in ,

Músicas internacionais que deveriam ter tido mais atenção em 2020

Redação do POPline selecionou oito títulos interessantes para você.

Músicas internacionais que deveriam ter tido mais atenção em 2020
(Foto: Divulgação)

Depois da lista de álbuns internacionais que você deve ouvir antes do fim de 2020, o POPline traz a lista de músicas internacionais que deveriam ter tido mais atenção em 2020. Em um ano repleto de lançamentos, já que os artistas estavam mais disponíveis para produzir, algumas boas canções podem ter passado despercebidas por você.

“Chew On My Heart” – James Bay

Por Caian Nunes

Desde que emplacou os hits “Let It Go” e “Hold Back the River”, dá pra perceber que James Bay está trabalhando pesado para se manter no mainstream – mesmo que seu estilo não leve muito a isso. Nessas tentativas, saíram ótimas canções, mas “Chew on My Heart” é um destaque que poderia ter feito até mais sucesso do que seus maiores hits.

A música, como bem retrata o clipe, dá uma sensação de liberdade. É gostosa de ouvir, é agradável. Além disso, foge das baladinhas que as pessoas esperam do James Bay. É ousada e deu muito certo. Escutem!

“Come Over” – Jorja Smith feat. Popcann

Por Carolina Stramasso

Escutei “Come Over” como ninguém quer nada e, desde então, não sai do meu replay. Sucessora de “By Any Means”, a parceria de Jorja Smith com o rapper jamaicano Popcaan me pegou, principalmente pelo ritmo, pela batida gostosa e envolvente. Ele é um R&B com traços de reggae, um tanto quanto diferente mas não menos interessante, que fala sobre como a comunicação interfere em um relacionamento. Apesar de não ter sido o motivo principal pelo qual me viciei, a letra em si acaba sendo bem chiclete e não foi uma surpresa descobrir que “Come Over” foi uma das músicas que mais escutei neste ano!

“Hit Different” – SZA ft. Ty Dolla $ign

Por Daiv Santos

A avalanche de novidades em 2020 fez com que deixássemos passar algumas preciosidades. Tá aí uma música que só me despertou atenção de verdade após uma versão feita por Gloria Groove. Envolta em uma harmonia inebriante, SZA expõe suas feridas por conta de um relacionamento doentio. Mas ela descreve o prazer de viver aquele romance sem futuro com tanta sensibilidade que é impossível não se colocar no lugar dela e pensar: “já vivi o mesmo”. Um pouco de vulnerabilidade no ano mais vulnerável de nossas vidas talvez não faça tão mal.

I Know The End – Phoebe Bridgers

Por Douglas Françosa

Eu ainda não consigo falar sobre esta música, mas preciso cumprir com o meu dever e dizer que você precisa ouvi-la caso ainda não tenha feito isso. Acho que, pra eu conseguir comentá-la de maneira mais técnica, preciso criar um certo distanciamento jornalisticamente seguro, mas acredito que ela seja uma das melhores canções do ano. Além de captar transmitir o espírito deste período doido, a letra poderosa nos leva para uma viagem introspectiva e melancólica. É provocativa, filosófica e reflexiva sem perder a poesia e a graça de Phoebe Bridgers.

“Just Friends” – Audrey Mika

Por Leonardo Torres

Apareceu para mim em uma playlist dessas aleatórias. Gostei de primeira. “Just Friends” é divertida, atrevida, jovem e chiclete. Gosto da ironia com a qual a música trata nossas confusões amorosas. Dançar nossos conflitos internos não é tudo que a gente quer? É sim. “Just Friends” vem aí numa pegada parecida com “Mad at Disney” (salem ilese), mas não fez o mesmo barulho. Eu prestaria mais atenção nela. “Just friends don’t do what we do…”

“Love Me Land” – Zara Larsson

Por Amanda Faia

Esse é um caso de completa incredulidade. Na verdade, Zara Larsson, num geral, merece mais atenção do mundo do que recebeu até agora. A cantora é carismática, tem um discurso coeso, traz consigo toda uma bagagem de influência de um dos maiores berços da música pop mundial, produções bem amarradas, letras legais, canta bem e não tem medo de trabalho. “Love Me Land” tinha a receita PERFEITA para ser o grande hit da cantora a nível global, mas esse reconhecimento infelizmente não veio.

Não sei apontar o dedo exatamente onde foi o “problema”. A música é excelente, o clipe também e não houve uma performance (mesmo em pandemia) mais ou menos. Zara se dedicou e a música deveria ter estourado nos quatro cantos do planeta. Eu me apego apenas à justificativa da entrada do mercado norte-americano. A gente sabe que, por mais que o streaming tenha pulverizado e permitido maior diversidade, um hit nos EUA muda a carreira e leva o artista para outros países com mais facilidade. Há um maior interesse. Veja Dua Lipa: foram 6 singles antes de “New Rules”.

“Pretty Please” – Jackson Wang & Galantis

Por Mari Pacheco

A parceria entre o chinês Jackson Wang e a dupla sueca de produtores do Galantis é amor a primeira execução pra quem gosta de música pop bem construída, moderna e com atmosfera de festa. “Pretty Please” é super envolvente, com letra cativante e fácil em inglês e ainda traz a tona a pegada “bouncy” do Galantis, que faz você dançar quase que imediatamente.

A faixa veio acompanhada de um videoclipe de alta qualidade, todo inspirado em cinema chinês produzido em Hong-Kong, onde Jackson mostra também as suas habilidades como dançarino, que ele traz de seus anos de carreira como idol de k-pop no grupo Got7. A mistura de pop europeu com pop oriental tem em “Pretty Please” a receita perfeita.

“XS” – Rina Sawayama

Por Kavad Medeiros

Se era de electropop que você sente falta nesse mundão de música, algo nas vibes de Lady Gaga na era “The Fame”, então é em Rina Sawayama que você encontra. Com “XS”, seu principal single do álbum “SAWAYAMA”, a cantora nipo-britânica entrega tudo o que o gênero precisa: batidas dançantes, guitarras pesadas e, claro, uma letra dessas que podem ser tanto divertida como reflexiva, com uma boa dose de crítica ao atual modelo capitalista da sociedade.

É quase uma viagem no tempo, quando nomes como Girls Aloud e Rogue Traders dominavam as paradas de seus respectivos países (Reino Unido e Austrália), com o electropop que ganhou até também o título de Pop Progressivo (devido ao uso intenso de guitarras e outros instrumentos não muito comuns ao pop mainstream da época). E que venha mais Rina Sawayama!