A grandiosidade do Rock in Rio é uma certeza que se confirma a cada edição. Neste ano, isso vai se repetir, não há dúvidas pelo line-up rechegado de grandes artistas. A proposta é olhar para este ano como um recomeço depois da pandemia do covid-19 e fazer um pareço com a primeira edição icônica, que aconteceu em 1985.
O Portal POPline conversou com Roberto Medina, idealizar do festival, para saber mais sobre suas visão sobre futuro, presente e passado do Rock in Rio.
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O empresário assumiu que está sentindo uma energia muito parecida com a edição de 1985. Apesar de serem ocasiões diferentes, ele quer mostrar que o show pode continuar.
“Acho que 85 simbolizou a coisa de ser disruptivo, simbolizou garra de entrar o sonho, sair da zona de conforto, para gente se expor com plateia… Eu falo sempre: ‘eu tenho talento para fazer o que eu fiz’. Essa coisa foi conjunta, não tinha estrutura e a gente fez, a gente entregou. Foi 1 milhão e 380 mil pessoas, paz o tempo inteiro, então eu agora estou sentindo uma energia muito parecida com a de 1985“, explicou ele.
Os desafios do Rock in Rio 2022
A abertura da venda de ingressos já traz uma emoção. Conseguir comprar já faz o coração do fã bater mais forte e saber: “vou pisar no Rock in Rio e ver meu artista favorito”. Mas será que em uma situação pós-pandemia foi mais difícil montar esse line-up dos sonhos?
“Os desafios sempre são muitos, mas não foi tanto, porque os artistas estão vivendo o mesmo problema que a gente. Ele está louco para tocar, tá louco para ver pessoas. Então está bem diversificado. “, disse Medina.
O idealizador do festival comenta os destaques entre as atrações: “Tem o dia do Post Malone, que entrou uma praia mais eletrônica, um dia da Dua Lipa, que a gente entrou no final, que eu acho que vai ser muito bacana. Os dias do Justin Bieber e o Coldplay, que vão acabar (os ingressos) em dois minutos. Eu acho que a gente fez nosso Iron Maiden de sempre, que vai lotar de sempre, aquele negócio fica preto, muda a cara da cidade do rock“, listou.
Apesar de ser um festival principalmente de entretenimento, Roberto Medina faz questão de ressaltar a questão do cuidado ambiental, um bandeira que será levantada durante as festividades. “Eu acho que esse ano, mais do que tudo, é a oportunidade da gente se reencontrar e de pensar um pouquinho no que a gente vai fazer. Eu acho que a gente não está cuidando do nosso planeta em todos os sentidos que você possa imaginar e a gente pode cuidar, acho que a música é capaz de fazer isso, de tocar as pessoas“, disse.
“Eu acho que música não é de esquerda, nem de direita, a música é música, é boa, mexe com a alma das pessoas” – Roberto Medina.
Representatividade
Na edição de 2022 haverá um dia no palco mundo só com mulheres. Dua Lipa, Megan Thee Stallion, Rita Ora e Ivete Sangalo (que fará sua 15ª apresentação). Não é a primeira vez que isso acontece, mas é um grande avanço para a representatividade.
“Eu acho que na verdade a gente forçou a mão, foi um tapa, vamos fazer uma homenagem às mulheres porque o Rock in Rio tem tamanho o sucesso para isso, para mudar a questão de gêneros, a questão feminina. Se você lembrar no Rock in Rio de 85, o Ney Matogrosso vai quase nu para fazer um show espetacular. Então ele nasceu para o que as pessoas estão buscando hoje, a gente nasceu assim“, soltou ele, garantindo que não tem medo de quebrar paradigmas.
O Rock in Rio foi declarado patrimônio cultural imaterial pelo estado do Rio de Janeiro. Se já era importante, agora é muito mais. Com isso, vem a importância de devolver à sociedade muito do que se ganha.
“Quando você tem o apoio da população, você tem uma responsabilidade nesse apoio, o que você pode devolver. Eu acho que o bilhete do Rock in Rio é muito pouco para estar ali, mas é uma coisa séria economicamente, é uma coisa que as mães querem levar os seus filhos mas é um pouco complicado“, refletiu ele.
No final das contas, o Rock in Rio é um realizador de sonhos e Roberto Medina faz o possível para que isso seja refletido no mundo.