Em novembro de 2021, Marco Pigossi assumiu o namoro com o cineasta Marco Calvani, deixando claro, de uma vez por todas, que é homossexual. Apesar dos comentários que existiam, levou algum tempo para que o ator se sentisse confortável publicamente com sua sexualidade. Em recente entrevista, ele comentou pela primeira vez sobre os rumores de um affair com Rodrigo Simas entre 2011 e 2012.
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O primeiro personagem de destaque de Marco Pigossi foi na novela “Caras & Bocas”, de 2009. Na época interpretava Cássio, um personagem gay e bastante afeminado, que tinha o bordão “fiquei rosa chiclete“, que logo ficou bastante popular no Brasil inteiro. Apesar do sucesso, Pigossi vivia com medo que descobrissem sobre sua vida pessoal.
“Na minha cabeça, não havia nenhuma margem de chance para eu me assumir. Se fizesse isso, todas as portas se fechariam para mim de forma automática […] Aos 20 anos, eu estava realizando o grande sonho de trabalhar como ator na maior indústria de entretenimento do país, mas vivia um drama pessoal: sentia calafrio só de pensar que o público poderia desconfiar que a sexualidade do personagem e do ator era a mesma”, declarou para a Piauí.
Com passar dos anos e emendando um mocinho atrás do outro em novelas da Globo, o medo de Marco Pigossi, caso alguém descobrisse a sua sexualidade, só aumentava. Para completar, ainda durante a entrevista, o ator comenta que viveu durante oito anos com outro homem sem que a mídia desconfiasse de nada. Mesmo assim, evitava ser visto ao lado do seu parceiro e de outros rapazes para não levantar nenhuma “suspeita”.
Entre 2011 e 2012, enquanto gravava a novela “Fina Estampa”, saiu uma notícia de que Marco Pigossi estaria vivendo um caso com Rodrigo Simas, que também fazia parte do elenco.
“Era mentira absoluta. A matéria não dava os nossos nomes, mas deixava claro de quem se tratava. Chegava a dizer que nós nos ‘pegávamos’ nos bastidores das gravações. Era tudo invenção, mas as pessoas acreditam no que querem acreditar. Eu fiquei travado ao ler aquilo”, relembrou.
No dia da primeira manchete, Pigossi conta que teve uma crise de pânico. Ele havia acabado de chegar no Rio de Janeiro e seu namorado da época precisou buscá-lo no aeroporto. Nesse dia, ele ficou horas dentro do banheiro até que ele aparecesse.
“A crise me deixou com sequelas. Passei a tomar antidepressivos e ansiolíticos. O pânico de sair do armário contra minha própria vontade ficou ainda maior. Eu continuava com os pesadelos em que um diretor me chamava e pedia para eu ser mais “machão”. Outros pesadelos se tornaram recorrentes. Em um deles, alguém publicava uma matéria informando sobre a minha orientação sexual e divulgava uma foto minha ao lado do meu namorado, em um local público. Ao mesmo tempo, me senti muito mal por não ter a coragem de falar, de estender a mão, de alguma forma, para pessoas iguais a mim”, disse Marco Pigossi.
Na entrevista, Marco Pigossi ainda fala sobre o difícil relacionamento com o pai, que é eleitor de Jair Bolsonaro. Mesmo assim, o ator diz que está em um ótimo momento da sua vida pessoal e que as preocupações em torno da sua sexualidade ficaram no passado. Ainda bem, né?