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Rodrigo Santoro diz que fazer 7 Prisioneiros foi “dolorido”

Ator interpreta o vilão de “7 Prisioneiros”.

Rodrigo Santoro diz que fazer 7 Prisioneiros foi "dolorido"
(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)

Divulgando “7 Prisioneiros” no Festival de Veneza, Rodrigo Santoro tem expressado o quanto esse filme mexeu com ele. “Você pode odiar o personagem, e eu não culpo quem odeia. Eu mesmo odiei. E foi muito dolorido para mim fazer o personagem”, declarou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

O filme – que recebeu boas críticas no festival – trata de tráfico humano e trabalho forçado. Na história, Rodrigo Santoro interpreta Luca, o administrador de um ferro-velho, para onde garotos são levados sob promessas de uma vida melhor. Uma vez lá, contudo, são mantidos como prisioneiros e obrigados a trabalhar como escravos.

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(Foto: Divulgação)

“Eu senti culpa, ansiedade, angústia, porque realmente me aproximei do personagem. A gente sabe o que acontece no nosso país, mas é muito diferente você se propor a se pôr nesse lugar, e eu durante três meses fiz isso”, contou Rodrigo Santoro.

Laboratório para fazer o personagem

Para fazer “7 Prisioneiros”, Rodrigo Santoro visitou comunidades carentes e pesquisou sobre trabalho análogo à escravidão. Ele ouviu depoimentos de pessoas que passaram por isso.

“Cresci numa família de classe média, em Petrópolis, o que é ser privilegiado no nosso país. E estava fazendo um personagem bem diferente. Tem até uma frase em que ele diz que veio de um barraco, na beira do esgoto. E como eu poderia dizer essa frase?”, comentou.

Rodrigo Santoro diz que fazer 7 Prisioneiros foi "dolorido"
(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)

O filme “7 Prisioneiros” terá sua estreia na Netflix, mas a data ainda não foi divulgada. O site Deadline publicou que a atuação de Rodrigo Santoro é repleta de camadas “como o homem que é claramente o vilão, mas que também se revela amoroso e apoiador de sua própria família”. O IndieWire se referiu a Santoro como galã e o site Awards Watch publicou:

“Seria um crime ignorar o desempenho covarde, mas totalmente envolvente de Rodrigo Santoro como o capturador do prisioneiro, Luca. Seu personagem começa extremamente cruel, mas conforme o filme avança, Moratto força Luca a se abrir e mostrar um pouco de humanidade. Fica claro que qualquer um, no Brasil, pode acabar sendo Luca, até Mateus. É uma questão de sobrevivência que faz com que os monstros nasçam, em vez de nascerem inerentemente maus”.