Apesar da pandemia, a música brasileira teve um grande crescimento em 2020, com lançamentos de todos os gêneros musicais desse imenso território chamado Brasil. E em meio a inúmeros lançamentos de artistas consagrados e outros tantos de artistas novos, buscando um espaço nessa indústria, talvez algumas músicas tenham passado um pouco fora do radar do grande público.
E por isso estamos aqui!
A equipe de jornalistas do POPline escolheu as músicas nacionais que você tem que ouvir antes que 2020 acabe. Os lançamentos escolhidos e descritos abaixo merecem sim um pouco mais de sua atenção.
Confira:
Jovem Dionísio – Pontos de Exclamação
Por Carolina Stramasso
O remix de “Pontos de Exclamação”, lançado pelo DJ Vintage Culture, já acumula mais de 18 milhões de streams no Spotify. Mas você já escutou a versão original feita pela banda Jovem Dionísio? Não? Então, vem cá. Lançada em março deste ano, o hit envolve pelo ritmo – meio indie, meio pop – e letra contagiante, que segue a linha das outras músicas da banda ao falar sobre situações da vida adulta, nesse caso, sobre relacionamentos na era digital. Afinal, curtidas e comentários influenciam a vida amorosa das pessoas, não há como negar, e o Jovem Dionísio soube abusar dessa nossa realidade em “Pontos de Exclamação” de uma maneira muito sutil ao falar sobre a intimidade de um casal em meio as redes sociais. Vale muito a pena conhecer e, quem sabe, até se aventurar nos outros trabalhos da banda. Jovem Dionísio promete bastante, anota aí!
Liniker – Psiu
Por Leonardo Rocha
Descolada dos Caramelows, grupo com o qual iniciou sua trajetória profissional em 2015, Liniker lançou o single “Psiu”, em outubro, como abre-alas de sua nova era. A canção, que narra a descoberta de um amor, foi escrita pela própria artista e apresenta arranjos delicados e letra marcante. O single tem início manhoso, quase lento, mas cresce ao longo da pulsação do baixo. É com frases fortes e poéticas, embaladas por um instrumental envolvente, que Liniker nos dá boas-vindas ao seu mais novo momento de expressão artística.
Chameleo ft. Pabllo Vittar – frequente(mente)
Por Mari Pacheco
O encontro de artistas sempre desperta interesse, principalmente quando uma das partes é uma das maiores estrelas pop do país. “frequente(mente)” traz essa fórmula perfeita, unindo os amigos Chameleo e Pabllo Vittar. Chameleo é um artista novo na cena pop do Brasil, mas que chega com armamento pesado quando se trata de qualidade musical e visual. Em “frequente(mente)”, ele explora muito bem o seu fator compositor em uma letra ultra cativante e de fácil identificação. Quem ouviu certamente repetiu os versos “frequentemente, mente pra mim” por vários dias! Pabllo, por sua vez, nos traz uma nova faceta como artista, mandando muito bem na rima e no trap, além de nos brindar mais uma vez com seu timbre diferenciado e potência vocal de cair o queixo no último refrão. Tudo isso foi selado com um dos melhores clipes nacionais do ano, que teve como inspiração principal o filme “A Forma da Água”. “frequente(mente)” é hit instantâneo e uma excelente porta de entrada para o trabalho de Chameleo.
Jup do Bairro, Rico Dalasam e Linn da Quebrada – All You Need Is Love
Por Douglas Françosa
Um som que tem Jup do Bairro, Rico Dalasam e Linn da Quebrada talvez dispense grandes apresentações e comentários. Por aqui, o trio vai do romântico ao erótico com muita sutileza e emoção, em meio a sintetizadores e batidas energizantes e sensuais do funk. A faixa abriu os trabalhos do álbum de estreia de Jup do Bairro, “Corpo sem Juízo” (igualmente excelente).
Ivete Sangalo e Emicida – Mulheres Não Têm Que Chorar
Por Daiv Santos
O discurso encorajador de Ivete Sangalo ganha em potência com a delicadeza de Emicida, que cada vez mais desconstrói a imagem do rapper revoltado contra todos. “Mulheres Não Têm Que Chorar” fortalece a autoestima de cada uma das mulheres que encaram a dureza do dia a dia com um sorriso no rosto. É uma canção necessária neste momento em que o Brasil vivencia um sistema que, infelizmente, ainda privilegia códigos machistas.
Aline Wirley – Ragatanga
Por Kavad Medeiros
Assim como não tive como não exaltar o trabalho primoroso de Aline Wirley no álbum “Indômita”, venho por meio desta (assim, bem formal mesmo) falar do que pra mim, como fã do Rouge, foi um dos grandes destaques do disco: a versão de “Ragatanga”.
Uma coisa meio tango com batuques e ritmos afro-brasileiros faz você sentir como se essa fosse uma música completamente diferente da que somos acostumados a dançar por aí. A nostalgia, claro, está no auge. Até porque, além de “Ragatanga”, Aline ainda canta versos de “Brilha La Luna” e “Quando Chega a Noite”.
Bruno Martini, IZA, Timbaland – Bend The Knee
Por Caian Nunes
A lista é nacional, mas a música tem cara de internacional. Está valendo, já que são dois artistas brasileiros. Toda cantada em inglês, a música bebe da onda retrô que está fazendo sucesso no momento – o produtor garante que foi feita antes disso explodir. O resultado é cativante, uma música que dá vontade ouvir várias vezes e sair dançando. “Bend The Knee” poderia facilmente tocar e ser sucesso nas rádios internacionais, valorizando o enorme talento dos artistas envolvidos.
Sandy – Tempo
Por Leonardo Torres
Sandy decidiu regravar sua própria música em meio a quarentena. “Tempo” saiu originalmente em seu primeiro álbum solo, e ganhou uma releitura neste ano como parte do EP “10:39”. Escolha perspicaz. Essa música merecia mais atenção – para além dos fãs da cantora – porque é a mensagem que todos precisavam ouvir em 2020. Essa é mesmo uma canção necessária, quase como uma oração. “Tempo” se tornou o calmante que nossas almas e nossos corações tanto precisavam nesse ano pandêmico. Eu nunca quis tanto acreditar no verso “isso vai passar também”.
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