A expansão de uma carreira artística estabelecida no Brasil, para o mercado internacional, é comumente citada entre os objetivos estratégicos a médio-longo prazo. Em meio aos desafios existentes, seja pela alta concorrência, especificidade dos mercados e a própria língua portuguesa em si, os artistas brasileiros vem conquistando cada vez mais os seus espaços em escala global.
Entre os pontos que impulsionam essa trajetória, a atual estrutura da indústria, com a força do digital na música, tem ajudado a mitigar as distâncias e a ecoar a música brasileira ao redor do mundo. Esse assunto foi um dos abordados nos painéis sobre música que aconteceram durante o South by Southwest (SXSW), no início de março.
Leia Mais:
- Ex-Warner Music, Stu Bergen assume como CEO interino da Deezer
- Jeronimo Folgueira deixa cargo de CEO da Deezer após registrar ‘fortes melhorias’ em 2023
- Natal na Deezer: Mariah Carey é a mais tocada no mundo e a cantora Simone lidera no Brasil
- ‘My Deezer Year 2023’: Marília Mendonça e Henrique & Juliano são destaques no Brasil
- Deezer anuncia nova identidade visual e logomarca
O jornalista Gui Beck, correspondente convidado do POPline no SXSW 2024, entrevistou Pedro Kurtz, Head of Content, Artist Relations & Label Relations da Deezer no Brasil, que comentou sobre o tema.
“Os artistas agora acreditam que é possível cruzar a fronteira para o internacional e isso é muito importante para o movimento acontecer”, ressalta Pedro Kurtz.
Kurtz destaca o case de sucesso das artistas Pabllo Vittar e Anitta, que possuem estratégias específicas para diferentes mercados. Esse fenômeno está acontecendo no atual trabalho da Pabllo “Batidão Tropical 2”, direcionado ao Brasil, mas, singles como “Follow Me” feat. Rina Sawayama e “Flash Pose” feat. Charli XCX foram voltados ao mercado internacional. Para Pedro, mesmo com o foco voltado para o internacional, o mercado nacional sempre é impactado.
O executivo da Deezer aponta que os projetos globais da plataforma contam sempre com artistas brasileiros. A cantora e compositora Carol Biazin, por exemplo, participou em 2022 do “InVersions 90s”, que contou com 16 músicas com versões inéditas em uma seleção que passou por diversos gêneros e e artistas representando nove países diferentes, sendo eles França, Alemanha, Brasil, Reino Unido, EUA, Nigéria, Filipinas, Suíça e México.
Kurtz revela que essa iniciativa proporcionou um crescimento da audiência de Carol Biazin na França.
Sobre o português ser uma possível barreira para artistas brasileiros projetarem a sua carreira para o mercado internacional, Pedro Kurtz acredita que a tecnologia deixou essa questão no passado.
“Acho que a barreira linguística não é um problema. Mas, para a comunicação, para a gente conseguir se falar, você consegue falar com qualquer pessoa na rede social. Então, facilitou o acesso e a gente vê isso acontecendo demais”, afirma Pedro Kurtz.
Brasil em destaque na estratégia da Deezer
Segundo Pedro Kurtz, o Brasil é o segundo local em receita e importância para a Deezer, atrás apenas da França, onde a companhia foi criada. A plataforma analisa o país dentro da América Latina, que em muitas vezes, pelas características continentais e pelo idioma, é visto de forma separada por outros serviços de música.
O executivo afirma que a plataforma enxerga o Brasil como um território estratégico e que seguirá investindo em campanhas e recursos para o país.