Não é de hoje que a sonoridade dos anos 1980 está em alta na música contemporânea. Muito do que fazia o maior sucesso está de volta em uma versão modernizada, mas sem deixar de ser nostálgica. Quem falou sobre esse fenômeno foi a roqueira Pitty, que ressaltou que esse tipo de música era a “nata do enlatado” dos anos 1980, mas que acabam resultado em grandes sucessos atualmente.
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“Tipo essa onda de achar os 80’s massa e geral lançar os riff com aquele mesmo tecladinho e eu fico ‘Véi, cês nunca ouviram A-ha?‘, começou ela, citando a banda formada por Magne Furuholmen, Morten Harket e Paul Waaktaar-Savoy que fez enorme sucesso na época com hits como “Take On Me” e “The Sun Always Shines on T.V.” – referência para muitos dos artistas atuais.
Ela continua: “É interessante observar esse processo antropofágico. A nata do enlatado nos 80 ruminado e regurgitado como number one. ah, o tempo…”.
A antropofagia é ação de comer carne humana, o que inspirou uma manifestação artística na década de 20 onde a ideia era “basicamente ‘devorar’ uma cultura enriquecida por técnicas importadas e promover uma renovação estética na arte brasileira” (por educamaisbrasil). Portanto, dá para relacionar com o que está acontecendo na música atual – pegar algo que já fez sucesso antes e colocar em um processo de renovação.
Pitty completa: “É ver na prática o papo de conflito geracional / distanciamento temporal. É que a moda agora é ser roqueiro, né? rs acho lindo. agora vai, Brasil!“, completou.
Pitty é baiana, mas sempre se manteve firme no Rock. Só a partir do seu projeto “Matriz” ela começou a utilizar elementos culturais da música de onde nasceu.
A nostalgia dos anos 80
Dá para citar uma série de artistas que impulsionaram essa nova onda da estética dos anos 80. Os maiores culpados são Dua Lipa e The Weeknd, que fizeram grande sucesso com álbuns e músicas nessa linha, como “Blinding Lights” e “Levitating“. Outros exemplos são Justin Bieber com The KID Laroi (Stay) e até Kylie Minogue, que fez parte do cenário musical dos anos 80, mas voltou às origens.
No Brasil, também há alguns exemplos. Isso está claramente representado por Giulia Be no single “LOKKO“. Priscilla Alcantara também fez sua aposta nessa vibe no single “Você É Um Perigo“. Até Anitta está entrando nessa! Nesta quarta-feira (26) ela divulgou uma prévia do novo single “Boys Don’t Cry” e ficou evidente a inspiração.