2020 conseguiu ser ainda pior para os fãs de Normani. A cantora não teve um bom ano profissional. Seu prometido álbum solo não saiu e o burburinho em torno de seu nome esfriou. “Motivation” parece que aconteceu há eras. A carreira de Normani está estacionada.
No início do ano, Normani e Megan Thee Stallion lançaram juntas a música “Diamonds” para o filme “Aves de Rapina”. Foram capa da revista Rolling Stone ao lado de SZA, com a chamada “as próximas superestrelas da música”. Corte para dezembro: Megan Thee Stallion tem um álbum lançado, dois singles nº1 (“Savage” e “WAP”), e quatro indicações ao Grammy. Normani, nada.
Culpa da gravadora?
Normani parou totalmente neste ano. Com exceção de uma ou outra capa de revista, ela pouco apareceu. O auge foram segundos no clipe da Cardi B. Nas redes sociais, é fácil ver os fãs reclamando da falta de novidades e do sumiço.
Muitos culpam a RCA Records, gravadora que contratou Normani na carreira solo. O selo não tem boa fama – por abandonar qualquer um que não esteja no topo. E é incontestável que o buzz em torno de Normani esfriou.
O plano inicial, depois do lançamento de “Motivation” em agosto de 2019, era lançar um álbum completo seis meses depois. Não aconteceu. “Motivation” pegou apenas o Top 40 nos Estados Unidos, pouco para o que a RCA achava possível, e Normani foi para a geladeira.
A gravadora, subsidiária da Sony Music, focou em Doja Cat por causa do sucesso de “Say So”, que também chegou ao topo das paradas. A própria Doja, inclusive, reclamou sobre sua gravadora em agosto:
“***Algumas pessoas*** são obcecadas por paradas, execuções e TikTok, então eles validam essas coisas em vez dos pedidos dos fãs. Eu vou fazer com que me escutem… um dia”, twittou.
Câncer da mãe de Normani
Se a RCA recuou com relação à Normani, a própria cantora também deu um passo para trás. Com a pandemia do coronavírus, artistas fizeram de tudo para não serem esquecidos. Lançaram muitas músicas, clipes e álbuns, cantaram em “lives”, fizeram performances remotas para premiações e, mais do que nunca, estreitaram laços com o público nas mídias sociais. Não foi o caso de Normani.
Nem todo mundo sabe, mas a cantora enfrentou um drama familiar em 2020, para além do coronavírus. Sua mãe Andrea Hamilton foi diagnosticada com câncer mais uma vez. Não era mesmo a hora de seu debut, dadas as circunstâncias pessoais.
Álbum em construção desde 2018
Nas poucas entrevistas concedidas em 2020, no entanto, Normani sempre falou que a produção do álbum continuava. Ela disse à revista Harpers Bazaar que estava gravando o disco em casa, por conta da pandemia. Depois, retomou as sessões em estúdio. Um dos colaboradores convocados nesta fase foi Scott Storch, vencedor de oito Grammys e nome por trás de Beyoncé, P!nk, Christina Aguilera e a dupla Chloe x Halle.
O problema é que Normani trabalha no mesmo álbum desde que assinou com a RCA em 2018. Será que o material desenvolvido naquele ano ainda será atual em 2021? Em entrevista à Women’s Health, Normani deu uma dica sobre um entrave no processo criativo:
“Por um longo tempo, fiquei estressada com a verificação de rótulos como ‘isso é black o suficiente? Isso é pop o suficiente?’. Mas a música começou a ficar muito melhor quando eu entrei no estúdio com a mentalidade de ser Normani”, disse.
Normani bota muito pressão em si mesma
Inegavelmente, Normani foi a ex-Fifth Harmony que fez mais barulho no início de sua carreira solo, desconsiderando Camila Cabello. Ela teve dois singles no Top 10 da Billboard Hot 100 (em parcerias com Khalid e Sam Smith), e o álbum provavelmente teria sido um sucesso se tivesse saído ainda em 2019.
A questão é que a cantora se cobra muito. Ciente das expectativas altas, ela ainda não se sentiu 100% confiante com o material desenvolvido. “Eu mesma tenho muita expectativa comigo, então isso pode ser demais, adicionando as expectativas dos fãs. Eu realmente quero criar um álbum que vá ser significativo, sabe? Nunca vou ter outro primeiro álbum”, falou.