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POPline ouviu: Chameleo mescla ritmos e flutua entre 110v e 220v em “ALTA TENSÃO”

Segundo álbum do artista chega às plataformas digitais nesta quarta-feira (6), mas o POPline já ouviu o disco e te conta todas as novidades.

Foto: Lufré

Se carma existe, sentir demais parece ser o carma de Chameleo. O cantor paranaense lança seu segundo álbum de estúdio nesta semana e nele detalha as dores e delícias daqueles que vivem com os sentimentos à flor da pele, como ele. “ALTA TENSÃO”, que serve como sucessor para “ECDISE” (2021), chegará às plataformas digitais nesta quarta-feira (6), mas o POPline ouviu o disco antes de todo mundo e te conta os detalhes da produção.

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Tendo sua intensidade como premissa para o projeto, na tracklist composta por 15 faixas, Chameleo se divide em músicas que mesclam diferentes idiomas, como português, inglês e francês, e que vão de 110v a 220v. “ALTA TENSÃO” abre espaço para uma fusão de gêneros musicais maior que seu predecessor, desde funk, pop e reggaeton até drum n’ bass e tribal house. Tem pra todo gosto. 

O disco começa em alta voltagem com as faixas “QUASE”, “220v” e “curto-circuito”, parceria com Yajaira La Beyacca. Esta seção abre-alas do “ALTA TENSÃO” é caracterizada por uma mistura de música eletrônica e ritmos latinos que vem acompanhada de letras que evocam relações amorosas, desde as mais sensuais e eróticas até as mais tóxicas e disruptivas. 

Foto: Capa do álbum “ALTA TENSÃO” por Lufré

É através dessas músicas que chega-se à faixa-título do álbum, uma colaboração inédita entre Chameleo e Rennan da Penha, onde o artista se permite a experimentações com funk carioca jamais feitas em sua carreira. Esse ineditismo presente em “ALTA TENSÃO”, a música, se estende em outros momentos do disco, que, de acordo com o próprio Chameleo, apresenta sua versão mais atualizada, mais “empoderada de si mesmo”.

O empoderamento do cantor de 29 anos se faz perceptível nas composições, como em “Jenga”, “Astroboy” e “deu pra sentir?”, que já está disponível desde maio deste ano, onde ele detalha com honestidade suas conexões com outros homens, descreve seu visual nada óbvio e comenta hábitos noturnos, afinal de contas, “depois da meia-noite, o bicho não se esconde”, como ele mesmo canta em “Jenga”.

“TDAH” segue o movimento de faixas altamente francas e provocativas do disco de Chameleo e serve também como clímax do projeto. O ritmo da música faz alusão ao título, que traz a condição do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade para frente da narrativa e se torna quase sensorial ao ser embalado por beats frenéticos.

A seção de voltagem mais baixa é iniciada com a sensual “wet dreams”, single midtempo que inclusive já ganhou clipe há cerca de três meses. Mas não se engane, a voltagem mais baixa não necessariamente indica uma queda na intensidade do disco, já que a própria “110v” é finalizada em um drum ‘n bass e, na sequência, “TE ODEIO” lança a mão da dualidade entre o amor e ódio – e nada poderia ser mais intenso do que isso.

“MURAKAMI”, “Lilith” e “melatonina” são as responsáveis por fechar a narrativa de “ALTA TENSÃO” e é aqui que Chameleo retoma o estilo de suas produções mais antigas, como “Limbo” e “colorBLIND”. A sensibilidade tão característica do artista dá o tom final e encerra a história de seu segundo disco.

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Segundo disco, um desafio

O segundo disco muitas vezes se torna um medo para diversos artistas, mas Chameleo parece ter encarado a tarefa de peito aberto. Como artista independente, a caminhada nem sempre é fácil e quase sempre é recheada de dificuldades, altos e baixos. Entretanto, o artista chega em “ALTA TENSÃO” com mais força e uma dedicação palpável para “fazer acontecer”.

O sucessor de “ECDISE” foi precedido pelo lançamento de dois videoclipes de alto padrão, para as faixas “Te Odeio” “wet dreams”, que têm a assinatura do talentoso diretor SCOZ (que também já dirigiu trabalhos de Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Duda Beat), além de um visualizer vertical para “deu pra sentir?”, este dirigido por (PE) DR1NHO.

Os resultados alcançados por Chameleo em suas produções nem sempre são encontrados em obras de artistas que contemplam orçamentos e oportunidades muito mais amplos do que os seus, mas ele segue firme no seu propósito de entregar o seu melhor e executar a sua visão artística da maneira mais fiel possível.