaria de operar no país.”
Posteriormente, a empresa mudou de postura quando o governo deu garantias de que não se esperaria que as plataformas de streaming de música cobrissem quaisquer custos extras resultantes da lei.
A França é diferente, na medida em que é provavelmente um mercado muito maior para o Spotify e sair não é um curso de ação viável. E, tal como Monin sugeriu na semana passada, o seu plano de acção deverá centrar-se mais na realocação de recursos para outros mercados.
“O Spotify terá os meios para absorver este imposto, mas o Spotify desinvestirá em França e investirá noutros mercados”, disse Monin numa entrevista à FranceInfo na semana passada. “A França não incentiva a inovação e o investimento.”