Margarida Bonetti, a mulher foragida do FBI que nunca respondeu por seus crimes nos Estados Unidos, ficou conhecida graças à reportagem apresentada no podcast “A Mulher da Casa Abandonada”. Mas a verdade é que ela tentou dissuadir o jornalista Chico Felitti, criador do podcast, de divulgar sua investigação. Ela disse que poderia “recompensá-lo”.
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No episódio 7 do podcast “A Mulher da Casa Abandonada”, divulgado nesta quarta (20/7), Margarida Bonetti pergunta quanto Chico recebe da Folha de S. Paulo. Em seguida, pede para que ele não jogue luz em seu caso. Diz que ele está “chutando cachorro morto”.
“Por favor, pelo que há de mais importante para você, não faça esse trabalho. Deixe passar. Não vale apena. Você fez toda essa investigação, é verdade, mas eu recompenso vocês da Folha por outra coisa. Faço outro trabalho, o que seja. Se você botar a mão na sua consciência e ver que realmente foi uma coisa criada, ou você não faz ou conta a verdade: que eles tinham interesse em passar essa lei que eles passaram. Criaram essa situação toda para conseguir subsídios para passar essa lei. Era interesse de muitas pessoas nos Estados Unidos, pessoas de grupos diferentes. Usaram esse caso, que é brasileiro, assim como usaram outros”, diz Margarida, na entrevista gravada por Chico Felitti.
Margarida Bonetti dá desculpas esfarrapadas
Ela e o marido Renê Bonetti foram acusados de explorar por 20 anos, agredir e negar auxílio médico a uma empregada doméstica que levaram do Brasil para os Estados Unidos. A vítima vivia em situação análoga à escravidão: seu passaporte ficou retido com os patrões e ela nunca recebeu sequer um salário. Renê respondeu à Justiça norte-americana e foi condenado. Margarida Bonetti fugiu para o Brasil e nunca mais voltou para os Estados Unidos.
Questionada pelo jornalista sobre isso, ela diz que não retornou ao país por conta de problemas de saúde dela e da mãe. Margarida afirma que ligou para o FBI e prestou um depoimento por telefone. Ela diz que o FBI estava mancomunado com uma máfia para aprovar determinada lei, e que seu caso foi criado para embasar. Margarida insiste na teoria da conspiração diversas vezes.