Rodrigo Santoro define como “dolorido” todo o processo criativo do filme “7 Prisioneiros”, que estreia na Netflix na quinta (11/11). “Foi muito dolorido: noites difíceis pra dormir e muito questionamentos”, diz ao POPline. No longa-metragem, ele interpreta Luca, um homem frio, que comanda um ferro-velho em São Paulo, para onde são enviados jovens para trabalho escravo.
A história começa quando os rapazes chegam do interior, enganados acreditando que terão melhores condições de vida. Na realidade, eles são trancafiados e obrigados a trabalhar diariamente, sob ameaça de que algo pode ser feito a seus familiares.
“A personagem me colocava em um lugar muito desconfortável, pelas coisas que fazia. Como o ator se empresta, era meu próprio corpo e minhas próprias emoções que estavam ali em jogo, apesar de eu estar projetando uma personagem diferente de mim. É inevitável o questionamento, ainda mais quando o artista se coloca nesse lugar. A gente se experimenta, se propõe experimentar lugares estrangeiros. E esse foi bastante distante da minha realidade. Não vou dizer que eu sou o bonzinho e o Luca é o vilão, nada disso. Ninguém é uma cosia só. Mas o Luca fazia coisas terríveis”, pondera o ator.
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Rodrigo e a direção de Alexandre Moratto buscaram humanizar o personagem, o que tornou mais denso o dilema moral. “O que você faria? O que é certo e errado, quando você está falando de sobreviver, quando está em situação de desespero absoluto? É complexo. São camadas. Não é tão simples assim. Neste sentido, o filme provoca a forma clássica de mocinho e vilão. A história se concentra nessa dupla e provoca uma série de questionamentos”, adianta o artista.