O South by Southwest (SXSW), maior evento de inovação do mundo, que reúne tecnologia, música e cultura, que acontece em Austin, no Texas (EUA), entre os dias 8 e 16 de março, também contará com destaque à música brasileira. A convite da SRCOM, a Som Livre é a responsável pela curadoria musical da Casa São Paulo, iniciativa do Governo de São Paulo que tem o objetivo de promover o Estado como o principal polo de inovação e economia criativa da América Latina.
Com um painel sobre música sertaneja – um dos gêneros musicais que são carro-chefe da gravadora – e shows de artistas do cast, a Som Livre é a única label de música presente no espaço, que tem programação de 9 a 12 de março.
Nesta terça-feira (12), às 14h30 (horário local), o painel “Sertanejo: The Power of Brazilian and International Country Music” vai contar com a participação da Gerente de New Business da empresa, Cris Leuzinger, e da cantora Luiza Martins, artista do cast conhecida pela voz potente e marcante e um dos ícones da comunidade LGBTQIAPN+ no gênero musical. Ainda participam do papo Gui Marconi (Founder Partner at Coala Music // Partner and Director at Diverti Eventos) e Damon Whiteside (CEO, Academy of Country Music).
Leia Mais:
- Artistas brasileiros se apresentam no SXSW e sertanejo ganha painel especial sobre o gênero
- “Laço”: Reddy Allor inova no sertanejo com pitadas de pop ao lado de Diego Martins
- Com produção musical de Dudu Borges, Amazon Music lança faixas inéditas com artistas do sertanejo
“O sertanejo mantém uma sólida posição como o gênero que mais cresce no Brasil – país que é um dos maiores consumidores de música do mundo – e frequentemente conquistando as primeiras posições nos charts das plataformas de áudio. Com esse destaque, é impossível que ele não chame a atenção do mercado internacional pelo seu potencial. As plataformas de streaming de música são empresas estrangeiras e estão sempre de olho no que acontece por aqui, então podemos afirmar com certeza que esse é um fenômeno que não passa despercebido”, diz Cris Leuzinger, Gerente de New Business da Som Livre.
Em diálogo com o POPline.Biz é Mundo da Música, a executiva da Som Livre acredita que o Sertanejo e o Country se assemelham pela estética do campo, mas, em termos estratégicos, “o sertanejo já extrapolou e muito as temáticas rurais e atingiu o mainstream”, observa.
“Embora o sertanejo raiz ainda tenha representantes de peso e seu público cativo, o gênero se expandiu para diversos outros públicos ao se aliar com diferentes gêneros musicais, como o funk, o trap e o pagode, e explorar outras temáticas e sonoridades. O sertanejo passou a falar de ostentação, festas, do empoderamento feminino etc, o que o conduziu a um status mais pop. O country americano, por sua vez, também já se aliou à música pop em algumas ocasiões. Mas em comparação com o sertanejo, acredito que de forma mais tímida, continuando majoritariamente bem característico e vinculado às suas raízes.”, analisa Leuzinger.
De acordo com a executiva, a proposta do painel é um diálogo acerca das similaridades e diferenças com relação aos dois gêneros, Sertanejo e o Country. “Sabemos que ambos nasceram no campo e conquistaram seu espaço, cada um à sua maneira, além de uma base de fãs muito engajada. Nossa ideia é analisar as especificidades que fazem o sertanejo e a country music o fenômeno que são.”
Para Leuzinger, a internacionalização do sertanejo é tangível, principalmente através da demanda de shows de artistas do gênero fora do Brasil. “A dupla Maiara & Maraisa, por exemplo, gravou um DVD em Portugal, extremamente bem recebido pelo público, e antes disso também já fez apresentações nos Estados Unidos. Além disso, também já tivemos edições do festival de música Festeja, da Som Livre, em lugares como Reino Unido, Portugal, Bélgica e Estados Unidos, país que planejamos voltar em breve.”
“Quando o sucesso é muito, ele extrapola as fronteiras geográficas e cativa fãs em diversas partes do mundo”, finaliza Cris Leuzinger.
Ao fim do encontro, Luiza Martins – que também é moradora da cidade de São Paulo – fará ainda um show no espaço, que tem capacidade para receber pelo menos 5 mil pessoas e funcionará como um hub para visitantes de todo o mundo.