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Opinião: Fotografia Musical – uma entrevista com Thereza Eugênia, Jorge Bispo e Marcos Hermes

Foto: Marina Mattoso/Rogerio Von Kruger

“O artista escolhe a fotografia para mostrar ao mundo a imagem que ele tem de si”Thereza Eugênia

No Dia Nacional da Fotografia (8 de janeiro), o POPline.Biz é Mundo da Música e eu convidamos três profissionais brazucas admirados pelo mercado (me incluo aí) para expor a importância deste serviço para quem trabalha com música. São eles: Thereza Eugênia, Jorge Bispo e Marcos Hermes.

Thereza Eugênia, Jorge Bispo e Marcos Hermes | Fotos: Divulgação

Com o declínio dos LP’s e CD’s e consequentemente seus encartes, um desavisado poderia achar que a demanda pelo trabalho do fotógrafo musical também diminuiria. Não é o que vemos. Vivemos em um tempo em que a atenção humana é extremamente disputada. Uma pesquisa da 3M mostrou que o cérebro processa imagens 60 mil vezes mais rapidamente do que textos. Como diz Jorge Bispo, “o mundo é muito visual hoje em dia, então é fundamental [o artista] ter boas imagens”.

Comenta aí uma foto que faz parte da história da música? Thereza me lembrou do trabalho dos Beatles com fotografia e acho que a foto de Abbey Road é um excelente exemplo pra esta coluna.

Famosa foto dos Beatles na Abbey Road | Foto: Reprodução

Quando e por que contratar um fotógrafo profissional?

“[A contratação de um fotógrafo profissional deve ocorrer] Sempre que houver uma necessidade de se expressar, seja lançando um novo single, projeto, mudando o visual ou buscando alcançar novos horizontes”, destaca Marcos Hermes.

Para o serviço de Marketing Digital de um lançamento o material visual é peça-chave para diversas frentes como a capa do produto, o envelopamento das redes sociais, atualização do feed com conteúdo novo firmando a imagem do projeto, envio de fotos pras plataformas de streaming em ângulo americano pra possível entrada em capas de playlists editoriais [conheça aqui os diferentes tipos de playlists das plataformas de streaming]…

A Assessoria de Imprensa também vai precisar de conteúdo pra disparar pros veículos de mídia impressa ou online. E já adianto, quando o material visual é impactante, as chances de emplacar notas apenas com a capa são ainda maiores.

Pensando na comunidade do artista, podemos também separar algumas fotos mais artísticas pra oferecer de recompensa pra um pre-save, por exemplo. Ou então pra um grupo do WhatsApp só de fãs. Enfim, as possibilidades são várias e isso porque nem entrei na parte de vídeo.

“E é fundamental que isso [trabalho fotográfico] tenha uma conexão com a sua música. Que tenha uma cara do projeto e que você consiga envelopar tudo visualmente. Então a escolha de um bom fotógrafo que você confie, que seja profissional e que a estética dialogue com as suas ideias é fundamental”, conta Jorge Bispo.

O material fotográfico de um show também é extremamente relevante. Tanto para o material de vendas quanto pra divulgar o evento. Eu que já fiz muita cobertura apenas com um smartphone das antigas sei o desafio que é conseguir fazer uma boa fotografia de show. Então ter o trabalho de um profissional pelo menos no show de início da turnê, pra que haja material divulgando toda a tour, é super indicado.

“No palco sempre fotografava com sua luz afim de transmitir a dramaticidade do espetáculo”, revela Thereza Eugênia.

Como escolher o parceiro ideal?

“Quando há sintonia e confiança entre artista e fotógrafo, todo o projeto ganha alma, personalidade”, diz Marcos Hermes.

Assim como em qualquer outro relacionamento, o que você mais deve buscar num colaborador é a parceria que mais faz sentido pra você e pros seus valores como artista. E acreditar no relacionamento de médio-longo prazo. Quanto mais um fornecedor te conhece, mais sintonia ele vai ter. Isso vale pra empresário, distribuidora, agência e, claro, pro fotógrafo.

Estude alguns trabalhos, veja o que mais tem sinergia com o seu. E não deixe de conversar com outros artistas, entenda com quais parceiros eles gostaram de trabalhar e porquê. Muitas vezes aprender com os acertos e, melhor ainda, erros dos outros é o melhor corta caminho.

“O artista da música tem que ver o material do fotógrafo e perceber que existe uma conexão com o que ele pensa artisticamente. Acho que tem que ter uma admiração pelo trabalho do fotógrafo mas também perceber no trabalho um potencial de se conectar com a expressão, estética e criação do próprio artista”, diz Jorge Bispo.

Marcos destaca que, “para mim a fotografia musical faz sentido quando traduz a essência, a personalidade do artista”.

Por hoje é isso, pessoal! Não deixem de comentar nas redes do POPline.Biz e também da Jangada o tipo de conteúdo que vocês mais têm interesse em consumir pra me ajudar na definição de pauta por aqui 😉 Bom 2022 pra todes!

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Marina Mattoso atualmente CEO da Jangada Comunicação, agência focada em Planejamento Estratégico e Marketing de Conteúdo que tem “a bordo” artistas como: Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Maria Rita, Claudia Leitte, Kell Smith, entre outros. Marina também é coordenada do curso Marketing Digital para Artistas, do Music Rio Academy.

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