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Por que Snowdrop, o drama com Jisoo do BLACKPINK, é tão polêmico?

“Snowdrop” foi alvo de críticas e abaixo-assinado pedindo por cancelamento antes mesmo da estreia.

(Foto: Divulgação)

Uma rápida pesquisa por “Snowdrop” no YouTube aponta para vídeos com milhões de visualizações. É notório o interesse do público pelo drama coreano estrelado por Jisoo, do BLACKPINK. Antes mesmo de sua estreia, marcada para o dia 18, “Snowdrop” se tornou centro de debate popular, causando enorme polêmica na Coreia do Sul. Até o governo teve que se meter.

O motivo? O drama mexe com tema sensível para os cidadãos sul-coreanos: o período de ditadura militar. Fizeram até um abaixo-assinado pedindo que o governo barrasse a exibição do programa na TV. A petição teve mais de 220 mil assinaturas. O caso atrasou a estreia de “Snowdrop”, que era prevista para o primeiro semestre. Em contrapartida, agora o drama estreará no canal JTBC e também no serviço de streaming Disney+ para o mundo todo.

(Foto: Divulgação)

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Temor de romantização de espiões da ditadura

Com base em uma sinopse incompleta e descrição de personagens, “Snowdrop” foi acusada de “distorção de fatos históricos”. O canal JTBC teve que revelar informações específicas sobre o enredo para esclarecer a situação. A trama se passa em 1987, ano em que a Coreia do Sul fez sua transição para a Sexta República. Foi neste ano que a população começou a simpatizar com os manifestantes pró-democracia, depois que um estudante protestante morreu durante interrogatório policial.

Segundo Carol Pardini, do canal Na Coreia Tem, o medo dos sul-coreanos era que “Snowdrop”, romantizasse defensores do regime militar. “Como contar a história sem depreciar a imagem do movimento pró-democracia e não acabar glamorizando os espiões e o trabalho do NSP, a Agência Nacional de Planejamento de Segurança, que lutava para manter a ditadura? Essa é a questão”, explica.

Confira a sinopse de “Snowdrop”:

“Em 1987, quando o gás lacrimogêneo explodiu como fogos de artifício, um homem ensanguentado (Jung Hae-in) pulou em um dormitório e uma estudante (Jisoo) o tratou achando que ele fosse um estudante ativista lutando pela a geração”.

(Foto: Divulgação)

Apesar do clamor social, a Casa Azul, a residência presidencial da Coreia do Sul, decidiu não interferir em “Snowdrop” e preservar a liberdade de expressão. Por meio de um comunicado, afirmou que esse “não é um drama que deprecia o movimento pró-democracia ou exalta ser um espião ou trabalhar para o NSP”. Especula-se, no entanto, que a demora para  estreia tenha a ver com edições da JTBC para não deixar nenhuma dúvida quanto a isso.

O posicionamento da Casa Azul não acalmou os ânimos de quem assinou a petição. Recentemente, uma divulgação de “Snowdrop” em Seul, por parte de um fã-clube da Jisoo, teve que ser adiada por conta da pressão de críticos do drama.

(Foto: JTBC)

Como a polêmica afeta a Jisoo?

Jisoo não se pronunciou sobre a controvérsia, assim como nenhum ator do elenco. Preocupada com a polêmica, ela diminuiu sua frequência nas redes sociais e chegou a apagar algumas fotos do set. No maior estilo “calada vence”.

“Com os recentes teasers, muitos que atacavam o drama também estão vendo que não existe nada que possa causar problemas, e acreditamos que quando o drama estiver finalmente sendo transmitido, todas essas preocupações e ataques que o enredo da série vem sofrendo, irão se dissipar completamente”, pontua Pablo Mello, um dos administradores do Portal BLACKPINK.

“Snowdrop” é o primeiro drama de Jisoo como protagonista, e há grande expectativa em torno disso. As outras integrantes do BLACKPINK já debutaram como solistas na música, e Jisoo escolheu um caminho diferente, como atriz.

A nova empreitada faz parte de uma estratégia da YG Entertainment. Pablo Melo explica que essa é uma jogada feita por todas as agências. “Atraindo um novo tipo de telespectador, ao estrear como atriz, Jisoo provavelmente chamará atenção de diversas pessoas que consequentemente estarão de olho no BLACKPINK e em seus futuros trabalhos como solista”, comenta.

(Foto: JTBC)

Outros casos

A liberdade de expressão não salva todas as produções audiovisuais. Neste ano, o drama “Joseon Exorcist” foi cancelado depois de dois episódios. Cidadãos coreanos fizeram um abaixo-assinado com 240 mil assinaturas pedindo que o programa fosse retirado do ar por conta do uso de adereços chineses.

Joseon Exorcist (Foto: Divulgação)

Já o drama “Juventude de Maio”, exibido neste ano, não enfrentou problemas ao retratar o mesmo período histórico que “Snowdrop”. O drama “Mister Queen”, no entanto, foi alvo de críticas ao ser ambientado na mesma dinastia de “Joseon Exorcist”.

“A gente tem que lembrar que a Coreia, por ser um país asiático, ainda tem muito conservadorismo. O que a gente vê no cinema coreano não reflete o que a gente vê na TV coreana”, conclui Carol Pardini.

Mister Queen (Foto: Divulgação)

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